72% mudaram padrão de consumo por causa da pandemia, diz FecomercioSP

72% mudaram padrão de consumo por causa da pandemia, diz FecomercioSP

Pesquisa realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio SP) mostra que 72% dos brasileiros alteraram seus hábitos de consumo nos últimos seis meses, em decorrência da pandemia de covid-19.

Os setores mais impactados, isto é, aqueles cujos consumidores reduziram as compras, foram roupas e calçados (42%), viagens a turismo (30%) e atividades físicas (27%).

Entre os entrevistados, 22% também reduziram o consumo de bens essenciais, como alimentos e remédios. Mais da metade (54%) dos consumidores afirmou que fez corte de gastos por conta da diminuição na renda nos último semestre.

As mudanças nos hábitos de consumo fizeram também com que 72% dos entrevistados passassem a cozinhar mais em casa e 42% disseram praticar mais atividades físicas no ambiente doméstico, enquanto 14% passaram a comprar mais itens de construção ou decoração.

O pós-pandemia deve fazer com que consumidores que recebem até um salário mínimo vão às compras de roupas e calçados (57%), enquanto aqueles com renda entre um e dois salários mínimos demonstraram mais interesse por comprar eletrodomésticos e eletroeletrônicos (48%). Entre os que recebem mais do que dez salários mínimos, 45% pretendem viajar assim que a pandemia acabar.

E-commerce

O comércio online passou a ser mais utilizado por 46% dos consumidores, mostra a pesquisa, número que é de 41% entre os que recebem até um salário mínimo e de 39% entre os que tem renda mensal acima de 10 salários mínimos. Admitiram ter pedido mais comida por aplicativos 56% dos entrevistados, enquanto 37% comprar algum curso online.

Depois do fim do isolamento social, 47% dizem que pretendem voltar ao consumo online no mesmo nível do pré-pandemia.

Entre os consumidores com idades de 18 a 35 anos, 64% passaram a pedir comida pela internet com maior frequência na pandemia, número que é de 49% entre os que tem mais de 35 anos.

Fonte: Infomoney

Inflação da comida sobe 9,75% e pesa para os mais pobres

Inflação da comida sobe 9,75% e pesa para os mais pobres

A disparada no preço dos alimentos fez a inflação percebida pelos brasileiros mais pobres mais do que triplicar em relação à dos mais ricos em 2020. De janeiro a outubro, a inflação das famílias de renda muito baixa foi de 3,68%, enquanto a da alta renda ficou em apenas 1,07%.

Os dados são de um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) feito com exclusividade para o Estadão/Broadcast, considerando informações do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), apurado pelo IBGE. O levantamento simula que o desempenho do IPCA de outubro seja idêntico ao da prévia, o IPCA-15, divulgado na sexta-feira passada.

Comer e beber já ficou 9,75% mais caro entre janeiro e outubro de 2020, nos dados da inflação pelo IPCA-15, que subiu 2,31% no período. Considerados apenas os alimentos consumidos no domicílio, aqueles comprados em supermercados, o avanço de preços no ano foi de 12,69%.

“O preço dos alimentos mudou de patamar e vai continuar subindo, só vai subir menos”, alertou o professor Luiz Roberto Cunha, decano do Centro de Ciências Sociais da PUC-Rio.

Como consequência, a inflação percebida pelas famílias de renda mais baixa subiu a 5,48% nos 12 meses encerrados em outubro, acima da meta de 4,0% perseguida pelo Banco Central. Entre os mais ricos, a inflação foi de 2,50% no período.

“Os alimentos no domicílio representam 30% do cálculo da inflação da baixa renda. Enquanto que entre a dos mais ricos não chega a 10%. Então o impacto do aumento de preços acaba sendo muito menor entre os mais ricos”, explicou Maria Andréia Parente Lameiras, técnica da Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea, responsável pelo cálculo do Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda.

O Ipea usa os dados do IPCA para calcular a inflação em seis faixas de renda familiar mensal, conforme a cesta de consumo adequada à realidade financeira de cada um desses grupos. O grupo de renda mais baixa considera as famílias que recebem menos de R$ 1.650,50 mensais, enquanto que a faixa mais rica tem renda domiciliar mensal acima de R$ 16.509,66 mil.

O encarecimento da comida penaliza mais as famílias de baixa renda, que já destinam uma fatia maior de seu orçamento mensal para a alimentação. Ou seja, agora eles precisam dirigir ainda mais de seus escassos recursos às compras nos supermercados.

Peso de alimentos

“O que tem subido é aquilo que mais pesa no consumo das famílias mais pobres: arroz, feijão, carne, óleo de soja, ovos, leite. Os alimentos já pesam muito, e dentro da alimentação esses são os que mais pesam. São alimentos básicos, de difícil substituição. Vai trocar o arroz e feijão pelo macarrão? Mas o macarrão também está subindo, porque a farinha de trigo está mais cara”, ressaltou Maria Andréia.

O arroz subiu 51,72% de janeiro a outubro. O feijão carioca, espécie mais consumida no País, avançou 21,15%. A farinha de trigo está 13,76% mais cara. A alta acumulada pelo óleo de soja alcançou 65,08%. As frutas aumentaram 18,49%; o tomate, 52,93%; as carnes, 11,04%; o leite longa vida, 32,75%.

A técnica do Ipea lembra que os preços dos alimentos subiram tanto por um choque de oferta, uma vez que o dólar valorizado e a demanda externa impulsionaram o aumento das exportações brasileiras, quanto por um aumento na demanda doméstica por alimentos básicos, sustentada pelo pagamento do auxílio emergencial em meio à pandemia do novo coronavírus.

Fonte: Infomoney

Alta demanda por material de construção surpreende indústria

Alta demanda por material de construção surpreende indústria

João Pedro Rodrigues

A alta demanda tem surpreendido as empresas do setor de construção civil do Rio Grande do Sul. Com uma produção mínima, reduzida em razão da pandemia, indústrias do segmento têm apresentado dificuldades para suprir a crescente necessidade de consumo após a retomada dos serviços no Estado, e mesmo para abastecer o próprio comércio com produtos. Aço, cimento, telhas de fibrocimento e materiais de PVC são alguns dos itens em falta no mercado. 

Desde março, atividades da construção civil estavam paralisadas no Estado e, para acompanhar a queda dos serviços no setor, muitas indústrias reduziram a sua produção. “Nas fábricas de aço, desligaram os fornos, demitiram algumas pessoas, deram férias, tiveram horário reduzido. Diminuíram muito a produção”, diz o presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil no Estado do Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS), Aquiles Dal Molin.

Segundo ele, isso gerou, também, atrasos em construções de alguns empreendimentos, que tiveram sua produção paralisada ou adiada. A expectativa é de que, até o final do ano, a situação esteja normalizada. Essa perspectiva, no entanto, não é unânime. Presidente da Associação dos Comerciantes de Materiais de Construção (Acomac-RS), Jaime Silvano prevê uma recuperação do setor somente na segunda metade de 2021, com o equilíbrio entre oferta e demanda. 

Diante dos problemas enfrentados pelas indústrias, o setor varejista de materiais de construção também tem sido prejudicado. Mesmo que a demanda tenha aumentado, as vendas no varejo caíram em razão da alta nos preços. Segundo Silvano, a alta do dólar é um dos grandes fatores que gerou o aumento dos valores dos produtos e a sua falta nas lojas. “Quando o dólar está alto, as empresas dão prioridade para as exportações. O aço, por exemplo, subiu mais de 50%. A madeira de pinus também. Hoje, é mais prático para a empresa vender para o mercado externo. Isso tem acontecido com tudo. Todos os produtos têm aumentado”, conta. “Os preços não baixarão tão rapidamente”.

De acordo com ele, ainda, diversos produtos estão em falta no mercado, de forma que os pedidos realizados pelas ferragens têm sido entregues de forma parcial. “Antes, o aço demorava 24h, 48h para ser entregue. Hoje, não tem previsão nenhuma. Isso também acontece com as telhas de fibrocimento, com os materiais de PVC, resina de PVC. Daqui a pouco, tem que comprar de dois, três (fornecedores) para se sujeitar a receber de alguém”. Ele revela que algumas fornecedoras até mesmo têm recusado mais pedidos, pois a demanda está além de sua capacidade produtiva.

Fonte: Jornal do Comércio

Juro do rotativo do cartão de crédito cai em setembro, para 309,9% ao ano, diz BC

Juro do rotativo do cartão de crédito cai em setembro, para 309,9% ao ano, diz BC

Os dados apresentados nesta segunda-feira pelo BC são influenciados pelos efeitos da pandemia.

Com as famílias em dificuldades para fechar as contas durante a pandemia do novo coronavírus, em meio à retração da atividade e ao desemprego, o juro médio total cobrado pelos bancos no rotativo do cartão de crédito caiu 0,3 ponto porcentual de agosto para setembro, informou nesta segunda-feira, 26, o Banco Central. A taxa passou de 310,2% para 309,9% ao ano.

Os dados apresentados nesta segunda-feira pelo BC são influenciados pelos efeitos da pandemia, que colocou em isolamento social boa parte da população, reduzindo a atividade das empresas e elevando o desemprego. Com a carência de recursos, as famílias aumentaram a demanda por algumas linhas de crédito nos bancos.

O rotativo do cartão, juntamente com o cheque especial, é uma modalidade de crédito emergencial, muito acessada em momentos de dificuldades.

O juro do rotativo é uma das taxas mais elevadas entre as avaliadas pelo BC. Dentro desta rubrica, a taxa da modalidade rotativo regular passou de 270,3% para 268,6% ao ano de agosto para setembro. Neste caso, são consideradas as operações com cartão rotativo em que houve o pagamento mínimo da fatura.

Já a taxa de juros da modalidade rotativo não regular passou de 335,2% para 336,8% ao ano. O rotativo não regular inclui as operações nas quais o pagamento mínimo da fatura não foi realizado.

No caso do parcelado, ainda dentro de cartão de crédito, o juro passou de 137,8% para 142,1% ao ano.

Considerando o juro total do cartão de crédito, que leva em conta operações do rotativo e do parcelado, a taxa passou de 65,1% para 62,3%.

Em abril de 2017, começou a valer a regra que obriga os bancos a transferir, após um mês, a dívida do rotativo do cartão de crédito para o parcelado, a juros mais baixos.

A intenção do governo com a nova regra era permitir que a taxa de juros para o rotativo do cartão de crédito recuasse, já que o risco de inadimplência, em tese, cai com a migração para o parcelado.

Atualmente, porém, o risco de inadimplência aumentou, justamente porque muitas famílias estão enfrentando redução de renda, na esteira da pandemia.

Fonte: Infomoney

Sem insumos, indústria já atrasa suas entregas

Sem insumos, indústria já atrasa suas entregas

De acordo com a sondagem realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), 44% das fábricas consultadas relataram problemas para atender clientes.

Os efeitos da falta de bens intermediários para alimentar a produção da indústria já chegam à ponta final do consumo.

De acordo com a sondagem realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), 44% das fábricas consultadas relataram problemas para atender seus clientes, atrasando entregas ou até mesmo recusando novas encomendas. Em 8% dos casos, uma parte grande da demanda já não tem condições de ser atendida.

Entre as razões dadas pelos industriais, estão a falta de estoques (47%); uma demanda superior à capacidade de produção (41%); impossibilidade de produzir mais (38%) e problemas de logística (13%). Apenas 4% indicaram a inadimplência dos clientes como uma razão para recusar pedidos.

“A economia reagiu em uma velocidade acima da esperada. Assim, tivemos um descompasso entre a oferta e a procura de insumos. E tanto produtores quanto fornecedores estavam com os estoques baixos. Além disso, temos a forte desvalorização do real, que contribuiu para o aumento do preço dos insumos importados”, explica o diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Abijaodi.

Ainda pela pesquisa, 55% das indústrias só vislumbram uma normalização da oferta a partir de 2021, sendo que 16% não esperam voltar ao normal nos próximos seis meses. Apenas 8% delas acreditam que a situação pode se reverter em até um mês. Os setores mais pessimistas são os de papel e celulose, têxteis, alimentos, extração de minerais não metálicos, produtos de metal e móveis.

Para o presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), Eduardo Terra, a indústria brasileira vive um “desabastecimento crônico” de insumos. “Por enquanto, não percebemos o cenário de desabastecimento na ponta. O varejo e o atacado têm trabalhado para que isso não aconteça.”

Fontes da indústria ouvidas pela reportagem afirmam que, diante do proba, têm buscado soluções alternativas em algumas áreas, como a reutilização de caixas de papelão ou mesmo a substituição por caixas de madeira para o transporte.

Repasse de preços

Além do entrave na distribuição de produtos, um outro risco ronda o varejo: um possível repasse dos aumentos de preços registrados nos últimos meses pelas principais matérias-primas

Pela sondagem da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o reajuste ponderado de custos foi de 22,8% de janeiro a agosto deste ano. Já o porcentual das empresas que pretendem repassar esses preços ao consumidor varia de 37,4% (vão repassar totalmente o reajuste) a 58,5% (repasse parcial). Uma alternativa apontada por 60,9% dos consultados foi “buscar outros fornecedores por menor preço”.

“A questão do repasse é sempre um cabo de guerra. Só se repassa o quanto o mercado aguenta, pois há concorrência. Embora estejamos pressionados nos custos, principalmente em razão do câmbio”, diz André Rebelo, economista e assessor de assuntos estratégicos da Fiesp. Ele explica que o poder de repasse limitado da indústria ao consumidor final explica o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) ter uma variação maior em relação ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo.

“Com o auxílio emergencial, temos uma demanda mais aquecida, enquanto a oferta de produtos é menor. Nessa situação, se o varejo endurecer demais nas negociações, pode ficar sem produtos”, completa Terra.

Fonte: Infomoney

Renda efetiva de trabalhador sobe para R$ 2.168 em setembro

Renda efetiva de trabalhador sobe para R$ 2.168 em setembro

Trabalhadores que permaneciam empregados no último mês ainda enfrentavam dificuldades para recompor a renda do trabalho perdida na pandemia.

Quase sete meses após o agravamento da crise sanitária da covid-19 no Brasil, os trabalhadores que permaneciam empregados ainda enfrentavam dificuldades para recompor a renda do trabalho perdida na pandemia, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Covid (Pnad Covid-19) mensal divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O rendimento médio habitual de todos os trabalhos era de R$ 2.378 em setembro, mas os trabalhadores receberam efetivamente, em média, R$ 2.168. Ou seja, a renda efetiva representou 91,2% do que seria habitualmente recebido.

Apesar da defasagem, houve melhora em relação a agosto, quando a renda efetiva alcançava 89,7% da renda habitual. Em maio, quando começou a pesquisa, a renda efetiva correspondia a apenas 81,5% do rendimento habitual.

A massa salarial habitual recuou 0,05%, passando de R$ 193,9 bilhões em agosto para R$ 193,8 bilhões em setembro. Já a massa do rendimento efetivo real cresceu 1,7%, de R$ 173,9 bilhões em agosto para R$ 176,7 bilhões em setembro.

O rendimento médio real domiciliar per capita efetivo do país foi de R$ 1.320 em setembro, 0,7% acima dos R$ 1.311 registrados em agosto. Os menores valores foram registrados nas regiões Norte (R$ 918) e Nordeste (R$ 922).

Em setembro, o rendimento médio domiciliar per capita dos domicílios brasileiros onde nenhum dos moradores recebia algum auxílio do governo em função da pandemia alcançou R$ 1.821, mais que o dobro dos R$ 825 recebidos nos lares onde algum morador recebia o auxílio.

Fonte: Infomoney

Mais de 8 milhões de pessoas estavam em trabalho remoto em setembro, diz IBGE

Mais de 8 milhões de pessoas estavam em trabalho remoto em setembro, diz IBGE

Valor representa 303 mil a menos que em agosto, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Covid.

O país tinha 8,073 milhões de pessoas trabalhando de forma remota em setembro, 303 mil a menos que em agosto, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Covid (Pnad Covid-19) mensal divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em setembro, os maiores porcentuais de trabalhadores remotos estavam no setor público: militares e servidores estatutários (27,7%), empregado do setor público com carteira assinada (21,8%) e empregado do setor público sem carteira assinada (19,9%).

No setor privado, 9,6% dos trabalhadores com carteira assinada atuavam remotamente, enquanto 7,3% dos sem carteira trabalhavam nessa condição.

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Entre os empregadores, 9,4% trabalhavam de forma remota em setembro, e apenas 5,0% dos trabalhadores por conta própria estavam em trabalho remoto.

A Região Norte foi a que apresentou o menor porcentual de pessoas ocupadas trabalhando remotamente (4,3%), enquanto a Região Sudeste foi a que apresentou a maior proporção (13,5%).

Entre as mulheres que trabalhavam, 14,7% atuavam remotamente, enquanto entre esses homens esse porcentual era de 7,5%.

O trabalho remoto alcançava apenas 0,4% dos ocupados que cursaram até o fundamental incompleto. Entre os que tinham ensino médio incompleto, apenas 1,0% trabalhava remotamente. Por outro lado, entre os ocupados com nível superior completo ou pós-graduação, 32,3% estavam trabalhando remotamente.

“Essa relação entre escolaridade e trabalho remoto foi observada em todas as regiões, com destaque para o Sudeste, onde 37,5% das pessoas com nível superior completo ou pós-graduação estavam nesta condição. Mas entre maio e setembro, em todos os grupos, a proporção de pessoas trabalhando remotamente diminuiu”, apontou o IBGE.

Horas trabalhadas

Também segundo a pesquisa do IBGE, a retomada gradual das atividades econômicas e flexibilização das medidas de isolamento social fizeram crescer o número de horas efetivamente trabalhadas pelos brasileiros em setembro em todas as Grandes Regiões do país.

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O número médio de horas efetivamente trabalhadas em agosto foi de 34,1 horas semanais, ante 40,1 horas habituais. Em setembro, foram trabalhadas 35,1 horas semanais, ante as 40,1 horas habituais.

A maior diferença em setembro entre as horas habituais e efetivas foi na região Nordeste (5,4 horas de diferença), enquanto a menor era a da região Centro-Oeste (4,5 horas de diferença).

As mulheres trabalharam 6,0 horas a menos que o habitual, e os homens registraram uma diferença de 4,2 horas.

No Brasil, 19,6% das pessoas ocupadas e não afastadas do trabalho atuaram efetivamente menos horas que as habituais em setembro, o equivalente a 15,2 milhões nessa situação.

Para 3,1 milhões de trabalhadores, o número de horas efetivamente trabalhadas foi maior que as habituais, 4,0% das pessoas ocupadas e não afastadas.

Fonte: iNFOMONEY

Após quase cinco meses fechados na maior parte do país e com os consumidores voltando gradualmente, as maiores empresas de shopping centers do Brasil avaliam que a integração entre vendas online e presenciais e a reforma tributária em tramitação no Congresso são os principais desafios para o setor no pós-pandemia. Os empresários afirmam que a retomada do segmento tem surpreendido positivamente e se dizem otimistas com as perspectivas para a atividade econômica em 2021.

“Estamos entrando no quarto trimestre melhor do que imaginávamos no início da Covid, todo mundo imaginava que o fundo do poço iria durar muito tempo, mas já estamos vendo uma forte recuperação”, disse Ruy Kameyama, presidente da brMalls. “Este ano foi um divisor de águas, muito do que estava acontecendo de evolução do consumidor e de digitalização vai se acelerar. Isso leva naturalmente a uma digitalização dos varejistas, o que empurra o setor de shoppings a se modernizar.”

Carlos Jereissati Filho, presidente do Grupo Iguatemi, destacou que, na pandemia, a empresa reforçou a plataforma de relacionamento Iguatemi One com a oferta de serviços de assistência de compras para clientes de maior poder aquisitivo. Em outubro do ano passado, a companhia já havia lançado a plataforma de vendas online Iguatemi 365. O serviço passou de 50 lojas iniciais para mais de 300 atualmente e acelerou as vendas para outras partes do Brasil, para além do estado de São Paulo.

Para Marcos Carvalho, copresidente da Ancar Ivanhoé Shopping Centers, a pandemia ampliou a desigualdade entre empresas mais estruturadas e ágeis e as companhias mais tradicionais. “Vamos ter que trazer muitos lojistas para essa nova realidade, porque se não vamos acabar concentrando boa parte da venda num grupo pequeno de lojas e isso não é positivo.” Essa também é a avaliação de Renato Rique, presidente do conselho de administração da Aliansce Sonae.

“Com o fechamento dos shoppings e restrições de horário e visita, houve a necessidade levar a loja e o pequeno lojista também para o mercado virtual, para o omnichannel (expressão em inglês para a utilização de diferentes canais para oferecer a mesma experiência de compra)”, disse Rique, afirmando que a plataforma digital da Sonae já conta com 3,8 mil lojas integradas. “Se antes concorríamos com o shopping de outro bairro ou do outro quarteirão, agora vamos estar concorrendo com plataformas que têm ou não presença física e a coisa toda fica bem mais complexa.”

Segundo Kameyama, da brMalls, com a expansão dos novos canais digitais, os lojistas podem ficar mais seletivos quanto à sua presença física em shoppings. Um lojista que tinha unidades em seis shoppings numa mesma cidade, por exemplo, pode optar por concentrar suas atividades em três deles, complementando-as com as vendas digitais. “Com a maior seletividade dos lojistas, teremos que pensar como aumentar a proposta de valor e as razões para ele estar em determinado shopping”, afirmou.

“Será que os shoppings não podem oferecer alguma solução que usasse os dados dos consumidores para ajudar os lojistas a performarem, o que a rua não consegue fazer? Será que não conseguem oferecer mídia customizada, oferecer crédito?”, questionou. Segundo ele, o principal exemplo para o setor devem ser os market places digitais, que começaram só com a transação de compra e venda, depois acrescentaram propaganda, crédito para vendedores e compradores, e com isso fidelizaram os vendedores, devido à grande oferta de soluções.

Fonte: Jornal do Comércio

Entenda discussão sobre veto à desoneração da folha de pagamentos

Entenda discussão sobre veto à desoneração da folha de pagamentos

Benefício tributário a 17 setores que empregam 6 milhões de pessoas pode acabar e será tema de análise no Congresso em novembro.

A iminência do fim da desoneração da folha de pagamentos esquenta o cenário político em Brasília em um momento em que as atenções estariam voltadas principalmente para as eleições municipais de novembro. Políticos, empresários e sindicatos se movimentam para tentar derrubar no Congresso o veto do presidente Jair Bolsonaro à prorrogação da desoneração, um regime que começou a ser criado em 2011 e que, atualmente, reduz o custo tributário de 17 setores da economia que empregam 6 milhões de pessoas.

Mas, afinal, o que é a desoneração e de que forma seu fim pode impactar o país?

A desoneração reduz o valor do recolhimento ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) feito pelos patrões. Em vez de pagar 20% sobre a folha de pagamento do funcionário, o tributo pode ser calculado aplicando-se um percentual sobre a receita bruta da empresa, variando de 1% a 4,5%, de acordo com o setor.

A ideia da criação do regime diferenciado foi beneficiar setores responsáveis por um grande número de empregos, especialmente indústrias. Chegaram a ser contemplados 56 setores. Em 2018, o ex-presidente Michel Temer sancionou lei que retirou 39 áreas do regime diferenciado.

Entre os 17 setores que ainda têm a opção de fazer o recolhimento com base na receita bruta estão o de calçados, call center, construção civil, veículos, transporte e têxtil, entre outros.

O benefício vale até o final de 2020, e um projeto aprovado pelo Congresso sobre regras de redução de jornadas e salários incluiu em um dos artigos a prorrogação da desoneração até o final de 2021. A medida, no entanto, foi vetada pelo presidente Jair Bolsonaro em julho.

Diversos parlamentares já se manifestaram a favor da prorrogação, além do setor empresarial. Se a desoneração não for estendida, acreditam os empresários, será mais difícil e lenta a recuperação da economia após a pandemia de covid-19, e empregos poderão ser extintos já a partir de janeiro.

O presidente Jair Bolsonaro justificou o veto afirmando tratar-se de matéria “estranha” ao projeto aprovado no Congresso e que versava sobre o programa de redução de salários e jornadas na pandemia. Além disso, o presidente afirmou que a prorrogação de desoneração e outras alterações tributárias aprovadas no Legislativo acarretam renúncia de receita para 2021 sem o cancelamento de outra despesa obrigatória e “sem que esteja acompanhada de estimativa do seu impacto orçamentário e financeiro”.

Imposto

O ministro Paulo Guedes vem afirmando que pretende criar uma desoneração mais ampla e permanente. Esse benefício, no entanto, pode virar moeda de troca para a criação do novo imposto sobre transações digitais, chamado de nova CPMF, em alusão ao imposto sobre transações financeiras que vigorou entre 1997 e 2007.

Com alíquota de 0,2%, ele permitiria arrecadação de R$ 120 bilhões por ano, e desse montante, R$ 70 bilhões seriam usados para cobrir a perda de receita com a desoneração da folha.

Um modelo que vem sendo desenhado pelo governo prevê que patrões não precisem recolher INSS sobre a folha de funcionários que recebam um salário mínimo. Acima disso, o percentual sobre a remuneração cairia de 20% para 15%.

O imposto sobre transações digitais pretendido pelo governo pode aparecer em breve na continuação da reforma tributária – um primeiro projeto foi entregue ao Congresso em julho, tratando apenas de uma nova contribuição para substituir PIS e Cofins, e o governo espera o melhor momento político para enviar o restante da reforma. 

Em razão das eleições municipais e da proximidade do fim do ano, cresce a probabilidade de que a reforma seja debatida e votada no Congresso apenas em 2021, quando a desoneração da folha já não estará valendo, caso o veto do presidente Jair Bolsonaro seja mantido.

Correndo contra o tempo, parlamentares tentam reverter o atual cenário. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), anunciou que marcou para o dia 4 de novembro a votação sobre a análise sobre o veto do presidente.

Fonte: R7

Brasil perdeu 382,5 mil empresas em 5 anos de saldos negativos, diz IBGE

Brasil perdeu 382,5 mil empresas em 5 anos de saldos negativos, diz IBGE

Em cinco anos de dificuldades e fechamentos de empreendimentos, 2,9 milhões de trabalhadores perderam seus postos de trabalho.

Dois anos após a recessão econômica de 2014 a 2016, as empresas permaneceram fechando as portas no País. No ano de 2018, 65,9 mil empreendimentos encerraram suas atividades. O resultado representa uma piora em relação a 2017, quando houve fechamento de 22,9 mil empresas.

Em cinco anos de saldos negativos consecutivos, o Brasil já perdeu 382,5 mil empresas. Os dados são do levantamento Demografia das Empresas e Estatísticas de Empreendedorismo 2018 e foram divulgados nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A extinção de empresas afeta também o total de empregados. Em cinco anos de dificuldades e fechamentos de empreendimentos, 2,9 milhões de trabalhadores perderam seus postos de trabalho. No ano de 2018, porém, houve aumento de 0,9% no pessoal ocupado total em relação a 2017, mais 335,3 mil pessoas.PUBLICIDADE

O Cadastro Central de Empresas (Cempre) somava 4,4 milhões de companhias ativas em 2018, com idade média de 11,6 anos. Essas empresas ocupavam 38,7 milhões de pessoas, sendo 32,3 milhões (83,5%) como assalariadas e 6,4 milhões (16,5%) de sócios ou proprietários.

A massa salarial paga por essas entidades totalizou R$ 1,1 trilhão, com um salário médio mensal de 2,7 salários mínimos, o equivalente a R$ 2.559,66.

A atividade de Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas teve o maior saldo negativo de empresas no ano: -88,7 mil. Já o setor de Saúde humana e serviços sociais registrou o saldo mais positivo: 23,8 mil companhias a mais.

Em 2018, taxa de sobrevivência das empresas foi de 84,1%: de um total de 4,4 milhões de empresas ativas em 2017, cerca de 3,7 milhões permaneceram ativas em 2018. A taxa de saída foi de 17,4%, superando a taxa de entrada de 15,9%.

As maiores taxas de entrada ocorreram no Amazonas (22,1%), Maranhão (20,5%) e Amapá (20,4%), enquanto as menores foram as do Rio Grande do Sul (13,3%), Santa Catarina (14,1%) e Minas Gerais (14,9%).

As taxas de saída mais elevadas foram as do Amazonas (21,6%), Pará (20,8%) e Distrito Federal (20,7%), e as menores taxas ocorreram em Santa Catarina (13,4%), Rio Grande do Sul (15,5%), Paraná (15,9%) e Piauí (15,9%).

Fonte: Infomoney