Parcela que vai investir 13º salário em 2020 é maior que 2019, mas maioria pagará dívidas

Parcela que vai investir 13º salário em 2020 é maior que 2019, mas maioria pagará dívidas

A fatia que vai guardar o dinheiro para pagar contas no início de 2021, como IPTU e IPVA, passou de 26% em 2019 para 27% em 2020.

Os consumidores consultados pela Boa Vista, empresa que aplica inteligência analítica na transformação de informações para a tomada de decisões em concessão de crédito e negócios em geral, irão usar o 13º salário de 2020 para quitar dívidas deste ano. O porcentual é de 29%, menor, contudo, do que em 2019 (33%).

Por outro lado, a parcela de consumidores que vai investir os recursos subiu de 22% para 25% nos dois anos. Já a fatia que vai guardar o dinheiro para pagar contas no início de 2021, como IPTU e IPVA, passou de 26% em 2019 para 27% em 2020. A Boa Vista entrevistou cerca de 600 consumidores em todo o Brasil.

O restante pretende usar o 13º com viagens (5% ante 7% em 2019), para compras de móveis e eletrodomésticos (5% ante 3% em 2019), compra de produtos para ceia de Natal (3% ante 4% em 2019), compra de roupas e acessórios (3% ante 2% em 2019), presentes (2%, mesmo porcentual do ano anterior) e comprar eletrônicos (1%, mesma fatia do ano anterior).

A Boa Vista também questionou quanto do 13º os consumidores pretendem poupar. Segundo a pesquisa, 38% responderam que querem guardar de 51% a 100% do benefício. Essa fatia era de 31% em 2019. Em seguida, 25% disseram que não pretendem poupar nada, uma queda ante a parcela de 31% do ano anterior.

A sondagem ainda mostrou que 19% vão guardar entre 30% e 50% do 13º e 18% vão guardar até 30% do valor.

Fonte: Infomoney

Indústria gaúcha fecha 2020 confiante

Indústria gaúcha fecha 2020 confiante

Os industriais gaúchos terminam o ano com expectativa positiva para as suas empresas e em relação à economia do País. É o que revela o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI-RS), divulgado nessa quarta-feira (16) pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), crescendo um ponto ante novembro. Desde maio, o aumento foi de 34,1 pontos, alcançando 66,1 em dezembro. Todos os componentes do ICEI-RS – condições atuais e expectativas – subiram este mês.

O ICEI-RS varia de zero a 100 pontos. Valores acima de 50 apontam confiança, que aparece mais disseminada entre os empresários quanto maior for o índice. O Indicador de Condições Atuais cresceu 39,5 pontos em sete meses consecutivos e alcançou, em dezembro, o maior valor da série histórica iniciada em janeiro de 2010: 64 pontos, contra 62,9 de novembro. O Indicador de Condições Atuais da Economia Brasileira atingiu 61,6 pontos, alta de 2,2 ante o mês passado. O percentual de empresários gaúchos que percebe melhora na economia brasileira é quase cinco vezes ao do que percebe piora: 55,1% e 11,2%, respectivamente. O Indicador de Condições Atuais das Empresas renovou o recorde histórico, passando de 64,6 pontos, em novembro, para 65,2, em dezembro, com 65,3% dos empresários acreditando em melhora e somente 6,6%, em piora.

Para os próximos seis meses, o otimismo está ainda maior na pesquisa realizada entre 1º e 11 de dezembro com 197 empresas, sendo 39 pequenas, 65 médias e 93 grandes. O Índice de Expectativas cresceu um ponto na comparação com novembro e termina o ano em 67,2. O resultado bem acima de 50 revela amplo predomínio do otimismo. As expectativas são positivas para a economia brasileira, com índice de 63,4 pontos. Em dezembro, quase seis em cada dez empresas no RS (58,7%) seguem otimistas com a economia. Apenas 6,6% continuam pessimistas. O Índice de Expectativas das Empresas cresceu de 68,2, em novembro, para 69,2, em dezembro, mostrando um otimismo disseminado com relação ao futuro.

Fonte: Jornal do Comércio

Congresso aprova LDO e garante autorização para despesas em 2021

Congresso aprova LDO e garante autorização para despesas em 2021

O Congresso aprovou nesta quarta-feira (16) o projeto de LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2021, que dá os rumos do Orçamento no próximo ano. A proposta agora vai à sanção.

O Ministério da Economia aguardava a aprovação desse texto. Sem a aprovação dessa lei, o governo poderia ficar sem autorização para realizar qualquer despesa, mesmo as obrigatórias, como salários e aposentadorias.

A LDO foi aprovada mesmo com apoio de partidos de oposição, que queriam evitar uma completa paralisação dos serviços públicos, pagamentos de benefícios e programas do governo.

O Orçamento de 2021, que determina as verbas para cada área, no entanto, só deve ser votado pelo Congresso em fevereiro. A proposta orçamentária foi alvo de disputa política entre parlamentares governistas e da ala independente ao Palácio do Planalto, como o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Mas já prevê um mecanismo caso o Orçamento não seja aprovado até dezembro. Assim, se o ano começar sem Orçamento, a LDO autoriza que o governo execute gastos obrigatórios, como despesas de pessoal, e 1/12 do que está previsto em despesas discricionárias – de custeio da máquina pública.

O governo pediu que essa trava fosse flexibilizada, mas o relator do projeto, senador Irajá (PSD-TO), rejeitou a ideia.

A proposta de Lei de Diretrizes Orçamentárias prevê uma meta de déficit público de R$ 247,1 bilhões para o governo federal. Essa estimativa de rombo é maior do que as projeções anteriores, que estavam em torno de R$ 230 bilhões.

Segundo o Ministério da Economia, novos gastos, devido à pandemia, como a compra de vacinas, deverão ainda ser contabilizados no balanço do próximo ano. Por isso, o governo não descarta a possibilidade de novos créditos extraordinários (verba fora do teto de gastos) para enfrentar a Covid-19 em 2021.

O teto de gastos foi criado em 2016, durante o governo do ex-presidente Michel Temer (MDB), e impede que as despesas públicas cresçam acima da inflação.

Por causa do repique na inflação, o governo elevou para R$ 1.088 a projeção de aumento do salário mínimo no próximo ano. Em agosto, a previsão do Ministério da Economia era que o piso salarial subisse do valor atual (R$ 1.045) para R$ 1.067.

O aumento para R$ 1.088 representaria uma elevação de R$ 14,4 bilhões nas despesas públicas do próximo ano, como aposentadorias e pensões.

O projeto da da LDO de 2021 também prevê a criação de uma rubrica específica para emendas do relator do Orçamento, senador Márcio Bittar (MDB-AC).

No Orçamento de 2020, esse instrumento também foi debatido. Os parlamentares destinaram cerca de R$ 30 bilhões para serem usados pelo relator da lei orçamentária deste ano, deputado Domingos Neto (PSD-CE), que passou a controlar uma verba maior que muitos ministérios.

A ideia era que Neto fosse consultado por diversos ministros antes de a pasta aplicar os recursos. O poder dado ao Congresso, que daria o aval à liberação do dinheiro, irritou aliados do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na época.

A proposta de LDO de 2021, no entanto, não prevê regras de controle sobre a verba a ser classificada como emendas de Bittar. Ou seja, o texto não determina que, para o dinheiro ser usado, deverá passar pelo crivo do relator do Orçamento.

Mas permite que o Congresso faça alocações de recursos em programas e obras que podem não ser consideradas prioritárias pelo governo e, em caso de necessidade de mudança no Orçamento ao longo de 2021, o texto limita a possibilidade de uma simples portaria do Ministério da Economia realocar essa verba.

Fonte: Folhapress

Dez municípios concentram 41,6% do PIB do RS

Dez municípios concentram 41,6% do PIB do RS

Dez municípios do Rio Grande do Sul concentravam 41,6% do Produto Interno Bruto (PIB) gaúcho em 2018. Com Porto Alegre na liderança, o ranking das 10 maiores economias do Estado tem na sequência Caxias do Sul, Canoas, Gravataí, Rio Grande, Santa Cruz do Sul, Novo Hamburgo, Passo Fundo, São Leopoldo e Triunfo.

Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (16) pelo Departamento de Economia e Estatística, vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (DEE/SPGG). O estudo foi elaborado em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que também apresentou os dados de municípios de todo o País.

Caxias do Sul e Rio Grande foram os que mais ganharam em participação no ranking do PIB do Rio Grande do Sul relativo ao ano de 2018. Os dados mais recentes sobre a atividade econômica dos municípios mostram que a soma dos bens e serviços produzidos pela cidade da Serra chegou a R$ 24,68 bilhões ou 5,4% do PIB do RS – avanço de 0,24 ponto percentual na comparação com 2017, o maior ganho percentual do Estado. Com um PIB de R$ 10,85 bilhões em 2018, Rio Grande teve um avanço de 0,19 ponto percentual em relação ao ano anterior, o segundo maior do Estado.

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No ranking das 10 maiores economias do RS, Caxias do Sul e Rio Grande mantiveram em 2018 os mesmos postos de 2017, segundo e quinto lugares, respectivamente. Na lista, Porto Alegre segue na liderança, com um PIB de R$ 77,13 bilhões. No ano, a capital dos gaúchos, no entanto, viu nova queda na sua fatia de participação no total do RS, com perda de 0,45 ponto percentual, a maior entre os 497 municípios, o que a fez concentrar 16,9% do PIB do Estado.

Entre os destaques positivos, estão a subida de São Leopoldo, que passou a figurar no Top 10 (11° em 2017 para 9° em 2018), e Santa Cruz do Sul, que ganhou quatro posições (10° em 2017 para 6° em 2018). Entre os destaques negativos estão Pelotas, que em 2018 saiu do ranking das 10 maiores economias do RS (de 9° em 2017 para 11° em 2018) e Triunfo, que perdeu três posições (de 7° em 2017 para 10° em 2018).

“De maneira geral, municípios mais industrializados foram beneficiados em 2018, uma vez que a indústria de transformação foi um setor que apresentou importante crescimento em relação a 2017. Quanto aos municípios em que a agropecuária é relevante, os mais beneficiados foram os que produzem soja, produto que apresentou queda na produção, mas aumento expressivo dos preços no ano”, assinala Martinho Lazzari, pesquisador em economia do DEE/SPGG.

Como tradicionalmente ocorre, a divisão do montante do PIB pela população colocou novamente Triunfo, sede do Polo Petroquímico, na primeira posição. Com um PIB per capita de R$ 304.208, o valor é pouco abaixo do registrado em 2017, mas ainda muito à frente dos seguintes no ranking, Pinhal Grande (R$ 157.011) e Muitos Capões (R$ 136.948). Os municípios com maiores PIB per capital geralmente possuem baixa população, mas contam com atividades econômicas que geram grandes riquezas, como geração de energia ou produção de soja.

Na outra ponta da lista, dos municípios com menor PIB per capita em 2018, estão Alvorada (R$ 12.914), Barra do Guarita (R$ 12.980) e Cerro Grande do Sul (R$ 13.285). Todos são municípios onde a principal atividade econômica é a própria administração pública.

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Assim como em 2017, em 2018 o Rio Grande do Sul permaneceu com quatro cidades no ranking das 100 maiores economias do país. Porto Alegre se manteve na sétima posição no país, seguida no Estado por Caxias do Sul (que pulou de 40ª para 37ª), Canoas (de 47ª para 49ª) e Gravataí (de 79ª para 89ª).

Fonte: Jornal do Comércio

Um terço dos brasileiros pretende consumir menos em 2021

Um terço dos brasileiros pretende consumir menos em 2021

Os números dão pistas a respeito dos impactos da pandemia e sobre o que as famílias fizeram para enfrentar o período de dificuldades.

Com a economia ainda se recuperando dos impactos trazidos pela pandemia do novo coronavírus, um em cada três brasileiros pretende consumir menos bens e serviços em 2021. Esta é uma das conclusões da pesquisa “Retratos da Sociedade Brasileira”, feita pela Confederação Nacional do Comércio (CNI) para avaliar os efeitos econômicos, entre a população, da covid-19. Os dados mostram que 35% dos entrevistados planejam consumir menos no próximo ano, na comparação com o verificado antes da pandemia. Outros 41% declararam que vão consumir da mesma forma.

Os números dão pistas a respeito dos impactos da pandemia sobre a disposição do brasileiro em consumir e sobre o que as famílias fizeram para enfrentar o período de dificuldades.

Conforme a pesquisa, para um quarto dos entrevistados, o principal motivo para justificar o desejo de consumir menos em 2021 é que, durante a pandemia, os brasileiros conseguiram economizar e, agora, esperam continuar fazendo isso.

“Em suma, as alternativas que refletem mudança de hábitos da população (…) são a principal razão para a queda no consumo após a pandemia (somam 63% das respostas)”, registrou a CNI na pesquisa.

Os números mostram um dos impactos da pandemia sobre o orçamento do brasileiro. Na prática, muitas famílias decidiram poupar mais ou gastar menos por medo de que, com a crise, a renda diminua. Nos últimos meses, o próprio Banco Central vinha citando o fenômeno, chamado de poupança “precaucional” em seus documentos técnicos.

Os dados da caderneta de poupança – aplicação mais comum entre os brasileiros – divulgados nos últimos meses ilustram este movimento. Em fevereiro e março, antes do acirramento da pandemia, a poupança registrou saques líquidos de R$ 15,9 bilhões. De março a novembro, com a renda e o emprego já impactados pela pandemia, houve depósitos líquidos de R$ 161,6 bilhões na caderneta.

Fonte: Infomoney

É preciso fazer da educação financeira um caminho sem volta, diz Febraban

É preciso fazer da educação financeira um caminho sem volta, diz Febraban

O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, afirmou que o Programa de Aceleração Meu Bolso em Dia Febraban, lançado nesta terça-feira, 15, tem como objetivo principal escalar a orientação aos consumidores brasileiros. O foco da ação, feita em conjunto pela entidade com o Banco Central, é ir além daqueles que já são atendidos pelo setor bancário por meio do incentivo de ações junto a empresas, que podem ou não integrar o mundo financeiro.

“Precisamos fazer da educação financeira um caminho sem volta. Por meio do programa, queremos escalar o compromisso de orientar consumidores”, disse ele, durante evento virtual do lançamento da iniciativa.

O Programa de Aceleração Meu Bolso em Dia Febraban prevê investimentos da ordem de R$ 1 milhão em mentorias, workshops e aportes financeiros em empresas que desenvolvam ações de educação financeira. O presidente da Febraban afirmou ainda que a entidade vai lançar uma plataforma de educação financeira. Prometeu também um índice de saúde financeira dos brasileiros.

O programa da Febraban em conjunto com o BC vai selecionar 20 projetos na primeira fase, cuja duração prevista é de oito meses.

A etapa de inscrições tem início nesta terça, dia 15, e vai até 9 de fevereiro de 2021, no site da campanha.

A segunda fase do processo seletivo terá duração de cinco semanas. Nesta etapa, as empresas irão elaborar o plano de negócio dos projetos. Ao final, serão selecionados cinco, que receberão mentoria e acompanhamento adicional por 12 meses.

“É uma iniciativa inédita, pioneira e mais uma parceria entre o Estado e a iniciativa privada. É um desafio grande levar educação financeira às pessoas”, disse o diretor de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta do Banco Central, Mauricio Moura. “Foi uma ideia nascida em 2019. Um daqueles sonhos impossíveis. Hoje, a gente prova que virou realidade”, acrescentou.

Fonte: Infomoney

Leilão de área móvel da Oi desta segunda concentrará ainda mais a telefonia no Brasil

Leilão de área móvel da Oi desta segunda concentrará ainda mais a telefonia no Brasil

Se confirmada, a venda da divisão de celulares da Oi (OIBR3;OIBR4) para o consórcio formado por Vivo (VIVT3), TIM (TIMS3) e Claro, em leilão marcado para esta segunda-feira, vai provocar a maior concentração no setor de telefonia móvel dos últimos 15 anos.

O Brasil experimentou concentração mais alta nos tempos do monopólio do Sistema Telebrás para telefonia fixa. Mas isso acabou em 1997, com a privatização e divisão da rede em 12 grupos com atuações regionais. Ao longo dos anos, porém, houve uma espécie de movimento reverso, com a junção desses grupos em conglomerados, como é o caso da própria Oi (antiga Telemar, que arrematou a Brasil Telecom).

Existe um termômetro de concentração usado por órgãos antitruste mundo afora, que é o Índice Herfindahl-Hirschman (HHI). Ele vai de 0 a 10.000 pontos, sendo que, quanto mais alto, mais concentrado. No Brasil, um cenário até 2.500 pontos é considerado de concentração moderada e, acima disso, requer análise aprofundada de riscos de abusos de poder, conforme parâmetros do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

O termômetro das telecomunicações no Brasil oscilou de 2.400 a 2.700 pontos entre 2005 e 2020 e vai subir para cerca de 3.300 se a venda da Oi Móvel para as rivais for confirmada. Será o maior salto já registrado no setor, de acordo com levantamento da consultoria internacional Omdia. “O mercado vai ficar nas mãos de três grupos nacionais: Vivo, TIM e Claro. Então, teremos uma concentração maior”, diz o analista sênior da Omdia, Ari Lopes.

Essa trajetória é apontada por especialistas como um desdobramento natural para o setor, que persegue ganhos de escala para diluir os custos de instalação e atualização constante das redes. Basta observar as mudanças nas comunicações desde o 2G. Como quase toda a população já tem celular, não há mais consumidores novos para fisgar. Na verdade, as teles vêm perdendo clientes desde 2014, quando deixou de ser importante para os usuários ter chips de várias operadoras para economizar nas chamadas, e muitos acabaram desligados.

“Há mais de cinco anos o setor não cresce. Nesse cenário, a consolidação é quase inevitável”, afirma Lopes. “As empresas que não conseguiram alcançar escala são os alvos das aquisições.”

Recuperação judicial

O caso da Oi se encaixa nessa lógica. A antiga supertele nacional entrou em recuperação judicial em 2016 com uma dívida de R$ 64 bilhões. Mais da metade disso foi renegociado, mas a própria direção diz que a operadora não terá condições de se sustentar no médio prazo sem vender as redes móveis – que tiveram lance de R$ 16,5 bilhões do consórcio de rivais.

A Oi tem 16% de participação no mercado móvel, atrás de Vivo (33%), Claro (26%) e TIM (23%). Sem dinheiro, a tele já ficou de fora do último leilão de faixas para tráfego dos sinais de 4G, o que prejudicou sua capacidade de aprimorar o serviço. Agora, seu futuro é incerto. No ano passado, a Nextel também sentiu o peso da falta de escala e acabou sendo vendida, em um situação pré-falimentar, para a Claro.

“Em tese, um grau de concentração mais alto implica diminuir a concorrência. Só que a Oi é uma empresa em recuperação judicial, com poucos recursos para investir e que pode sucumbir e sair do mercado de qualquer fora”, afirma o ex-conselheiro do Cade e professor de economia na Fundação Getulio Vargas (FGV) Arthur Barrionuevo.

Segundo ele, o argumento de maior concentração não seria um impeditivo, por si só, para justificar a reprovação do fatiamento da companhia entre as rivais sob os olhos do Cade. “Qual benefício a Oi está oferecendo para telefonia móvel?”, questiona Barrionuevo.

Já o consultor e ex-presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) Juarez Quadros tem uma visão mais cautelosa. “O consumidor poderia ser beneficiado, porque as empresas vão ganhar escala e investir mais em inovação e qualidade”, diz. “Por outro lado, precisamos ver como fica a estratégia comercial. O consumidor pode não ser prestigiado nas ofertas de pacotes e sofrer algum aumento de preços.”

Um ponto comum citado pelos especialistas para minimizar os efeitos da concentração do mercado é que as operadoras têm obrigações de cobertura e qualidade impostas pela Anatel. O órgão regulador é visto como um xerife atuante, que ajudou a reduzir as queixas da população na última década, quando a telefonia móvel foi massificada.

Outras países

Se a Oi Móvel for dividida entre o consórcio formado pelas rivais Vivo, TIM e Claro, o mercado brasileiro seguirá o mesmo rumo visto nas maiores economias do mundo, nas quais restaram apenas três grandes operadoras.

É assim hoje nos Estados Unidos, China, Japão, Alemanha, Itália, Canadá, Espanha, Portugal, Holanda, Austrália, México, Colômbia, Argentina e Uruguai.

O mercado com quatro grandes teles é menos comum, mas ainda é visto, como nos casos de Reino Unido, Índia, França, Rússia e Chile.

O levantamento foi compilado pelo consultor e ex-presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) Juarez Quadros. “A tendência de consolidação desse mercado é natural, tendo em vista as necessidades das empresas para ganho de escala e eficiência”, diz.

Fonte: Infomoney

Mais de dois terços dos jovens têm emprego precário, mostra pesquisa

Mais de dois terços dos jovens têm emprego precário, mostra pesquisa

Em 2017, aos 21 anos, o sul-mato-grossense Enivaldo Cabral Garcia desembarcou na capital paulista para trabalhar e bancar seus estudos. Sozinho e sem experiência, teve de aceitar o que apareceu pela frente para conseguir entrar no mercado de trabalho.

A esperança da carteira assinada deu lugar ao trabalho intermitente, sem estabilidade nem benefícios. Na época, o estudante de Direito arrumou trabalhos em eventos, na área de limpeza, e ganhava por dia.

Aos poucos, ele conseguiu melhorar sua posição, saindo de auxiliar para supervisor. “Mesmo assim, meu salário era bem inferior ao dos colegas mais velhos que faziam o mesmo que eu. Como precisava da renda, não reclamava.” Mais tarde, fez estágio na Defensoria Pública e, depois, conseguiu trabalho num call center. Este último, porém, foi interrompido pela pandemia. Formado em 2019, aguarda novo calendário para prestar o exame da OAB e buscar vaga na área.

A trajetória de Garcia resume a realidade do Brasil, onde mais de dois terços dos jovens (77,4%) têm emprego considerado de baixa qualidade. Ou seja, de cada 10 trabalhadores com até 24 anos, quase 8 trabalham em situação vulnerável, segundo levantamento da consultoria IDados. Em números absolutos, isso significa perto de 7,7 milhões de pessoas. Na faixa etária entre 25 e 64 anos, o porcentual é de 39,6% e, acima de 65 anos, de 27,4%.

Para considerar se um emprego é de má qualidade ou não, foram analisados quatro aspectos: salário, estabilidade, rede de proteção (INSS, por exemplo) e condições de trabalho. Em todos os pontos, o emprego dos jovens apresenta fragilidades, mas os piores são renda e estabilidade. Para cerca de 90%, a renda é inferior a seis vezes a cesta básica (varia de R$ 398 a R$ 539) e 75% têm menos de 36 meses de tempo de trabalho.

“No mundo todo, o jovem tem uma renda menor e maior dificuldade de se colocar no mercado. Mas, no Brasil, os porcentuais indicam uma qualidade do emprego pior por causa da maior rotatividade e da informalidade (no mundo, os porcentuais estão em torno de 60%)”, diz o economista Bruno Ottoni, pesquisador do IDados e responsável pelo trabalho.

Segundo o estudo, em 2019, a qualidade do emprego do jovem atingiu o pico de 79,1% e recuou para 77,4% no segundo trimestre deste ano. Ottoni explica que a crise da covid distorce os indicadores e, por isso, eles apresentam melhora no período.

O desempenho ocorre porque quem perdeu o emprego foi o trabalhador de renda mais baixa ou o informal. Os mais qualificados continuaram empregados. “Como a qualidade do emprego é calculada com base em quem está empregado, o indicador pode melhorar. Mas vai piorar assim que o trabalhador demitido voltar ao mercado de trabalho, provavelmente em ocupações piores.”

Fonte: Infomoney

Turbinadas pelo aumento nas concessões de crédito e pelo pagamento do auxílio emergencial, o volume vendido pelo comércio varejista alcançou novo nível recorde em outubro. As vendas cresceram 0,9% em relação a setembro, a sexta taxa positiva consecutiva, segundo dados da Pesquisa Mensal de Comércio, iniciada em janeiro de 2000 pelo IBGE.

Passado o período mais agudo da crise provocada pela pandemia de covid-19, o varejo acumulou um avanço de 32,9% desde maio, informou o IBGE ontem 10. Foi o terceiro mês seguido em que as vendas vêm alçando níveis recordes.

“Vemos que a economia está se recuperando em V, mas o dado não altera a preocupação e a incerteza no ano que vem quando os estímulos forem sendo retirados. A recuperação neste ano é em grande parte decorrente dos estímulos fiscais, de crédito e monetário que foram injetados na economia, que não vão poder ser mantidos nos níveis atuais no ano que vem”, avaliou o estrategista-chefe na América Latina do Banco Mizuho, Luciano Rostagno.

O volume vendido já está 8,0% acima do patamar de fevereiro, no pré-pandemia. O varejo ampliado, que inclui os setores de veículos e material de construção, cresceu 2,1% em outubro ante setembro e já está 4,9% acima do nível pré-pandemia.

PIB menos ruim

A recuperação mais forte que o previsto é compatível com uma contração menos aguda do PIB em 2020, de 3,50%, calculou o economista Alexandre Almeida, da corretora CM Capital.

“Esses dados tendem a puxar o PIB. Vão contribuir com um crescimento substancial, inclusive porque existe uma sazonalidade positiva de fim de ano, de compra de alimentos, móveis. É uma época na qual você costuma observar um crescimento substancial”, justificou Almeida, que espera crescimento no varejo nos últimos dois meses do ano.

Uma sequência de seis meses seguidos de avanços nas vendas varejistas não era vista desde 2013. “Mais de 80% das empresas relataram variação positiva nas vendas em outubro. Antes as variações positivas estavam muito concentradas nas vendas das grandes empresas. As pequenas empresas agora começaram a ter variação positiva mais distribuída”, apontou Cristiano Santos, analista da pesquisa do IBGE.

O cenário mais positivo fez a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) aumentar a projeção de crescimento para o varejo este ano: de 1,9% para 2,3%. A perspectiva de um desempenho melhor da atividade econômica em 2021 em um ambiente de juros ainda historicamente baixos devem fazer o comércio varejista ter um avanço de 4,2% no ano que vem, calculou o economista Fabio Bentes, da CNC.

Segundo o analista do IBGE, O avanço nas concessões de crédito para pessoas físicas, com taxas de juros mais baixas, compensou a perda de potência do auxílio emergencial, que teve o valor reduzido de R$ 600 para R$ 300 a partir de setembro.

Para ele, o que impediu uma alta maior no volume de vendas do comércio varejista foi a inflação de alimentos, que prejudica o desempenho dos supermercados. A atividade de supermercados teve uma elevação de 2,7% na receita nominal de vendas.

Fonte: Infomoney

Mercados e lojas de construção sustentam crescimento no varejo, diz FecomercioSP

Mercados e lojas de construção sustentam crescimento no varejo, diz FecomercioSP

Puxado pelos supermercados e pelas lojas de materiais para construção e sustentado pelo auxílio emergencial, o varejo paulista vai terminar o ano com alta de 2% no seu faturamento real em comparação a 2019, segundo Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista (PCCV), que utiliza dados da receita mensal informados pelas empresas varejistas ao governo paulista, da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

De acordo com a entidade, o setor perderia 3% do seu faturamento se o auxílio emergencial não fosse pago em meio à pandemia.

Em números absolutos, será um aumento de R$ 12 bilhões no orçamento final de 2020 em relação ao ano anterior, “um resultado menos destrutivo do que o esperado em meio à crise do coronavírus”, avalia.

A entidade ressalta também o desempenho assimétrico de setores do varejo. O melhor registro foi para as lojas de materiais de construção (alta de 15%), e o pior, para lojas de vestuário, tecidos e calçados (queda de 25%), uma diferença de 40 pontos percentuais. A Fecomércio destaca que em 2019, essa diferença foi de apenas 8 pontos porcentuais.

De acordo com a Fecomércio, depois dos lojistas do setor de construção, as atividades que mais vão crescer no ano serão supermercados (14%) e farmácias e perfumarias (9%).

Por outro lado, além das lojas de vestuário, as concessionárias de veículos também vão acabar 2020 com um tombo de 19% em comparação ao ano passado.

Fonte: Infomoney