A taxa de desocupação no Brasil ficou em 13,8%, no trimestre de maio a julho de 2020. O percentual representa a maior taxa da série histórica, que começou em 2012. Em relação ao trimestre anterior, corresponde alta de 1,2 ponto percentual. De fevereiro a abril tinha sido de 12,6%. Na comparação com o mesmo trimestre de 2019 (11,8%) a diferença é maior: são 2 pontos percentuais a mais. A população desocupada chegou a 13,1 milhões de pessoas, o que significa aumento de 4,5% ou 561 mil pessoas a mais em relação ao mesmo período de 2019.
Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada hoje (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A população ocupada caiu para 82 milhões. É o menor contingente da série histórica da pesquisa. A queda ficou em 8,1%, o que representa menos 7,2 milhões pessoas na comparação com o trimestre anterior, e 12,3% (menos 11,6 milhões) frente ao período de maio a julho de 2019. O nível de ocupação também foi o mais baixo da série, atingindo 47,1%, caindo 4,5 pontos frente ao trimestre anterior e 7,6 pontos contra o mesmo trimestre de 2019.
De acordo com a analista da pesquisa Adriana Beringuy, o mercado de trabalho está em um cenário de avanço em relação à taxa de desocupação e interrompe um processo que vinha sendo observado desde 2017, no qual, à medida em que se aproximava da metade do ano, a tendência era de recuo dessa taxa. “Estamos vivendo um momento de grande impacto no mercado de trabalho, o que mostra também a reversão de uma sazonalidade observada em anos anteriores”, disse.
Em linha com o anúncio do governador Eduardo Leite de que, na próxima semana, serão divulgadas as regras para a liberação de eventos de maior porte, como atividades culturais, feiras e shows, o Gabinete de Crise avalizou a realização de quatro iniciativas: Feira Internacional de Turismo (Festuris), Feira de Calçados e Acessórios Zero Grau e Natal Luz, em Gramado, e a Feira de Inovação Industrial (Mercopar), em Caxias do Sul. A autorização para a realização dos eventos foi publicada na segunda edição do Diário Oficial do Estado de 28 de setembro e ocorrerá mediante envio de protocolos próprios.
A autorização para a realização de eventos é para municípios que se localizam em regiões com bandeira laranja ou amarela há pelo menos 14 dias consecutivos. Também haverá a exigência que o município que planeja permitir a realização de um evento já tenha organizado os protocolos sanitários essenciais ao retorno às aulas. Essa obrigação tem como intuito estabelecer uma escala de prioridades para o retorno.
Os organizadores deverão seguir, integralmente, todos os protocolos e regras já estabelecidos na Portaria 617/2020, da Secretaria da Saúde. Como exemplo, o respeito ao teto de ocupação da área útil já estabelecido de oito metros quadrados por pessoas em ambientes em pé e quatro metros quadrados por pessoas em ambientes sentados.
O presidente da Gramadotur, responsável pela organização do Natal Luz, Rafael Carniel, destacou que, a partir da publicação do decreto, ocorrerão reuniões com as áreas da educação e da saúde do Município para encaminhar os protocolos necessários para garantir a realização de espetáculos e cumprir a determinação do retorno presencial das aulas. O evento está confirmado para ter início em 22 de outubro, estendendo-se até 30 de janeiro, mas com características diferentes das edições anteriores de forma a respeitar os protocolos de segurança.
Desta forma, o Grande Desfile de Natal e o acendimento das luzes não ocorrerão em ambiente aberto, como era tradicional, pela dificuldade de evitar aglomerações. “Estamos avaliando outras possibilidades de intervenções artísticas em locais em que se possa controlar o fluxo”, sinalizou.
Outra pauta das reuniões tem sido sobre a realização do Show do Lago, uma das principais atrações da programação de anos anteriores. De acordo com Carniel, neste caso também pesa o prazo exíguo para dar encaminhamento às licitações para a contratação das empresas. Uma das medidas em análise é a formalização de uma parceria público privada, já que a contratação direta pela Prefeitura, sem licitação, elevaria os custos. “Mesmo com todas estas dificuldades, teremos um evento de qualidade, diversificado e seguro para todos os participantes”, reforça.
Na avaliação de Carniel, o público visitante deverá sofrer retração de 30% em relação à edição passada, que atraiu 1,5 milhão de pessoas. O fato deve-se, principalmente, à condição de que 65% dos turistas usam a malha aérea como deslocamento, que ainda não tem situação normalizada. Carniel acredita no aumento de turistas se deslocando por meio rodoviário.
Gramado terá duas feiras de negócios em novembro
A primeira feira com público na América Latina, ainda no período da pandemia do coronavíris, será o Festuris, de 5 a 8 de novembro, no Serra Park. Para Eduardo Zorzanello, CEO da Festuris, o fato constitui-se em marco, pois amenizará o negativismo presente e terá significado importante na recuperação econômica, não só do turismo, mas da economia de forma geral. O executivo destaca que toda a organização foi feita visando à realização presencial em novembro, embora houvesse um plano B em análise, caso a pandemia se mantivesse em patamares elevados. A ideia era adotar o formato digital.
Ele destaca como grande conquista do setor a elevação do patamar de público simultâneo num mesmo espaço de 300, originalmente fixado, para 1,7 mil. Com base nesta condição, a organização fixará limite de 3,5 mil a 4 mil inscrições, o que representa diminuição de quase 70% em relação aos 12 mil da edição passada. Mesmo assim, a organização usará 25 mil m² dos 28 mil m² disponíveis de pavilhões.
Assinala que várias medidas serão adotadas para inibir a aglomeração, como a descentralização dos visitantes ao longo dos três dias, para atender ao limite de 1,7 mil, mudança no layout da feira e distanciamento adequado, dentre outras. Em seu novo formato, o Festuris Gramado tornará obrigatório o agendamento de reuniões através do App Festuris. A digitalização também objetiva reduzir a distribuição de materiais impressos e oferecer todo um controle de acesso e segurança dos participantes.
De acordo com Zorzanello, esta edição terá mais espaço para o mercado nacional. Também está sendo estudada a possibilidade de criar uma feira virtual paralela à presencial para absorver a demanda do mercado internacional. Destaca, ainda, o efeito positivo da feira na cadeia de turismo por fomentar a economia e criar possibilidades de trabalho para muita gente atualmente desempregada.
A Zero Grau – Feira de Calçados e Acessórios está confirmada de forma presencial para os dias 16, 17 e 18 de novembro, no Centro de Eventos do Serra Park. O diretor da Merkator Feiras e Eventos, empresa promotora, Frederico Pletsch, assegura que o evento será realizado respeitando todas as regras para marcar a retomada da atividade. “O setor está necessitando muito de um ânimo para começar 2021 de maneira bem promissora”, salienta.
Já estão confirmados para a feira, que lança as coleções outono/inverno, 220 expositores dos polos brasileiros de calçados, somando cerca de 1 mil marcas dos segmentos femininos, masculinos, infantis e esportivos, além de bolsas, cintos e demais acessórios. “Vamos organizar uma feira completamente diferente de tudo o que já realizamos com a finalidade de auxiliar o mercado a ingressar na normalidade possível. Faremos um palco ideal para negócios nos dias de hoje, sem esquecer as necessárias medidas sanitárias preventivas e rigorosas para cuidar da saúde de todas as pessoas”, reforçou.
O setor calçadista brasileiro foi um dos mais atingidos pela desaceleração do mercado, chegando a registrar índices alarmantes de fechamento de postos de trabalho. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados, de janeiro a julho, foram fechados 43 mil postos de trabalho e as receitas no mercado doméstico caíram 37% na comparação com igual período do ano passado. Já as exportações cederam 25% de janeiro a agosto em relação aos mesmos meses do ano passado.
País é exemplo sobre nações que enfrentam o risco de esgotamento da capacidade de endividamento.
Embora tenham conseguido evitar uma “catástrofe fiscal”, economias emergentes podem estar caminhando para uma trajetória de dívida insustentável, em meio aos esforços para atenuar os efeitos da crise provocada pelo coronavírus. É o que mostra reportagem divulgada nesta segunda-feira, 28, pelo Financial Times.
A matéria cita o Brasil como exemplo de país que enfrenta o risco de esgotamento da capacidade de endividamento.
Segundo o texto, o governo brasileiro terá que decidir “em breve se irá controlar seus generosos programas de apoio social, arriscando uma reação social e política, ou pedir emprestado e gastar além de suas restrições, arriscando uma reação de investidores internacionais que enviariam sua moeda ao colapso, com disparada das taxas de juros”.
O jornal britânico destaca que, em março, havia o temor de que a pandemia jogaria emergentes em uma crise de dívidas de grandes proporções.
“Em vez de inadimplência, entretanto, houve novos empréstimos. Desde 1º de abril, os países em desenvolvimento levantaram mais de US$ 100 bilhões nos mercados internacionais de títulos”, ressalta.
O problema, aponta a reportagem, é que a situação fiscal de várias nações já chegou ao limite. O diário cita levantamento da agência Moody’s que prevê avanço médio de 10% na relação dívida/PIB dos 19 maiores mercados emergentes apenas este ano.
“Até agora, no entanto, os pedidos de ajuda foram poucos. Embora dezenas de países tenham recebido financiamento de emergência do FMI e do Banco Mundial, a maioria tem sido em pequenos montantes”, ressalta.
Os bancos concederam R$ 46,646 bilhões na modalidade composição de dívidas.
A crise econômica provocada pelo novo coronavírus fez as famílias brasileiras aumentarem a procura por crédito para reorganizar dívidas bancárias já em andamento.
Dados divulgados nesta segunda-feira pelo Banco Central mostram que em 2020, até o mês de agosto, as concessões de crédito da modalidade “composição de dívidas” dobraram em relação ao mesmo período do ano passado (alta de 100,9%). No período, os bancos concederam R$ 46,646 bilhões por meio da composição.
O chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, explica que a composição de dívidas ocorre quando o cliente do banco, que possui dívidas de crédito em várias modalidades, procura a instituição financeira para reorganizar as obrigações em uma única operação.
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Se existem dívidas no cartão de crédito, no cheque especial e no crédito consignado, por exemplo, elas podem ser consolidadas numa única operação, com taxa específica. É como trocar várias dívidas por uma única.
“O cliente faz um pacote só, renegocia com o banco”, resume Rocha. “Essa composição é sempre oriunda de mais de uma modalidade. São várias modalidades de crédito ao mesmo tempo”, acrescenta.
Os números do BC indicam que, com a crise, as famílias se movimentaram para renegociar as dívidas. Em fevereiro – antes da intensificação da pandemia -, as concessões via composição de dívidas somaram R$ 3,053 bilhões entre as pessoas físicas. Em maio, auge da pressão, esta cifra atingiu o pico de R$ 9,335 bilhões (três vezes o valor de fevereiro).
De julho para agosto, houve queda de 16,8% nas concessões em recomposição de dívidas. Ainda assim, o montante do mês passado, de R$ 4,128 bilhões, está acima do verificado mensalmente antes da pandemia, o que sugere continuidade do movimento de reorganização de dívidas bancárias por parte das famílias.
Desde 2002 Elizeu Pereira é o gerente-geral da Savarauto, concessionária de automóveis com representações das marcas Mercedes-Benz, Jeep e Toyota no Rio Grande do Sul. Natural de Santa Catarina, o administrador de empresas comenta sobre as iniciativas que a empresa tomou para lidar com os desafios impostos pela pandemia de Covid-19, além de abordar tendências do mercado automotivo, como a concentração na distribuição e os veículos híbridos e elétricos.
Jornal do Comércio – A Savarauto atende a um público de poder aquisitivo elevado, normalmente menos afetado por retrações econômicas. Mas nesse caso extremo da crise, qual foi o impacto nos negócios da empresa?
Elizeu Pereira – Realmente, nosso público tem poder aquisitivo diferenciado, mas também sentiu muito a pandemia, até porque são normalmente empresários ou profissionais liberais, que tiveram reduções significativas em suas atividades. Em nosso caso, além do impacto financeiro, a loja vários meses fechada afetou psicologicamente a equipe de colaboradores. Tudo isso repercutiu nas vendas, que reduziram de 50 a 60% nos meses de quarentena. Contudo, verificamos uma elevação nas vendas de carros de valores mais altos, possivelmente porque esse cliente ficou em casa, sem poder viajar e fazer outros gastos, então acabou decidindo adquirir um automóvel mais exclusivo.
JC – Como foi a adaptação da empresa a esse cenário da pandemia e quais as medidas adotadas tiveram repercussão mais positiva nas vendas?
Pereira – Tivemos que tomar o caminho que todo mundo tomou, da venda on-line. Procuramos chegar aos clientes através das mídias sociais, do nosso site, do WhatsApp. Essa adaptação trouxe algumas ferramentas que vieram para ficar, como o caso da venda on-line, que exigiu uma profissionalização maior da empresa para sua operacionalização. Nossa mídia também migrou para o on-line, já que o off-line não daria o resultado desejado nessa circunstância. Tivemos o pós-venda funcionando o tempo todo durante o período, com menos atendimentos, é claro, mas isso nos ajudou porque aproveitamos o momento para fazer contato com os clientes.
JC – A Savarauto se notabilizou por manter um relacionamento próximo de seus clientes. Como ficar perto dos clientes em tempos de distanciamento social?
Pereira – Sempre trabalhamos muito forte isso, pois acreditamos que o relacionamento é o que nos ajuda a vender. Nosso público gosta disso, temos clientes que às vezes vêm à loja apenas para bater um papo e tomar um café. E, nesse momento em que não pudemos fazer eventos para evitar aglomerações, tentamos nos relacionar pelas mídias sociais, sem focar em vendas, mas procurando saber como o cliente e sua família estavam passando, se precisavam de algo em relação ao seu carro. Foi um contato muito mais social do que comercial, para tentar manter esse vínculo que temos muito forte com os clientes, que se traduz em uma grande fidelidade deles à Savarauto e aos nossos produtos.
JC – Temos visto, no setor de distribuição de veículos do Rio Grande do Sul, um movimento de concentração das concessões em cada vez menos grupos empresariais. Como analisa esses movimentos e qual a estratégia de futuro da Savarauto frente a esse panorama?
Pereira – Não apenas o automotivo, vários setores da nossa economia têm se concentrado, é uma tendência. Até porque quanto mais forte a empresa estiver em faturamento, melhor consegue se manter no mercado. A Savarauto hoje já atua com várias marcas e possui pontos comerciais em várias cidades gaúchas. E se tivermos que crescer mais, vamos crescer, inclusive agregando marcas ao nosso negócio, pois, de fato, essa é a tendência do mercado.
JC – Os veículos híbridos e elétricos estão começando a ganhar terreno no mercado brasileiro. Recentemente, a Mercedes-Benz passou a comercializar aqui seu primeiro modelo 100% elétrico, o EQC 400. Como você avalia o potencial desses carros?
Pereira – Pensando no contexto do mercado brasileiro, acredito que o híbrido será muito forte, antes do elétrico, já que tem mais facilidade de uso e mais estrutura. Porém, o elétrico está chegando também. O EQC 400 é totalmente elétrico, conta com autonomia de mais de 400 quilômetros e entrará muito forte nessa disputa. Claro que, inicialmente, ele vem em um volume pequeno – teremos algumas unidades disponíveis em outubro e novembro. Mas o comprador de carro elétrico no Brasil estará sabendo que terá que se adaptar, por exemplo, no caso de uma viagem longa: organizar uma parada para recarregar as baterias, o que não é tão rápido quanto abastecer em um posto de combustíveis. Já tivemos contato de clientes interessados no EQC 400 e que estão dispostos a passar por isso, até porque, no dia-a-dia ou em viagens mais curtas, o automóvel, além de não poluir, tem uma grande vantagem de custo em consumo e manutenção.
Dado deve fechar o ano com variação até cinco vezes maior do que o índice que geralmente é usado como parâmetro para os reajustes de salários.
Indexador usado para corrigir contratos de aluguel de imóveis, o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) deve fechar o ano com variação até cinco vezes maior do que o índice que geralmente é usado como parâmetro para os reajustes de salários.
O IGP-M já acumula alta de 13,02% nos 12 meses encerrados em agosto e a previsão é bater em 15,28% até dezembro, enquanto o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) deve ficar em 2,45%.
Se essas projeções se confirmarem, um contrato de R$ 3 mil com aniversário em janeiro de 2021 poderá chegar a R$ 3.458,40, caso não haja uma renegociação entre locador e locatório.
Calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), o IGP-M também bate com folga o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 12 meses, o indicador usado para medir a inflação oficial do País está em 2,44%.
A discrepância está ligada à metodologia de cálculo dos índices. “A primeira grande diferença é que o IGP-M não é um índice ‘construído’, mas sim a média ponderada de três outros índices”, diz o economista André Braz, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da FGV.
O primeiro componente do IGP-M está ligado aos preços no atacado para produtores, com peso de 60%. Os preços no varejo para os consumidores têm peso de 30% e na construção civil, de 10%. A pressão atual está justamente no atacado – ou na “inflação da porta da fábrica”, como dizem os economistas.
Com a pandemia, os preços de várias commodities subiram, em meio à demanda maior vinda de outros países. Apenas em agosto, a soja em grão subiu 7%. “A economia global puxa a demanda por commodities para cima e, por consequência, toda a cadeia de derivados”, diz Braz. “A desvalorização cambial (alta do dólar) também tem pesado bastante. Ela foi de 30% nos últimos 12 meses e ganhou mais fôlego durante a pandemia.”
Já o IPCA é calculado com base numa ampla base de preços ao consumidor. Se por um lado o preço do arroz ficou mais alto, por outro há queda de custos em serviços como hotelaria e passagens aéreas, por exemplo.
Renegociação
O movimento do IGP-M ocorre em meio à retração do emprego, da renda e do consumo no Brasil, na esteira da pandemia. “Não há como repassar este aumento de 13% para o aluguel. Não há explicação plausível para o aluguel ter uma correção tão alta por um índice que está sendo elevado por fatores não ligados ao mercado”, afirma o diretor executivo da Rede Lopes, Matheus de Souza Fabrício.
Segundo ele, inquilinos comerciais e residenciais estão procurando, neste momento, os proprietários dos imóveis para renegociar os valores. “O locador muitas vezes sabe que não pode aumentar o valor da locação agora ou o inquilino sai. E a economia não está tão bem assim. Não é um momento tão bom para se exercer o contrato sob o ponto de vista de correção”, diz.
Nas negociações, diz Fabricio, as correções têm ficado entre 2% e 3% – algo mais próximo do IPCA. Essas renegociações, segundo ele, estão ocorrendo principalmente entre os empresários e os proprietários de pontos comerciais, em um cenário de dúvidas sobre o ritmo de recuperação da economia após o isolamento social.
Apesar do avanço, o índice registrou um menor nível para o mês de setembro desde o início da série histórica do indicador.
A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), indicador calculado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), cresceu 1,3% em setembro ante agosto, para 67,6 pontos, a primeira alta após cinco meses seguidos de quedas, informou nesta sexta-feira a entidade.
O ICF de setembro ficou 26,9% abaixo do registrado em igual mês de 2019 – é o menor nível para um mês de setembro desde o início da série histórica do indicador, em janeiro de 2010.
Segundo a CNC, a alta na passagem de agosto para setembro seria uma reposta à reabertura gradual do comércio. Nas avaliações sobre o curto prazo, o único componente do ICF relativo ao momento atual que apresentou retração foi o relacionado à renda (-1,1%).PUBLICIDADE
O subíndice que mede a satisfação dos consumidores com relação ao emprego voltou a registrar crescimento (+0,3%), após cinco quedas seguidas, e fechou o mês como o item de pontuação mais elevada (85,7 pontos). Na esteira do aumento do componente Emprego Atual, o subíndice que avalia a perspectiva profissional dos brasileiros apresentou o maior crescimento mensal em setembro (+5,9%), chegando a 75,2 pontos.
“Esses fatores revelam que a percepção mais favorável do mercado de trabalho atual já se reflete positivamente e de forma mais intensa nas perspectivas em relação ao futuro profissional para os próximos seis meses”, diz nota divulgada pela CNC.
Em relação às condições de consumo, o subíndice Consumo Atual voltou a apresentar crescimento (+1,6%) após cinco quedas consecutivas, chegando a 50,7 pontos. O item Acesso ao Crédito registrou aumento mensal de 0,8%, depois de quatro recuos seguidos, para 81,1 pontos.
Com avanço de 3,2% ante agosto, o componente Momento para Duráveis registrou em setembro a segunda alta consecutiva. Só que o nível desse subíndice (42,3 pontos) é o mais baixo de todos os componentes do ICF de setembro, informou a CNC.
Se, por um lado, o tamanho gigantesco dos Correios é algo que pode despertar o interesse de possíveis compradores (o mercado já fala em nomes como FedEx, DHL, Magazine Luiza e Amazon como concorrentes na privatização sinalizada pelo governo federal), por outro é justamente a sua capilaridade que pode assustar investidores. O atendimento fora dos grandes centros urbanos, nas localidades mais remotas, será uma das maiores dificuldades a ser superada se algum grupo privado assumir a estatal.
O secretário geral do Sindicato dos Trabalhadores em Correios e Telégrafos do Rio Grande do Sul (Sintect-RS), Alexandre Nunes, recorda que os Correios são o maior operador logístico do País, alcançando todos os 5.570 municípios do Brasil e contando com em torno de 99 mil funcionários. “Os concorrentes, juntos, estão presentes em apenas cerca de 600 cidades”, afirma. Ele lembra ainda que essas companhias, muitas vezes, utilizam os serviços dos Correios para chegar onde não atingem com recursos próprios.
O sindicalista argumenta que a iniciativa privada trabalha sob a ótica da maximização do lucro e sem um agente público atuando no setor algumas localidades podem ficar sem atendimento ou com um serviço precário. Nunes acrescenta que, hoje, 92% da arrecadação dos Correios ocorre em 397 municípios, o restante são operações deficitárias. A empresa consegue trabalhar com as cidades que não geram tanto valor no negócio, devido a essa espécie de subsídio cruzado das arrecadações conquistadas nos grandes centros.
Outro ponto que faz o secretário geral do Sintect-RS justificar sua contrariedade à privatização é o fato da empresa não apresentar prejuízo. No ano passado, os Correios registraram um lucro de R$ 102 milhões e as receitas de vendas de produtos e de prestação de serviços atingiram R$ 19,1 bilhões. Além de ser um forte player no mercado de encomendas, a companhia detém o monopólio do envio de cartas, telegramas e malotes.
Conforme relatório da estatal, em 2019, 48% das receitas de vendas da empresa foram oriundas do segmento de encomendas (em que concorre com outras companhias), 39% de mensagens (no qual há o monopólio) e o restante através de outros serviços. Ainda segundo o documento, o indicador market share, que visa mensurar o percentual de participação dos Correios no mercado brasileiro de encomendas, apontou uma fatia de 43,60% para a estatal nessa área, o que representa uma receita bruta de cerca de R$ 9,1 bilhões. O tráfego postal acumulado dos Correios atingiu 5,066 bilhões de objetos distribuídos.
Se o ano passado foi lucrativo para a empresa, 2020 pode ser mais promissor ainda. O secretário geral do Sintect-RS informa que no primeiro semestre deste ano o lucro já havia subido para R$ 614 milhões, puxado, especialmente, pelo aquecimento do e-commerce. “Durante a pandemia, todas as empresas que não vendiam produtos pela internet passaram a fazer essas comercializações e postaram (os itens vendidos) nos Correios”, salienta Nunes.
Já o bacharel em Administração de Empresas pela Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp) e autor do livro Avaliação de empresas – e os desafios que vão além do Fair Value, Fernando Dias Cabral, argumenta que uma possível privatização pode acarretar melhoria na qualidade e velocidade da entrega das encomendas, pois a eficiência dos Correios pode ser aprimorada. Ele considera o serviço digital da estatal, por exemplo, como algo que precisa evoluir. Porém, Cabral ressalta que a empresa tem melhorado sua operação. Uma prova disso é que o Indicador de Entrega no Prazo (IEP) vem evoluindo. Em 2017, os Correios registraram um desempenho de 88,53% nesse balizador, contra 90,74% em 2018 e 97,37% no ano passado.
Apesar de ver possibilidades de que uma alienação dos Correios implique agilização dos processos, Cabral também adverte que a privatização, dependendo dos moldes em que for feita, pode ser prejudicial para a prestação do serviço. Ele argumenta que se o vencedor da licitação pagar um valor muito elevado pela estatal poderá ficar sem capital para investir no melhoramento da empresa. Outro tópico que impactará a questão da possível venda é se os Correios preservarão ou não o monopólio quanto à movimentação de cartas, telegramas e malotes.
E-commerce passa por transformação no Brasil e recebe outros concorrentes
O ano de 2020 tem sido um divisor de águas para a logística de entrega de produtos no Brasil. Além da discussão sobre a possível privatização dos Correios, a pandemia do coronavírus fez com que as vendas através do e-commerce disparassem no País. Sobre o tema, o conselheiro e coordenador do comitê de e-commerce da Associação Brasileira de Logística (Abralog) José Roberto Lyra, comenta que a situação do vírus forçou a digitalização de muitas empresas.
“A procura por serviços de logística se elevou muito, principalmente no e-commerce, porque tinha o consumidor que já comprava e aquele que começou a experimentar, pois não podia sair de casa”, frisa. Dados da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) apontam que mais de 150 mil e-commerces foram abertos desde o começo da pandemia. Lyra acrescenta que até pequenos empreendedores, que não tinham o hábito de vender online, de repente “descobriram” essa opção.
Ele salienta que as grandes empresas, que têm seus próprios marketplaces (e-commerce em que lojistas podem comercializar seus produtos), como Amazon, Magazine Luiza e Via Varejo, facilitaram o acesso a esses espaços para companhias menores, que tinham apenas estabelecimentos físicos, e ofereceram a possibilidade de entregar os artigos dessas empresas. Lyra antecipa que as compras digitais deverão continuar acelerando, mesmo quando a pandemia reduzir.
O CEO da Intelipost (plataforma de gestão de fretes no Brasil), Stefan Rehm, confirma que houve um relevante aumento da demanda logística durante o período de pandemia. Ele compara o cenário como se houvesse uma Black Friday todos os dias. “E esse pico aconteceu sem preparação ou planejamento algum, foi algo desafiador”, enfatiza. Sobre a verdadeira Black Friday 2020, marcada para novembro, Rehm adianta que, dentro da conjuntura que se apresenta, será o maior evento dessa natureza já realizado até agora no País.
A Intelipost, por oferecer uma tecnologia de gestão logística, principalmente para e-commerces e marketplaces, percebeu um aumento expressivo nas suas demandas. Em um comparativo entre o primeiro semestre de 2019 e o de 2020, a partir da mesma base de clientes, foi observado um incremento de 86% no número de pedidos. A companhia está conectada a mais de 450 clientes espalhados por mais de 4 mil lojas, permitindo assim ter uma boa visibilidade do comportamento do e-commerce por segmento. Os setores que tiveram os desempenhos mais destacados foram o de Casa & Decoração ( 224,8), Eletro & Eletrônicos ( 159,7), Construção & Ferramentas ( 142,5), Moda & Caçados ( 113,1%), Informática ( 105,8%), Saúde & Cosméticos ( 93,4%), Alimentos e Bebidas ( 48,9%) e Livros & Revistas (39,2%).
O diretor de logística da FedEx Expres, Eduardo Araújo, também atesta que diversos estudos mostraram que o e-commerce brasileiro registrou crescimento durante a pandemia. “Para este final de ano, estamos esperando um volume maior em comparação ao ano passado, e o e-commerce terá papel fundamental neste cenário durante a Black Friday e o Natal” projeta o executivo. Em resposta ao aquecimento do mercado, a empresa realizou investimentos em sua estrutura e pretende abrir 800 vagas temporárias para reforçar a base operacional no Brasil. Também aumentou a capacidade de suas instalações em Queimados (RJ) e Viana (ES) e inaugurou uma filial em Curitiba (PR).
Em sessão semipresencial nesta terça-feira (22), o Senado aprovou, em votação simbólica, autorização para contratação de empréstimo de até US$ 60 milhões do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para o Rio Grande do Sul. Os recursos serão destinados ao financiamento parcial do Projeto de Modernização da Gestão Fiscal do estado (Profisco II–ES). A proposta vai a promulgação.
O senador Marcos Rogério (DEM-RO) foi o relator da Mensagem 50/2020, da Presidência da República, que trata do empréstimo. O relator explicou que o Profisco II é uma linha de crédito do BID destinada ao financiamento de projetos de melhoria e administração das receitas e da gestão fiscal, financeira e patrimonial dos estados e do Distrito Federal. O prazo de amortização da dívida é de 234 meses, após carência de 66 meses.
A votação do empréstimo do BID para o Rio Grande do Sul foi o primeiro item da sessão desta terça, a primeira a ser realizada após seis meses de deliberação remota no Senado.
De uma vez só: 700 vagas de trabalho. A oferta de emprego foi aberta por uma multinacional de logística que vai operar o centro de distribuição (CD) da Amazon, gigante mundial de e-commerce que prepara a instalação na Região Metropolitana de Porto Alegre.
As contratações têm pressa: a previsão é de que os selecionados comecem a trabalhar na primeira quinzena de outubro no CD da Amazon em um parque logístico em Nova Santa Rita, que é o maior do Estado.
O Jornal do Comércio apurou que as vagas são para atuar na empresa suíça Kuehne+Nage, que presta serviço na movimentação de mercadorias adquiridas pela plataforma da Amazon. A gigante norte-americana até hoje não confirmou oficialmente o CD, mas as tramitações para a implantação da estrutura logística na prefeitura de Nova Santa Rita são feitas em nome da Amazon.
A empresa de recursos humanos Luandre, que está divulgando as oportunidades, explica que não pode, devido a sigilo, revelar qual é a companhia contratante. São oportunidades de trabalho em duas funções: auxiliar de operações logísticas e operador de empilhadeira. A faixa de salários vai de R$ 1 mil a R$ 1,5 mil.
Segundo a prefeitura da cidade, a Amazon ocupará pavilhão de 41 mil metros quadrados que estava em construção em agosto. A prefeita Margarete Ferretti havia estimado a abertura de mil vagas. “O habite-se para o pavilhão já está regularizado e a obra praticamente pronta”, informou Margarete, em agosto.
A Amazon terá seu CD no parque logístico pertencente ao grupo 3SB. Este mês a companhia global e líder em seu setor, além de ser uma das mais valiosas do mundo, anunciou seu quarto CD no Brasil, que será em Cajamar, em São Paulo.
Para concorrer às vagas na futura operação gaúcha, os candidatos devem t escolaridade de Ensino Médio Completo e experiência prévia. Para operador de empilhadeira, é exigida e experiência com equipamento de garfo duplo GLP e curso ou reciclagem em dia.
A Amazon terá a maior área no parque logístico, que já é o maior do Estado, com 150 mil metros quadrados construídos. O plano de expansão prevê até 205 mil metros quadrados. O terreno tem quase 500 mil metros quadrados. Operam no local braços logísticos ligados a Telefônica, BIG, Pepsico, AMPM Ipiranga e DHL.
A Rede Dia, que decidiu deixar o mercado gaúcho e já fechou lojas – as últimas foram 10 em Porto Alegre -, ocupava 31 mil metros quadrados e está negociando a transferência para outra rede do Rio Grande do Sul.
A noticia do investimento para atender à demanda de e-commerce, que cresce em meio à pandemia, ameniza a perda de outra operação na área, da concorrente Mercado Livre. A empresa argentina teria, por meio de sua operação brasileira, uma estrutura em Gravataí, que acabou sendo suspensa.
Outra empresa que está com vagas abertas é a Panvel. São 500 postos para contratação em diversas cidades gaúchas.
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