De acordo com o chefe do Ministério da Economia, a medida vai impulsionar a recuperação de empresas atingidas pela crise da Covid-19
O ministro da Economia, Paulo Guedes, reforçou confiança na recuperação econômica com a votação da nova lei das falências. O projeto deve ser votado na quarta-feira, 25, pelo Senado. De acordo com o chefe da pasta, a medida vai impulsionar a recuperação de empresas atingidas pela crise da Covid-19.
“Nós vamos ter sucesso em transformar essa recuperação cíclica, que hoje é baseada no consumo, numa retomada do crescimento sustentável com base em investimentos”, afirmou Guedes, após uma reunião com o relator do projeto, senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG).
O ministro classificou o Congresso como “reformista” e destacou que o Legislativo avança apesar da pandemia.
Ao lado de Pacheco, do líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), e do ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, Guedes anunciou um acordo para aprovar o relatório da proposta.
De acordo com Pacheco, é possível aprovar o projeto nesta quarta e enviar o texto para sanção presidencial.
Para evitar o retorno do texto à Câmara, o relator anunciou um acordo para fazer apenas emendas de redação e negociar vetos com o presidente Jair Bolsonaro após a aprovação da medida no Senado, mantendo a essência da proposta.
Um dos dispositivos que podem ser vetados, disse Pacheco, é o que trata do poder “exacerbado” do Fisco nos processos de recuperação judicial.
De acordo com ele, o projeto aprovado na Câmara permite ao Fisco agir para transformar um processo de recuperação judicial em falência se houver inadimplência de uma empresa no parcelamento tributário.
Ele citou os projetos de autonomia do Banco Central, a nova Lei do Gás e o novo marco da cabotagem como pautas de baixo custo político que devem avançar
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta segunda-feira, 23, que há “conversas sendo feitas” e que logo depois do segundo turno das eleições virão “mais reformas”. “Estamos aqui conversando entre a eleição, primeiro turno, segundo turno, já têm mais coisas aí sendo costuradas, conversas sendo feitas e logo depois das eleições já vêm mais reformas”, afirmou Guedes em evento promovido pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).
Ele citou os projetos de autonomia do Banco Central, a nova Lei do Gás e o novo marco da cabotagem como pautas de baixo custo político que devem avançar. “Reformas estão vindo. Temos pauta mínima que deve avançar”, comentou Guedes.
“O BC independente está aí. Tenho certeza que a Câmara aprova logo mais. Sonho de mais de 40 anos, de despolitização da moeda”, afirmou o ministro da Economia, para quem o Brasil já tem cultura de estabilidade monetária, faltando a lei.
Situação contrária em relação ao controle de gastos, observou Guedes. “Temos lei de responsabilidade fiscal, mas falta cultura de controle de gastos”, disse o ministro, observando, por sua vez, que esse controle já está sendo implantado. “A democracia brasileira funcionou extraordinariamente bem para enfrentar a maior crise que o Brasil já enfrentou. Congresso foi reformista. Tomou as decisões”, comentou Guedes, voltando a destacar a medida que veta o aumento para o funcionalismo público.
O ministro ainda reafirmou a necessidade de aprovação do pacto federativo para que a classe política possa ter controle sobre o orçamento. “Desobrigando, desvinculando, desindexando despesas e entregando orçamentos públicos para classe política. Hoje o dinheiro brasileiro já está todo carimbado”, afirmou Guedes”. “Ministro é ferramenta, quem teve voto é governador, prefeito, eles que têm de tomar conta dos orçamentos públicos”, disse.
A disparada do IGP-M, índice mais utilizado na correção dos contratos de aluguel, tem colocado lojistas e shoppings novamente na mesa de negociação. Nos primeiros meses da pandemia, as partes chegaram a um acordo para a suspensão da cobrança do aluguel durante o período em que as lojas ficassem fechadas. Agora, com os shoppings reabertos mas com movimento ainda inferior ao do ano passado, os inquilinos pressionam as redes para evitar o repasse integral do IGP-M, que acumula alta de 24,25% em 12 meses – bem acima da inflação oficial (medida pelo IPCA), de 3,14%.
Embora as vendas do varejo tenham entrado num ciclo de recuperação, a Associação de Lojistas de Shoppings (Alshop) e a Associação Brasileira dos Lojistas Satélites (Ablos) argumentam que essa melhora ainda não é uniforme. Segundo as entidades, o volume de negócios está até 30% abaixo do registrado neste mesmo período de 2019.
“Qualquer argumento no sentido de não absorver esse aumento do IGP-M é válido. As vendas ainda não voltaram ao patamar do ano passado. Além disso, os lojistas não têm conseguido repor os estoques em razão da falta de insumos da indústria”, diz o diretor institucional da Alshop, Luis Augusto Ildefonso.
Ele explica que, desde o início da crise, os shoppings têm cedido nas negociações. “Se em abril e março houve algum endurecimento, logo depois, em maio e junho, houve concessões para não aumentar a vacância”, afirma. “Agora, em função das vendas mais baixas, há a expectativa de que haja acertos em relação a esse ajuste do IGP-M.” Ele aponta que os shoppings perderam “poder de bala” em razão do fechamento de lojas e do menor fluxo de clientes.
Para o presidente da Ablos e da rede de vestuário TNG, Tito Bessa Júnior, a aplicação do reajuste certamente levaria ao fechamento de lojas. “Temos de rever como os contratos foram feitos lá atrás. Se eles (os shoppings) não aceitarem, vai haver nova onda de fechamento de lojas”, diz.
A Associação Brasileira de Franchising (ABF) – setor que amargou queda de 6,9% nas vendas do terceiro trimestre na comparação anual – enviou cartas aos shoppings pedindo a troca do IGP-M pelo IPCA. Também cobrou a isenção do 13.º aluguel e o cancelamento da chamada taxa de repasse, equivalente a 10 aluguéis pagos ao shopping no caso de repasse do ponto a outro comerciante.
“Tem mudado muito a relação das franquias com os shoppings. Antigamente, o lojista praticamente implorava para ter um ponto. Agora, com a pandemia e a criação de novos canais de vendas, os shoppings terão de mostrar aos lojistas a que vieram”, avalia o presidente da ABF, André Friedheim. “As forças estão um pouco mais equilibradas, porque o varejista se reinventou.”
Justiça
Procuradas, as maiores redes de shoppings do País – Aliansce Sonae, BRMalls, Iguatemi e Multiplan – não deram entrevista sobre o tema. Mas advogados que atuam no ramo confirmam que o diálogo entre as partes têm sido a solução para evitar tanto a debandada de lojistas quanto a ausência completa de um ajuste nos aluguéis.
O sócio do escritório especializado no mercado imobiliário VBD Advogados, Olivar Vitale, acredita que a aplicação integral do IGP-M oneraria os inquilinos neste momento de crise econômica e sanitária e estaria sujeita a questionamentos legais. “Eu entendo que o IGP-M nas alturas cria um ônus excessivo para o locatário em benefício do locador, o que permitiria uma revisão do contrato justificado pela pandemia, que é fator externo fora do controle das partes.”
Já as conversas com as redes de restaurantes, que têm pontos em diversos shoppings, caminham para a aplicação do reajuste previsto em contrato, mas, ao mesmo tempo, embutem um desconto no valor de locação. Esses acordos têm sido feitos com duração de quatro a seis meses. “É uma questão que estará na mesa durante todo o próximo ano”, diz o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Paulo Solmucci.
KPMG entrevistou 569 executivos e empresários de diversos setores da economia, de todo o país
Com o controle da pandemia de covid-19 ainda longe do horizonte, continua crescendo o número de empresas que adiaram para 2021 a volta aos escritórios, mostra uma pesquisa da consultoria da KPMG, obtida com exclusividade pelo ‘Estadão’. No bimestre agosto-setembro, 38% dos entrevistados disseram que deixarão o retorno para 2021, acima dos 26% registrados na edição anterior da pesquisa.
A KPMG entrevistou 569 executivos e empresários de diversos setores da economia, de todo o País. No período da realização da pesquisa, os entrevistados ainda não tinham no radar a expectativa de uma segunda onda de avanço da pandemia, que já começa a aparecer com o aumento de casos da covid-19 e de internações.
Mesmo assim, nos últimos meses, enquanto parte das empresas começou o movimento de volta ao trabalho presencial – no bimestre agosto-setembro, 25% dos empresários entrevistados pela KPMG informaram que já tinham voltado, ante apenas 13% na pesquisa referente a junho-julho -, outra parte decidiu adiar de vez o retorno.
Oi, Petrobrás, Itaú Unibanco e Dafiti estão no grupo das companhias que decidiram deixar a volta para 2021.
Em setembro, a Oi anunciou aos funcionários que o retorno não ocorrerá antes de 31 de janeiro de 2021 – cerca de 80% de sua força de trabalho está em esquema de home office, informou a operadora de telefonia. Com a aproximação da data, a companhia poderá reavaliar a “volta gradual”.
A Petrobrás anunciou, na quarta-feira, que o trabalho remoto seguirá em vigor até 31 de março de 2021 para os empregados administrativos. Também na quarta-feira, o diretor executivo de finanças do Itaú Unibanco, Alexsandro Broedel, garantiu, durante uma palestra online, que os cerca de 55 mil funcionários do banco que estão em “home office” não voltam aos escritórios antes do início do fevereiro de 2021.
No escritório Costa Marfori Advogados, com unidades em São Paulo e no Rio, onde trabalham cerca de 50 profissionais, a volta deverá ficar para depois do fim de janeiro, já que as indicações são de que o recesso do Judiciário, no início do ano, será mantido, disse advogado Ricardo Marfori, sócio do escritório. Os sócios vêm se reunindo mensalmente para tratar do assunto.
Segundo Marfori, como o escritório já vinha experimentando permitir o trabalho de casa alguns dias da semana antes mesmo da pandemia, a adaptação foi rápida. As dificuldades ficaram concentradas no início, especialmente nas rotinas administrativas. Entre os profissionais do escritório, houve relatos de aumento de produtividade com o fim dos deslocamentos obrigatórios. Além disso, as audiências por teleconferência parecem ter vindo para ficar no Judiciário, disse Marfori.
Para o advogado, os problemas ficam concentrados no relacionamento com os clientes. “A advocacia em si é muito pessoal, presencial. O cliente quer ouvir o advogado, numa reunião olho no olho. Assim como alguns atos processuais dependem da oralidade (presencial)”, afirmou Marfori.
A terceira edição da pesquisa da KPMG também confirmou duas tendências: o movimento de retorno aos escritórios será gradativo, com rodízio entre os funcionários; e, no futuro, mesmo com a pandemia controlada, as empresas deverão adotar algum modelo híbrido, que permita aos funcionários trabalhar parte do tempo remotamente, de casa, e parte no escritório. “É algo como ficar dois dias em casa e três dias no escritório”, afirmou André Coutinho, sócio-líder de Advisory da KPMG no Brasil.
A Dafiti, loja online de vestuário, que, ainda no fim de agosto, tomou a decisão de marcar a volta aos escritórios apenas em 2021, apostará nesse modelo.
No início deste mês, a empresa informou aos mil funcionários que estão trabalhando remotamente nas unidades espalhadas por Brasil, Argentina, Chile e Colômbia, que adotará um modelo de trabalho “remoto-flexível”.
Segundo a assessoria de imprensa da Dafiti, os funcionários poderão escolher de onde trabalhar, sem presença mínima no escritório, e as equipes terão maior autonomia e responsabilidades para gerenciar horários.
A Oi também informou que, “nas próximas semanas”, abrirá inscrições para um programa de home office, caso “alguns colaboradores prefiram permanecer trabalhando de casa quando a volta for autorizada”.
As dúvidas geradas sobre o impacto das medidas de flexibilização do trabalho no cálculo de férias e 13º salário para quem reduziu ou suspendeu a jornada durante a pandemia ganharam um novo ingrediente. Sem uma lei que defina qual o procedimento a ser adotado nesses casos– se o pagamento integral ou proporcional dos benefícios aos trabalhadores -, as empresas buscam orientações legais de como proceder. No entanto, não há consenso nem mesmo entre notas oficiais divulgadas pelo Ministério da Economia e o Ministério Público do Trabalho, o que aumentou ainda mais os questionamentos.
A Nota Técnica SEI n° 51.520/2020/ME, divulgada nesta terça (17) pelo Ministério da Economia, diz que férias e 13º salário devem ser pagos com base no salario integral do funcionário. Já no caso de suspensão do contrato, a recomendação é que o cálculo dos benefícios seja proporcional aos meses em que o funcionário trabalhou 15 dias ou mais, se o funcionário trabalhou 15 dias ou mais ele deverá receber o avo correspondente aquela competência.
O documento foi publicado três semanas após a diretriz orientativa do Ministério Público do Trabalho (MPT), divulgada em 29 de outubro, a qual defende que, para reflexos trabalhistas, as empresas devem fazer o pagamento integral do 13º salário e das férias a todos os trabalhadores. Ou seja, para o MTP, o valor deve considerar o período contínuo de trabalho, sem a dedução do tempo em que estiveram (ou ainda estão) afastados.
O contador Flávio Ribeiro Júnior, VP Fianças do Sescon-RS, explica que a nota técnica está embasada nas leis n° 4.090, de 1962, Lei 14.020, de 2020 e artigos 130, 142 e 145 da CLT. Assim, contratos suspensos durante a pandemia nos quais o funcionário não trabalhou 15 dias ou mais no mês irão receber irão receber proporcionalmente o avo, correspondente a competência no qual trabalhou 15 dias ou mais, tendo como base o salario contratual.
“A mesma lógica é aplicada na contagem das férias, ou seja, o período suspenso do funcionário não conta”, diz Ribeiro, ao reforçar que esta regra se aplica a períodos de suspensão de trabalho. Para contratos que tiveram a redução proporcional de jornada e de salário, a Nota Técnica traz que o pagamento do 13° salário deverá levar em consideração o salário integral do funcionário, e não o salário reduzido.
No entanto, entidades representativas como a Central Única dos Trabalhadores (CUT) defendem que as empresas devem seguir a orientação do MPT e efetuar o pagamento integral dos benefícios. “O governo demorou e ainda estabeleceu regras contrárias à orientação do Ministério Público do Trabalho de pagamento integral do 13º nos casos de suspensão de contrato. Essa divergência poderá ser judicializada”, diz a CUT em seu site.
Então, afinal, que caminho seguir? “As duas orientações seguem bases legais e são válidas. O que resta é interpretar qual delas adotar”, afirma Luis Wulff, Advogado e Sócio da Sturmer e Wulff Advogados. O principal, diz o especialista, está no tamanho da conta em cada um dos casos. “A decisão deve ser tomada com esse mapa de riscos em mãos”, alerta. A tendência, explica Wulff, é que a questão seja discutida na Justiça e só se tenha uma resposta definitiva depois que o tema for apreciado em todas as instâncias de julgamento.
Encerrada nesta quinta (19), em Caxias do Sul, a 29ª edição da Mercopar – Feira de Inovação Industrial foi definida por André Vanoni de Godoy, superintendente do Sebrae RS, como maravilhosa e que entrará para história como demonstração de coragem, resiliência e disciplina de todos os envolvidos. Para ele, mesmo em meio a um cenário de pandemia, o evento se superou e conseguiu ser melhor que a edição passada do ponto de vista qualitativo. “Em termos de tamanho foi menor em expositores e visitantes pela limitação imposta em função dos protocolos sanitários. Mas qualitativamente foi muito melhor”, destacou.
A feira teve 235 expositores e a expectativa era de 10 mil visitantes. O balanço com volume de negócios e número oficial de visitantes será divulgado nesta sexta. Godoy assinalou, no entanto, que feira cumpriu com seu papel de propiciar negócios, melhorar o faturamento e subsidiar o setor com ferramentas para preparar-se para o que virá em 2021.
O superintendente lembrou que os protocolos foram construídos com a participação de outras entidades e realização de feiras testes em Bento Gonçalves e Caxias do Sul, além de articulações com o governo para assegurar segurança a todos os envolvidos. Ele acredita ser possível manter nas próximas edições algumas destas medidas, como corredores mais amplos e sistemas de higienização.
Considera pouco provável, no entanto, repetir o formato de estandes distanciados. Argumenta que é preciso criar espaços para a participação de mais expositores e admitiu a possibilidade de usar mais um pavilhão – nesta edição foram usadas as instalações do Centro de Eventos e do pavilhão um, totalizando 15 mil metros quadrados de área. Também entende como viável manter as plataformas digitais pelas quais foi possível acompanhar todos os conteúdos apresentados, bem como realizar negócios. “Vamos avaliar o evento internamente e considerar o feedback dos clientes para a tomada das decisões”.
Godoy assegurou a realização da 30ª edição em Caxias do Sul, em data ainda não definida. Destacou que os promotores receberam total apoio do poder público, que atendeu pedidos de melhorias na estrutura do parque, e participou ativamente na definição dos protocolos de segurança.
Tecnologia em defesa da saúde
A tecnologia auxiliou no cumprimento dos protocolos de segurança sanitária adotados na Mercopar. O evento contou com robôs para apoiar em tarefas como veicular mensagens de cuidados, medir a temperatura dos visitantes e conferir o uso da máscara.
Um holograma humano 3D dava as boas-vindas ao público e reforçava os cuidados com a segurança contra o coronavírus. A tecnologia funciona por sensor de presença, de modo que, toda vez que uma pessoa passava, era acionada uma mensagem previamente gravada. Em parceria com a Marcopolo Next, a Mercopar dispôs do safe check-in, um totem de autoatendimento, que contribuiu na prevenção de contaminações. A solução tem leitor de temperatura, verificação de uso de máscara, validador de acesso e álcool gel.
Outra atração foi o Robô Coronatech, um humanoide com interface amigável que tinha como uma de suas funções fazer a aferição de temperatura dos participantes, detectando quem estivesse com valor superior a 37,8°C. O Coronatech também foi responsável pela gestão de densidade de público, que consiste na contagem de quem entra e sai do evento.
A utilização dessas tecnologias fez parte de uma série de medidas adotadas pelos organizadores da Mercopar. Para a realização do evento, visando à segurança de todos os envolvidos, foram estipulados rígidos protocolos de segurança sanitária visando evitar a disseminação da Covid-19. Com credenciamento online, a feira teve controle de acessos dos participantes e distanciamento necessário. Também houve intensiva higienização dos espaços e estações com álcool gel, além de uma série de outros cuidados.
Trabalhadores com jornada de trabalho reduzida devem receber férias e 13º salários com base na remuneração integral. No caso dos contratos suspensos, o pagamento será proporcional, considerando os meses em que houve 15 dias ou mais de trabalho.
A conclusão está em nota técnica produzida pela Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia que analisa os efeitos dos acordos de suspensão do contrato de trabalho e de redução proporcional de jornada e de salário, por meio do Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (BEM). O programa foi lançado pelo governo federal como uma das medidas para enfrentar a crise gerada pela pandemia de covid-19. Para responder a questionamentos sobre o pagamento de férias e 13° salário para trabalhadores incluídos no BEM, a secretaria produziu a nota técnica.
Segundo a nota, trabalhadores com jornada de trabalho reduzida devem receber as parcelas de 13º e férias com valor integral. “Esta regra deve ser observada especialmente nos casos em que os trabalhadores estiverem praticando jornada reduzida no mês de dezembro”, diz a secretaria. De acordo com a legislação, o 13º salário corresponde a 1/12 avos da remuneração devida em dezembro, por mês de serviço.
Para os contratos suspensos, os períodos de suspensão não devem ser computados como tempo de serviço e para cálculo de 13º. A exceção é para os casos em que os empregados prestaram serviço por mais de 15 dias no mês, que já estão previstos na legislação vigente, favorecendo, assim, o trabalhador. A partir de 15 dias de trabalho o cálculo do 13º é feito como se fosse um mês integral.
“A diferenciação ocorre porque, na redução de jornada, o empregado permanece recebendo salário, sem afetar seu tempo de serviço na empresa, o que permite computar o período de trabalho para todos os efeitos legais. Com a suspensão dos contratos de trabalho, no entanto, a empresa não efetua pagamento de salários e o período de afastamento não é considerado para contagem de tempo de serviço, afetando assim o cálculo das férias e do 13º”, diz a secretaria.
A nota técnica esclarece que os períodos de suspensão do contrato de trabalho não são considerados no cálculo de tempo para ter direito a férias. “Os períodos de suspensão do contrato de trabalho não são computados para fins de período aquisitivo de férias, e o direito de gozo somente ocorrerá quando completado o período aquisitivo, observada a vigência efetiva do contrato de trabalho”, diz a nota.
Entretanto, diz a secretaria, por meio de acordo coletivo ou individual, ou decisão do empregador, é possível considerar o período de suspensão na contagem do tempo e pagar o valor integral do 13º salário e conceder férias.
“Observando-se a aplicação da norma mais favorável ao trabalhador, não há óbice para que as partes estipulem, via convenção coletiva de trabalho, acordo coletivo de trabalho, acordo individual escrito, ou mesmo por liberalidade do empregador, a concessão de pagamento do 13º ou contagem do tempo de serviço, inclusive no campo das férias, durante o período da suspensão contratual temporária e excepcional”, ressalta a nota técnica.
Se confirmado, o faturamento será 6% maior que o dessa temporada de liquidações de 2019, quando somou R$ 3,67 bilhões.
O comércio varejista deve movimentar um recorde de R$ 3,74 bilhões em vendas na campanha de promoções da Black Friday deste ano, calcula a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Se confirmado, o faturamento será 6% maior que o dessa temporada de liquidações de 2019, quando somou R$ 3,67 bilhões. Descontada a inflação do período, as vendas terão crescimento real de 1,8% em relação a igual período do ano passado.
“Será a primeira data do varejo a registrar crescimento este ano, pelo menos até agora. Desde a Páscoa até o Dia das Crianças, todas as datas comemorativas registraram queda nas vendas”, lembrou o economista Fabio Bentes, responsável pelo cálculo da CNC.
O volume vendido pelo comércio eletrônico terá um salto de 61,4% na campanha de promoções da Black Friday deste ano, enquanto as lojas físicas venderão 1,1% a mais. No entanto, as vendas online motivadas pela data devem ficar em torno de R$ 400 milhões, enquanto os R$ 3,34 bilhões restantes serão arrecadados em lojas físicas.
“O peso da loja física ainda é muito maior que o do e-commerce. As vendas online cresceram muito nos últimos meses, mas a gente estima que a participação do comércio eletrônico no varejo esteja em torno de 8%”, justificou Bentes.
O levantamento considera que a nova onda de contaminação e internações pela covid-19 no País não se traduza em fechamento de estabelecimentos comerciais até a Black Friday. Se as medidas de restrição à disseminação do novo coronavírus forem novamente impostas nas próximas semanas, a projeção da CNC para uma elevação de 2,2% nas vendas do Natal deste ano em relação ao de 2019 pode ser ameaçada.
“As medidas restritivas que estão sendo consideradas neste momento ainda não foram implementadas, e a Black Friday já é na semana que vem. Então acho que isso não atrapalhará tanto o varejo físico neste momento, porque elas ainda serão anunciadas. Se tiver piora na situação da pandemia, aí sim o Natal pode ser afetado por essas novas restrições”, previu Fabio Bentes.
A Black Friday foi incorporada ao calendário do varejo nacional em 2010, mas já é a quinta data mais relevante para o setor, atrás do Natal, Dia das Mães, Dia das Crianças e Dia dos Pais, aponta a CNC.
Em 2020, o segmento de eletroeletrônicos e utilidades domésticas deve movimentar R$ 1,022 bilhão, seguido pelos ramos de hipermercados e supermercados (R$ 916,9 milhões), móveis e eletrodomésticos (R$ 853,4 milhões), vestuário, calçados e acessórios (R$ 328,7 milhões) e perfumaria e cosméticos (R$ 247 milhões).
Produtos com probabilidade de descontos efetivos
A CNC fez um estudo de preços para identificar os produtos com maior probabilidade de descontos efetivos e outros que poderiam cair no fenômeno informalmente conhecido como “Black Fraude”.
Segundo uma coleta diária de preços de mais de dois mil itens agrupados em 48 linhas de produtos ao longo dos últimos 40 dias encerrados em 15 de novembro, os produtos com mais chances de terem descontos atrativos são os consoles de videogame, que ficaram 19% mais baratos no período. Em seguida aparecem notebooks, 17% mais baratos no período anterior às promoções; games para PC (14% mais baratos); calça masculina (13% mais baratos); aspirador de pó e água (-11%), Smart TV Box (-10%); e tênis (-8%).
Na direção oposta, ficaram mais caros nas semanas que antecedem a Black Friday – e por isso menos propensos a descontos efetivos – os óculos de sol (10%), joystick (15%), camisas de clubes de futebol (17%), colchão (21%) e bicicleta (22%).
“A loja que vende uma bicicleta vai ter que dar um desconto de pelo menos 30% para chamar atenção. O desconto, para ser efetivo, teria que ser ao menos de 23%. E a gente pesquisa os cinco modelos de bicicletas mais vendidos em cinco lojas diferentes. A chance de todas darem o desconto é pequena. E a loja pode dar o desconto em apenas uma das bicicletas, nos outros modelos não. Por isso que a chance de um desconto efetivo de fato é maior num videogame, laptop, aspirador de pó”, explicou Bentes.
O secretário de Política Econômica do Ministério da Economia comentou que os desempenhos do comércio, indústria e consumo estão em valores pré-crise.
O secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, avaliou nesta terça-feira, 17, os altos custos de contratação com carteira assinada no Brasil precisam ser endereçados e alegou que o governo tem trabalhado em várias frentes para reduzir a burocracia e o custo para se contratar no País.
“O emprego vai crescer em 2021. Os dados são muito claros que o grosso do desemprego vem do setor informal, que voltará a contratar com a volta dos serviços e a redução das medidas de distanciamento social”, afirmou Sachsida. “Vamos ter que devolver ao trabalhador o inalienável direito de escolher para quem e quando trabalhar. Se ele quer trabalhar, deixa ele em paz”, completou.
Setores
O secretário de Política Econômica do Ministério da Economia comentou que os desempenhos do comércio, indústria e consumo estão em valores pré-crise. O Ministério da Economia revisou sua projeção para a recessão em 2020, espera agora uma queda de 4,5% no Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. Anteriormente, a retração estimada para a economia neste ano era de 4,70%.
“Indicadores antecedentes do PIB como papelão ondulado e venda de óleo diesel, já estamos em valores superiores ao de antes da crise, assim como o fluxo de veículos pesados. Isso nos dá muita confiança de que estamos no caminho de uma retomada sustentável”, afirmou o secretário.
Segundo Sachsida, a retomada da atividade no terceiro trimestre foi puxada pelos setores de comércio e indústria, enquanto o resultado do quarto trimestre de 2020 deverá se impulsionado pelo setor de serviços.
Sashcida lembrou que a maior parte do desemprego vem do setor informal, que tem mais flexibilidade que o setor formal para recontratar. “A população ocupada irá crescer em 2021 de maneira muito rápida com a redução do distanciamento social.”
Todas as projeções para a inflação em 2020 estão abaixo do piso da meta deste ano, de 4,00%.
Com alta nos preços de alimentos nos últimos meses, o Ministério da Economia revisou para cima sua projeção para a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2020. De acordo com a nova grade de parâmetros macroeconômicos da pasta, a estimativa para a alta de preços neste ano passou de 1,83% para 3,13%.
Para 2021, a projeção passou de 2,94% para 3,23%.
No último relatório Focus, os analistas de mercado consultados pelo Banco Central estimaram que o IPCA deve acumular alta de 3,25% em 2020 e de 3,22% em 2021.
Todas as projeções para a inflação em 2020 estão abaixo do piso da meta deste ano, de 4,00%, que tem uma margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual para baixo ou para cima (índice de 2,50% a 5,50%). No caso de 2021, a meta é de 3,75%, com margem de 1,5 ponto (de 2,25% a 5,25%).
O Ministério da Economia também atualizou a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) – utilizado para a correção do salário mínimo. De acordo com a nova grade de parâmetros macroeconômicos da pasta, a estimativa para a alta do indicador neste ano passou de 2,45% para 4,10%. Para 2021, a projeção passou de 3,08% para 3,20%.
Já a estimativa da Economia para a alta do Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) em 2020 saltou de 13,02% para 20,98%. Para o próximo ano, a projeção passou de 4,18% para 4,38%.
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