Os preços das passagens aéreas devem cair cerca de 40% quando acabarem as quarentenas, disse Brian Pearce, economista-chefe da Iata (associação internacional das companhias aéreas). A redução já está acontecendo no mercado doméstico da China, e reflete uma tentativa das empresas de estimular a demanda.No país asiático, o número de reservas, que caiu 88% durante o lockdown, agora está em cerca de 45% do que era antes das quarentenas. Já as tarifas estão 40% abaixo da média. A queda do preço vai acontecer principalmente nas rotas em que há competição entre empresas (80% dos trajetos, sendo que em 60% deles há pelo menos três concorrentes).
O preço do combustível de aviação, hoje cerca de um terço do que era antes da pandemia, vai ajudar nessa estratégia, mas as companhias devem ver sua situação financeira agravada, porque os custos de operação vão subir. A maior pressão sobre os custos viria do chamado “cancelamento de assentos”: a obrigatoriedade de deixar uma poltrona vazia entre os passageiros.
Franquias têm até março para se adequar ao novo marco legal
Com a sanção presidencial em 26 de dezembro, a antiga Lei de Franquias, de 1994, foi substituída pelo novo marco legal (Lei nº 13.966/2019), que entra em vigor no dia 27 de março de 2020, 90 dias após a publicação no Diário Oficial da União. O texto revoga a atual lei sobre contratos de franquia empresarial (Lei nº 8.955/1994), substituindo-a por novas regras.
A nova legislação diz que, para a implantação da franquia, o franqueador deverá fornecer ao interessado Circular de Oferta de Franquia (COF) contendo obrigatoriamente informações detalhadas do negócio franqueado, como, por exemplo, histórico, qualificação do franqueador e empresas a que esteja ligado. Agora, no lugar de apenas 15 itens obrigatórios, a COF terá 23.
“Sabemos que o franqueado é um empresário, assim como o franqueador. O que queremos é que ele tenha total consciência dos desafios que vai encontrar, a partir da COF”, explicou o diretor jurídico da Associação Brasileira de Franchising (ABF), Fernando Tardioli, em entrevista para a revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios.
Para o presidente da ABF, André Friedheim, a nova lei traz facilidade para a abertura de empresas. “Com essa nova regra, conseguimos manter as conquistas originais de 1994, deixar mais claros alguns pontos da lei e acrescentar dispositivos que podem acelerar, por exemplo, a abertura de novas unidades”, diz.
Na visão de Tardioli, a lei que entrará em vigor “representa uma necessária modernização do arcabouço legal do setor, com mudanças fundamentais que a tornam também mais adequada para responder aos avanços do próprio franchising brasileiro nas últimas décadas”.
A senadora Kátia Abreu (PDT-TO), que relatou a proposição na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, diz que as regras aprovadas no Congresso darão mais tranquilidade para quem investe em franquias.
“A nova lei vai trazer segurança jurídica, transparência e simplificação para franqueadores e franqueados”, afirma, lembrando a importância do setor: “Esse é um dos setores que mais crescem no país e no mundo, apesar de toda a crise que nós vivemos nos dois últimos anos”.
Segundo a ABF, a área de franquias faturou R$ 174 bilhões em 2018 e responde, atualmente, por mais de 1,34 milhão de postos de trabalho e 160 mil unidades em operação.
Caso o franqueador não adeque seus instrumentos jurídicos até março, os contratos emitidos após a data poderão ser anulados e todos os valores pagos pelo franqueado deverão ser devolvidos.
O novo marco legal do setor no país trará uma série de inovações positivas para o sistema de franquias, incluindo:
– Ausência de relação de consumo entre franqueador e franqueado.
– Ausência de vínculo empregatício com o franqueador, seja em relação ao franqueado, seja a seus empregados, ainda que em período de treinamento.
– Possibilidade de sublocação do ponto comercial pelo franqueador ao franqueado.
– Punição por omissão ou veiculação de informações falsas na COF.
– Validade da eleição do juízo arbitral pelas partes.
O município de Gramado, na serra gaúcha, ingressou na justiça com uma ação contra a plataforma de hospedagem Airbnb. O pedido de liminar pede o bloqueio das ofertas de casas e apartamentos ainda disponíveis para locação na cidade. Um decreto municipal proíbe esta prática diante da pandemia do novo coronavírus.
“Optamos por esta ação após detectar que ainda existem casos concretos de hospedagem, nesta modalidade”, afirmou o procurador-geral do município João Gilberto Barcellos, em nota. Conforme o prefeito Fedoca Bertolucci, a modalidade de aluguel impede a fiscalização sobre os cuidados de prevenção contra o vírus.Junto com outros municípios da região, Gramado estuda a retomada parcial das atividades na rede hoteleira a partir desta semana. Os serviços, no entanto, deverão obedecer a uma série de restrições, como ocupação máxima de 50% da capacidade nos hotéis.
Conheça as principais tendências mundiais apontadas pelo Sebrae e pela ABIHPEC para o setor de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos
Nos últimos anos, com o aumento da expectativa de vida da população brasileira, a indústria de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos passou a ser percebida como peça-chave na promoção do bem-estar e da saúde das pessoas. À medida que os produtos contribuem para que elas cuidem mais de si mesmas, se valorizem e se protejam, o setor passa a ser visto com certa essencialidade.
Nesse contexto, o número de empresas que atuam com serviços de beleza no Brasil cresceu expressivamente, com destaque para os pequenos empreendedores. Entre 2009 e 2016, o segmento de HPPC (higiene pessoal, perfumaria e cosméticos), que também inclui serviços relacionados aos cuidados com a beleza, recebeu cerca de 645 mil novos Microempreendedores Individuais (MEIs) e mais 26 mil Microempresas (MEs) e Empresas de Pequeno Porte (EPPs). Além disso, em 2017, o mercado nacional de HPPC movimentou US$ 32,1 bilhões em consumo e, segundo a Euromonitor, figurou em quarto lugar no ranking mundial.
Para fortalecer ainda mais esse mercado e oferecer insumos para que as empresas possam se destacar da concorrência, especialmente das grandes companhias internacionais, a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) desenvolveram o Caderno de Tendências 2019-2020. A publicação, em sua quarta edição, aborda as transformações que vêm ocorrendo no Brasil e lá fora, aponta caminhos e relata casos de sucesso inspiradores para companhias de todos os portes. É especialmente útil para as micro, pequenas e médias empresas, que costumam ter menos acesso a esses estudos. “Essas empresas precisam conhecer os movimentos e tendências, para que consigam se adaptar e começar a planejar o seu futuro diante desse cenário que está sendo desenhado para o setor de HPPC”, afirma Andrezza Torres, coordenadora nacional da Cadeia de HPPC/Beleza.
A principal tendência a ser considerada é, sem dúvidas, a forte procura do consumidor por individualização, isto é, ele procura algo que seja para ele e que o respeite como indivíduo, tanto esteticamente quanto em relação à sua saúde e às suas crenças. De acordo com o estudo, 33% das brasileiras entre 19 e 35 anos dizem que gostariam de ver mais anúncios com pessoas de diferentes tipos e formatos de corpo, ou seja, as pessoas não querem mais ver apenas um único padrão. Elas querem expressar seu estilo individual e se sentir representadas. Entender esses movimentos será imprescindível para as empresas que desejam se manter competitivas.
Andrezza destaca também que o consumidor quer opções sustentáveis. “Há uma clara visão de que nós precisamos pensar na biodiversidade brasileira, no comércio e nos insumos locais”, explica a coordenadora do Sebrae. Segundo pesquisa do Laboratório de Química da Universidade Estadual Paulista (Unesp), o segmento de produtos com ingredientes de origem natural cresce entre 8% e 25% ao ano no mundo todo. Além disso, o Caderno de Tendências mostrou que há uma preferência pelo consumo de itens de produção local, o que indica um cuidado com as fontes de produção e com os processos de fabricação.
Atrelada às duas tendências já citadas, temos a transparência, característica que será cada vez mais cobrada pelos consumidores. As pessoas querem saber mais do que as prateleiras mostram. Elas estão interessadas nos ingredientes utilizados, no formato de produção, de transporte e armazenamento dos produtos, por exemplo, e, para que não haja nenhum furo, as empresas vão precisar alinhar seus processos com seus discursos e campanhas de marketing.
Entre as tendências destacadas pelo estudo, estão o marketing de experiência, os micro-influencers, a valorização da fluidez de gênero, marcas com propósito, novos canais de vendas e várias outras que você pode conferir no site do Sebrae e da ABIHPEC. Estudos como esse são relevantes pois ajudam o empreendedor a entender o que o consumidor deseja, compreender as mudanças do mercado e enxergar possibilidades que ajudem a posicionar a empresa de forma mais produtiva, além de descobrir para onde o mundo está caminhando e de que maneira isso vai afetar seu negócio.
Para o futuro das relações entre consumidor e indústria, Andrezza afirma: “As tendências são resultado de uma cooperação entre marca e cliente, por isso a necessidade de haver um diálogo. Acho que nem a indústria vai conseguir impor tendências, nem o cliente vai atuar como um ser isolado do ecossistema. Os clientes vão conversar tanto entre si quanto com a indústria e vice-versa. A tendência é: interação, colaboração e cocriação entre consumidores e marcas”.
É cedo para falar se haverá impacto nas relações comerciais do Rio Grande do Sul com a Argentina a partir da decisão do país vizinho de ficar de fora das negociações em andamento no Mercosul. A análise é um consenso entre especialistas, que destacam a importância da parceria do fluxo comercial entre os países do bloco com o Brasil .
Há também o entendimento de que o ideal seja resgatar a Argentina para a mesa de negociações, uma vez que qualquer acordo firmado sem a sua assinatura é inviável.Com a declaração, feita na sexta-feira passada, de se retiraria de todos os acordos em negociação no Mercosul – à exceção dos já fechados com a União Europeia e a Associação Europeia de Livre-Comércio (EFTA) -, o governo argentino torna mais evidente as diferenças ideológicas do atual presidente.
“A eleição de Alberto Fernández como sucessor de Mauricio Macri já foi um sinal de que o Mercosul poderia não ter mais o apoio argentino nas negociações dos Tratados de Livre Comércio (TLC), uma vez que estes e o livre mercado fazem parte da agenda liberal, com a qual Fernández não compactua por diferenças ideológicas”, avalia o doutor em Ciências Sociais, Francisco Américo Cassano.Para explicar a situação, o secretário de Relações Econômicas Internacionais da Argentina, Jorge Neme, destacou, em reunião do bloco por videoconferência, que o país “sofreu, nos últimos anos, com políticas neoliberais responsáveis pela perda de uma parte importante do sistema produtivo e industrial, e pelo crescimento na pobreza e no desemprego”.
Como o governo argentino adotou a medida para atender a prioridades de sua política econômica interna, agravada pela pandemia da Covid-19, o economista Andrés Ferrari Haines opina que a dúvida que fica é saber se haverá uma busca por diálogo entre os países do bloco ou a saída de um dos integrantes da União Aduaneira. “Aí, sim, podemos pensar em impactos não só para o Estado, como para o Brasil”, pondera.Ao abandonar as negociações para TLCs, a Casa Rosada destacou a “insistência” dos parceiros em promover o avanço de tratados com Coreia do Sul, Canadá, Índia, Líbano e Singapura.
O texto assinala que o governo de Alberto Fernández protegeu as empresas locais e os mais pobres, uma prioridade diante da pandemia de coronavírus.Na análise do professor de Relações Internacionais da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul André Reis da Silva, ao contrário do que vem sinalizando, o governo brasileiro “deveria investir no reforço do regionalismo, porque pode ser um dos elementos de ajuda para a recuperação econômica e um escudo protetivo para os próximos meses”, em vista da crise mundial vinculada à pandemia.
“O que se aponta é a rediscussão das cadeias globais de valores, que se tornariam mais chegadas no decorrer dos próximos três anos, com boa parte do comércio das cadeias industriais procurando locais vizinhos às suas plantas”, argumenta Silva.”O Mercosul, mesmo com seus problemas, é bom comercialmente por ser o principal bloco para nossas exportações de manufaturados”, observa o presidente da Fiergs, Gilberto Porcello Petry.
“Muitas pequenas e médias empresas gaúchas mantêm sua estratégia de internacionalização regionalmente, e o bloco resulta na melhor opção”, complementa. Petry ressalta que a parceria comercial entre Brasil e Argentina “é extremamente relevante, especialmente na cadeia automotiva”. “É fundamental que essa decisão não afete outros acordos em andamento, como o automobilístico, prorrogado até junho de 2022, e que representa cerca de 50% do comércio entre os dois países”, observa.
Brasil deve agilizar acordos com o país vizinho
O fato de a Argentina questionar suas políticas comerciais exige que o Brasil – e também o Rio Grande do Sul – tenha agilidade para negociar acordos em andamento e até mesmo iniciar novas tratativas. A opinião é do presidente da Fiergs, Gilberto Petry, ao argumentar que, no momento, o País investe para ampliar sua inserção global.
Segundo a Fiergs, a Argentina foi o quarto principal destino das vendas externas gaúchas, totalizando 5,07% das exportações de 2019. No ano passado, 9,2% das exportações gaúchas foram para o Mercosul, sendo que 55% desse montante foi destinado à Argentina. “Se considerarmos a qualidade da pauta exportada e importada, poderia se dizer que a Argentina é o principal parceiro comercial do Estado”, enfatiza.
Dia desses, chegando para buscar um carro alugado no aeroporto, me deparei com uma cena que me fez projetar a velhice, com suas inconveniências. Era um desses terminais novos, construídos para os grandes eventos esportivos que ocorreram no Brasil, que mais parecem shoppings.
Estava acertando detalhes da documentação exigida para o aluguel do veículo, quando um senhor idoso se aproximou. Olhava atentamente os longos períodos de silêncio entre mim e a atendente, que mantinha os olhos grudados na tela de um computador, preenchendo as exigências burocráticas.
De repente, ela tirou os olhos da tela e perguntou:
– Senhor, o que faz aqui? Posso ajudá-lo?
Ele, de forma simpática, respondeu:
– Estou namorando – disse, sorrindo.
Ela riu e ele continuou a conversa, sendo todo galanteador.
Foi então que percebemos que ele não tinha a menor noção do que fazia, nem de onde estava, nem como foi parar ali. Em sua cabeça, misturavam-se informações do antigo aeroporto, que se localizava em um bairro próximo e não lembrava em nada a moderna arquitetura do atual terminal.
Realmente, ele, com seus 83 anos, estava perdido. Havia andado no sol quente por cerca de três quilômetros, estava exausto, mas sem desejo algum de voltar para casa. Claramente, um caso de falha de memória, causada ou por alguma doença, como Alzheimer, ou mesmo pela idade.
Restava-nos ajudá-lo a encontrar sua família, tarefa que nos rendeu boas horas de preocupação e, ao mesmo tempo, aprendizado.
Tentando esconder o medo de que tivéssemos percebido sua condição, o velhinho se desmanchava em elogios. Quando pedimos para ver seus documentos, ele já disse em tom jocoso:
– Já vi que vou ser preso hoje, de novo.
Ao mesmo tempo que ele desconfiava de nós, também não desgrudava. Era como se fôssemos suas âncoras.
Achamos a administração do terminal e contamos toda a história. Atenciosos, começaram a puxar pela memória dele alguma combinação de números que pudesse ser do telefone de um parente. Por algum tempo, ele apresentou várias sequências, mas nenhuma que completasse uma ligação.
De repente, um lampejo de lucidez se fez presente. Ele fixou o olhar na placa de inauguração do aeroporto e apontou para os nomes, repetindo adjetivos que aprendeu no senso comum. Apontou o lugar do presidente da República:
– Este aqui? Ladrão.
Em seguida, o nome do governador do estado:
– Este? Ladrãozinho.
Então foi a vez do prefeito:
– Este aqui? Aprendiz de ladrão.
As constatações arrancaram risos dos funcionários. Um deles comentou, brincando:
– Parece que ele não está tão esquecido assim, não.
Sinal de que nossos políticos precisam melhorar suas imagens perante a população.
O ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, estimou que a Medida Provisória (MP) que vai liberar um crédito deR$ 5 bilhões para as empresas de turismo e hotelaria enfrentarem a pandemia do coronavírus deverá estar pronta para publicação até sexta-feira da próxima semana, dia 8 de maio.A destinação da verba foi comunicada pelo ministro em 22 de abril, mas, até agora, o dinheiro não saiu.
O texto da MP foi enviado pela pasta para o Ministério da Economia, que está avaliando a viabilidade da liberação dos recursos.”É uma luta com a Economia. Sabemos que os gastos do Tesouro estão altíssimos, mas as sinalizações até aqui têm sido positivas”, afirmou Marcelo Álvaro. “Eu já disse para o ministro da Economia que depois que o setor morrer não adianta tentar ressuscitar'”, contou, referindo-se ao apelo para que a liberação da verba seja agilizada.
“Os R$ 5 bilhões estão muito bem construídos, e a possibilidade de ser liberado em breve é muito grande. Tenho esperança de que até sexta-feira da próxima semana teremos o anúncio”, completou, durante live organizada pelo banco BTG Pactual.O dinheiro vai funcionar como o capital de giro para as empresas de turismo e hotelaria, que viram uma debandada dos hóspedes desde o estouro da pandemia do coronavírus no País, em meados de março. Segundo o ministro, 80% dos recursos vão para empresas de pequeno e médio portes, e 20%, para as médias e grandes.
O ministro admitiu, também, que os recursos anunciados até aqui pelo governo federal ainda não chegaram “na ponta”, isto é, ainda não foram acessados pelas companhias devido ao excesso de burocracia ou demora na liberação das verbas. A ideia é que isso seja corrigido por meio da nova medida provisória mencionada.Marcelo Álvaro também defendeu a MP 948 publicada no começo de abril, que dispensa empresas de turismo e cultura de fazer o reembolso imediato de serviços cancelados por causa da pandemia do novo coronavírus.
“Essa MP visa preservar a saúde financeira das empresas e resguardar direito dos consumidores”, explicou.Segundo a MP, em vez de devolver o dinheiro, a empresa poderá remarcar em até um ano os serviços, as reservas ou os eventos cancelados; disponibilizar crédito para uso ou abatimento na compra de outros serviços das mesmas empresas; ou firmar outro acordo com o consumidor.O ministro lembrou, também, que a MP 936, que permite a suspensão dos contratos de trabalho, é uma outra alternativa que servirá de apoio ao setor, uma vez que a folha de pagamento no ramo de hotelaria representa cerca de 40% do faturamento das empresas.
Acompanhar a tecnologia é essencial para a valorização e bem-estar nos ambientes. Conheça as lâmpadas que estão dominando o setor da iluminação
Tudo começou há mais de 200 anos, quando surgiram os primeiros registros oficiais de uma das criações mais importantes da humanidade: a lâmpada. A luz elétrica está tão presente no nosso dia a dia que, muitas vezes, deixamos de perceber a importância e o impacto que ela tem em nossa vida. Além de suas funções básicas – deixar os dias “mais longos”, facilitar a nossa rotina e iluminar as cidades, por exemplo –, sabia que a luz influencia diretamente o layout, a decoração e, consequentemente, os resultados das vendas de uma loja? Isso mesmo, uma boa iluminação exerce um impacto gigantesco na decisão de compra do cliente.
Pode não parecer, mas a luz do ambiente é um dos fatores que fazem com que o cliente entre ou não no estabelecimento, também sendo útil para deixar em destaque os produtos que estão à venda no local. De acordo com uma pesquisa da Kellogg School of Management, a falta de iluminação faz com que os consumidores escolham com mais frequência a opção que lhes proporciona prazer imediato, de modo a tomar decisões nada práticas e ficar insatisfeitos ou arrependidos em seguida.
Lembre-se: uma iluminação bem planejada pode ser um fator de diferenciação da concorrência, uma vez que a sua loja ganhará destaque. Esse planejamento é tão importante que existem profissionais e empresas especializados na aplicação de iluminação artificial em espaços interiores e exteriores. Rodrigo Travi, por exemplo, é CEO e diretor comercial da LEDAX, empresa que fornece soluções de eficiência energética. Ele afirma que, atualmente, a iluminação LED é fundamental para qualquer empresa que quer ser competitiva dentro do seu mercado. Para quem trabalha no ramo de supermercados, ele dá uma dica: “Além de garantir reprodução de cor melhor do que as lâmpadas fluorescentes, a iluminação em LED gera uma economia na ordem de 60%. Ainda, se não houver uma iluminação adequada, os produtos não ganham atenção e não despertam interesse de compra”.
Agora você deve estar se perguntando: além da economia de energia de até 60%, quais são as outras vantagens dessa tecnologia? Comparada às lâmpadas incandescentes e fluorescentes, que são as mais convencionais, a luz de LED transfere menos calor e é considerada mais eficiente energeticamente, o que significa que você terá mais luz, com menor gasto de energia, sem contar a qualidade e diversidade de luz – maior variedade de cores, fachos e intensidade. Em relação à vida útil do produto, uma luminária com essa tecnologia dura de cinco a seis vezes mais do que uma lâmpada tradicional.
Uma tendência para o planejamento da iluminação nos últimos anos é também a sustentabilidade, em que a iluminação de LED continua em primeiro lugar. Além da fácil reciclagem e descarte, podendo seguir a logística reversa de eletroeletrônicos em geral, não são identificados metais pesados (como chumbo ou mercúrio) no processo de fabricação desse tipo de lâmpada. Então, se você busca modernização para sua empresa, existem inúmeros argumentos válidos para considerar o investimento em LED, que tem uma durabilidade de, em média, 12 anos.
Para escolher a iluminação ideal para o seu estabelecimento, o empreendedor formado em Engenharia Elétrica e Eletrônica pela Universidade Federal da Bahia conta que, para lojas menores, mais intimistas e confortáveis, a recomendação é o uso de uma temperatura de cor mais amena (4.000 K), entre 800 e 1.000 lux. Já para lojas maiores, como “atacarejos”, com apelo maior de preço, a temperatura de cor recomendada é de 5.000 K, com um nível de iluminação também em torno de 800 a 1.000 lux. “É importante notar que para áreas onde a cor é muito importante para a venda, como nos hortifrútis, o índice de reprodução de cor deve ser alto (no mínimo 80)”, alerta.
O impacto do coronavírus no varejo físico despertou nos varejistas a urgência da digitalização dos negócios.
A pandemia da COVID-19 catalisou um processo que já estava em curso, em menor e maior grau, no Brasil e no mundo: a mudança dos hábitos de consumo. O processo aconteceu por onde o coronavírus passou e seguiu a mesma equação. O medo e a incerteza diante da doença fizeram com que as pessoas aumentassem as compras de itens básicos de saúde e alimentação, mas, por outro lado, a recomendação foi para que as pessoas não saíssem de casa. O resultado foi a explosão do e-commerce.
A Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) registrou esse efeito no Brasil já na segunda semana de março. “Desde quinta-feira, dia 12 de março, algumas lojas virtuais chegaram a registrar um aumento de mais de 180% em transações nas categorias Alimentos e Bebidas e Beleza e Saúde”, afirma Mauricio Salvador, presidente da entidade.
Dados da plataforma de inteligência e pesquisa da agência NZN, mostram que 49% dos brasileiros passaram a reconsiderar a maneira como fazem seus gastos depois da chegada da Covid-19. Desses, 71% afirmam que pretendem aumentar o volume de compras online.
Mas se o e-commerce parece ser o caminho mais seguro para o varejo nesse momento de crise, um outro dado mostra que a transição das empresas carece de agilidade. Pesquisa recente do Sebrae mostra que 73% das pequenas empresas não estão presentes na Internet. O cenário assusta, na medida em que, no Brasil, 99% dos estabelecimentos são de micro e pequenas empresas (MPE), responsáveis por 52% dos empregos com carteira assinada no setor privado.
Para a gestora de Soluções do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Louise Alves Machado, a presença digital não é mais uma opção para as empresas de varejo. “Essa é uma realidade que se impõe após as mudanças nos hábitos de consumo provocados pela internet, smartphones e redes sociais”, diz Louise.
O relatório NeoTrust, que analisa o varejo digital trimestralmente, mostra que a crise passou longe do e-commerce brasileiro no ano passado. As vendas realizadas de janeiro a dezembro de 2019 somaram faturamento de R$ 75,1 bilhões, alta nominal de 22,7% em relação ao ano de 2018.
Apesar disso, o consumo virtual no país ainda apresenta um crescimento tímido em relação a outros países. Um exemplo é a penetração do e-commerce no mundo: 30% do volume no mercado chinês, 18%, no inglês, 12%, no americano e apenas 5%, no brasileiro. “O comércio eletrônico cresce de maneira vertiginosa e quem não se atualizar ficará para trás”, afirma Louise.
Mudar para seguir
Lourdes Ferolla é proprietária da DiFerolla, uma das principais lojas de acessórios femininos do Espírito Santo. Nessas três décadas, a marca chegou a ter dez pontos físicos. Há sete anos, após condições adversas do mercado e da economia, foi reduzida a quatro pontos de venda. “Enfrentamos um período que foi prejudicial para a empresa, associado a uma gestão inadequada dos negócios”, diz a empresária. O revés obrigou Lourdes a seguir o caminho da digitalização das suas operações. Entre idas e vindas, ela apostou no e-commerce, criou perfis em redes sociais e passou a ter outra postura diante dos seus clientes.
Hoje, a DiFerolla é um case de sucesso, com clientes em países como Tailândia, Japão, Canadá e Chile. “A ideia de partir para a digitalização veio da minha filha, que sugeriu um caminho que sabíamos existir há algum tempo, mas que não considerávamos uma questão relevante”, explica Lourdes, que mantém páginas na internet, no Instagram, Facebook e ainda tem presença em uma plataforma de e-commerce. “Eles fizeram o dever de casa. Têm presença digital e foco no treinamento de equipe. É o que se espera no atual momento do varejo”, diz Louise, que orientou a DiFerolla durante a transição.
Mas nem todos fazem o processo corretamente. A gigante americana Macy´s é um exemplo. Em março, a marca fechou 125 endereços e demitiu dois mil funcionários por não ter se adequado ao novo modelo. “A transformação digital pegou muita gente de surpresa. Hoje, existe, inclusive, a diminuição da vida útil das empresas, que caiu de 60 para 18 anos”, explica Fábio Miranda, especialista da Hi Platform, plataforma de relacionamento e experiência do consumidor.
Mito do alto custo
A grande maioria dos varejistas brasileiros parece estar atenta ao que acontece ao seu redor. A pesquisa Desafios do Varejo, conduzida em agosto do ano passado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), mostrou que nove em cada dez empresários do varejo garantem acompanhar as novidades do setor. No entanto, os mesmos empresários seguem adotando estratégias de gestão ultrapassadas, baseadas, sobretudo, na prática e vivência do dia a dia.
A explicação para essa paralisia costuma ser financeira. Para a maioria dos entrevistados, a implantação de tecnologias esbarra nos custos da transição digital. Essa é uma percepção dos empresários refutada pelos especialistas. “Alegar falta de recursos para digitalizar uma loja não é uma desculpa plausível”, diz Miranda. “Existem muitos caminhos para viabilizar um negócio na internet, sem que seja necessário um investimento muito alto”.
Segundo o técnico da Hi Platform, o que falta ao empresário brasileiro é um pouco de criatividade. Ele cita experiências como os marketplaces, que são formas baratas e eficientes de encontrar um público que só consome no universo on-line. “Não é necessário nenhum grande investimento ou conhecimento técnico para aderir a esse sistema”, relata.
Miranda explica que existem startups cujo negócio é fazer parcerias com pequenos e médios empresários que não sabem como se movimentar nesse mundo do varejo digital e que as redes sociais também são muito eficientes. “WhatsApp, Facebook e Instagram são redes praticamente gratuitas. Com R$ 90 por mês, é possível contratar ferramentas que conseguem traçar o perfil do público da marca. Não existe desculpa para não se adaptar”, explica.
No caso da DiFerolla, o investimento mais caro da transição digital foi a criação de uma página na internet para garantir o espaço virtual da loja. “A manutenção dessas páginas é feita pela minha filha, que passou por diversos cursos, muitos deles gratuitos”. Ela se refere aos serviços prestados pelo Sebrae e entidades de classe, como a Federação das Indústrias do Espírito Santo, em que é possível encontrar qualificação a preços acessíveis e, muitas vezes, gratuita.
Da tela para as ruas
Engana-se também quem acha que o futuro do varejo se limitará às telas de celular, computadores e tablets. “Essa é outra ideia distorcida. O comércio on-line não vai suplantar o comércio físico”, afirma Louise, que trabalha com a orientação de pequenas e médias empresas. “As marcas que estão se sobressaindo no varejo estão presentes nas duas formas de comércio. O esforço que deve existir é para que não haja fricção entre um e outro”.
Louise se refere a um novo modelo de ponto de venda cujo conceito atende pelo nome de phygital, uma combinação das palavras em inglês para físico e digital. O exemplo mais acabado desse modelo no país é o Magazine Luiza, rede varejista fundada em 1957, no interior paulista, que sempre foi associada às lojas de rua. Desde 2017, a companhia passou a investir pesado em sua transformação digital. Ao contrário da Macy’s, soube fazer a transição de forma harmônica com seus pontos físicos.
Hoje, a empresa adotou um modelo de venda que mistura o e-commerce com lojas físicas e permite que o cliente resgate produtos comprados on-line em pontos físicos de venda. São 1.113 lojas espalhadas pelo Brasil. “A gente fez as coisas certas na hora certa. Nós acreditamos numa proposta de não separar o .com das lojas físicas. Sempre pensamos que era uma coisa só”, diz Luiza Helena Trajano, CEO da rede.
“O Magazine Luiza investiu na identificação do seu público, omnichannel, boas experiências de compra, integração do físico com o digital e um autosserviço que resolve até 70% dos problemas do cliente”, diz Miranda.
Muito além da tecnologia
Outra questão que muito varejista não entendeu é que o comércio não mudou apenas com o uso da tecnologia. A inovação no varejo passa pela forma como ela se apresenta. Existem empresas que conseguem se reinventar e se reposicionar, identificando uma missão, um propósito muito claro para ela, os funcionários e consumidores. “Acredito que o primeiro passo para quem quer a adaptação aos novos tempos passa por aí. O negócio tem que ser empático para quem trabalha e para quem consome”, diz Louise.
Essa postura de valorizar o material humano foi a base de todas as discussões na maior feira de varejo do mundo, a NRF 2020. Nas palavras de Kevin Johnson, CEO da Starbucks, “em dez anos, o varejista de sucesso deverá ter presença física e digital, com um bom relacionamento com os seus clientes. Esses vão sair ganhando o jogo!”.
Para que a relação de uma empresa e seus clientes se estreite, a tecnologia, com suas ferramentas de captação de dados, é importante, mas não absoluta. O chamado propósito, que mostra a preocupação da empresa com questões sociais e de diversidade, por exemplo, é uma maneira de falar com o novo consumidor. “Incluir pessoas que estão à margem do mercado por questões sociais, ou estéticos, por exemplo, é tão inovador e eficiente quanto qualquer software de gestão”, explica Louise.
Liliane Rocha, CEO da Gestão Kairós, consultoria de Sustentabilidade e Diversidade, este momento de crise epidemiológica e restrições globais é crucial para as empresas mostrarem seu compromisso com os preceitos e práticas de sustentabilidade, responsabilidade empresarial e diversidade.
“O cenário atual desta crise é fundamental para pensarmos e valorizarmos as pessoas. Não se trata apenas da nossa saúde física, de um possível adoecimento, mas sim da nossa saúde psíquica, mental, emocional”, diz Liliane.
Como diz a dona da DiFerolla, o desafio de verdade está em olhar diferente a maneira de fazer comércio e de lidar com as pessoas. “Achamos que todos devem estar apaixonados pela nossa marca, funcionários e clientes. Só assim poderemos proporcionar uma experiência de compra agradável. Para nós, o cliente deve sair da loja melhor do que entrou, mesmo que não tenha comprado nada”. Isso, sim, é inovação barata.
A pandemia do novo coronavírus levou ao represamento de 200 mil pedidos de seguro-desemprego. A fila de trabalhadores demitidos sem justa causa que não conseguiram pedir o benefício distorce os dados oficiais. Segundo o Ministério da Economia, foram registrados, em março, 537 mil pedidos por seguro-desemprego, uma queda de 3,5% em comparação com o mesmo período de 2019. Na primeira quinzena de abril, por sua vez, foram 267 mil pedidos, retração de 13,8%.
“Por enquanto, neste primeiro instante de crise, passado mais de um mês, não verificamos nenhuma explosão nas demissões”, disse o secretário-executivo do Ministério da Economia, Marcelo Guaranys. No acumulado de janeiro a abril, houve o registro de 1,8 milhão de pedidos, uma retração de 8,7% em relação ao mesmo período de 2019.O secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Bruno Bianco, afirmou, no entanto, que houve um represamento de 200 mil pedidos após o início da pandemia.
“Temos uma pequena fila, de que estamos dando conta rapidamente. Essa demanda reprimida não passa de 200 mil em março e abril”, disse.Se esse contingente fosse contabilizado, porém, haveria um adicional de 150 mil pedidos, relativos aos 45 dias do mês de março e da primeira quinzena de abril deste ano, em comparação ao mesmo período de 2019.
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