O varejo não é mais aquele: os 4 pontos fundamentais de diferenciação no setor

Por Marcos Gouvêa*

No passado as três regras fundamentais de sucesso no varejo eram Localização, Localização e Localização.

Éramos felizes e não sabíamos, pois apenas diziam respeito à importância da boa localização do ponto de venda para o sucesso do negócio.

No presente e no futuro, num ambiente em que a mudança constante é a única certeza, as regras fundamentais de sucesso estão sendo redefinidas a cada momento, mas, tudo indica, passam por Integração, Interação, Experiência e Consciência.

O conceito de Integração envolve duas dimensões. A primeira é a necessária integração entre formatos, marcas, canais e modelos de negócios oferecidos aos consumidores de forma a proporcionar uma conexão única, não importa a forma e o momento do envolvimento. E diz respeito à necessária consistência entre as diversas formas de relacionamento para oferecer algo diferenciado e único.

A segunda dimensão da Integração envolve a combinação de produtos e serviços para oferecer soluções para consumidores que estão mais demandantes de conveniência e propostas que resolvam suas demandas de forma mais ampla.

A instalação, a customização, a alimentação pronta e muitas outras opções que atendam necessidades geradas por um ambiente onde o tempo se tornou o fator mais escasso.

E tudo se torna lógico quando se considera que, quanto mais madura uma sociedade, maior é o dispêndio com serviços como saúde, educação, lazer, viagens, entretenimento e outros mais. Ou o varejo agrega serviços à sua oferta ou perde participação no conjunto dos dispêndios das famílias e no “share of wallet“.

A Interação diz respeito à necessária evolução da comunicação e relacionamento anteriormente unidirecionais, emissor-receptor, para a realidade atual que é multidirecional, promovendo a troca de ideias, conceitos, visões, opiniões e propostas, logicamente viabilizada e estimulada pelos inúmeros canais de conexão gerados pelo digital, com especial ênfase nas redes sociais.

O fenômeno do surgimento, expansão e protagonismo das redes sociais como canal de relacionamento e interação entre pessoas, marcas, empresas e negócios criou uma nova realidade balizada na constante conexão, atualização e expressão individual e coletiva que no varejo também cria duas dimensões.

A primeira que é a necessária e fundamental capacidade de se estruturar para promover a interação produtiva para atender demandas emergentes de seus consumidores potenciais pelos diversos canais possíveis.

A segunda dimensão envolve a oportunidade potencial de, ao dominar esse processo e se tornar relevante, ensejar a expansão de suas atividades integrando novos negócios convergentes, ampliando a oferta de alternativas e expandindo sua atuação.

Como fazem os modelos estruturados como Ecossistemas de Negócios Alibaba, Tencent, Magalu, Mercado Livre e outros.

Outro vetor fundamental envolve Experiência.

O conceito nasceu para ajudar diferenciar e criar uma alternativa ao crescimento forte dos canais e formatos ligados a valor que, em especial, a partir da Europa, se espalharam pelo mundo, criando quase que uma nova ordem global da predominância dessas alternativas orientadas para entregar mais por menos de forma permanente.

A Experiência como conceito se desenvolveu em todos os setores de consumo e serviços e tinha e tem como proposta incorporar momentos memoráveis no processo de escolha, compra e uso de produtos e serviços e isso seria o principal diferencial competitivo para desenvolver lojas, canais e modelos de negócios.

Seus conceitos foram propostos no livro “Experience Economy”, de 1999, de Joseph Pine e James Gilmore, e foram depois tema de muitas outras publicações, artigos, livros e programas.

No quadro atual, ante o avanço das opções de valor, as experiências foram reconfiguradas para incluir tudo aquilo que o digital possa oferecer também em canais físicos, como forma de atrair, reter e, se possível, fidelizar um consumidor cada vez mais volátil em suas vontades e comportamento.

Das lojas com espaços “instagramáveis” combinando com arquitetura funcional e inovadora às alternativas que proporcionem emoção, facilidade, conveniência e envolvimento para além do processo de simples escolha e consumação da compra.

Até nos conceitos básicos de valor em formato de lojas, como as hard discount, experiências têm sido agregadas para criar um ambiente mais agradável e envolvente para compras, gerando a variante das soft discount, onde a proposta é o valor redesenhado, como no caso de Target e Trader Joe’s nos Estados Unidos. Ou o Dia na Espanha e no Brasil.

A Consciência é o vetor mais recente incorporado à equação do varejo e pressupõe os compromissos que as empresas devem assumir com respeito aos conceitos ESG, Eco Ambiental, Social e Governança, tão repetidos e ainda pouco reconhecidos, mas que, ao serem explicitados, geram imediata conexão com os consumidores, especialmente os dos segmentos mais jovens, como foi mostrado na pesquisa realizada por Mosaiclab com apoio do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV) e mostrada no Latam Retail Show.

As empresas e marcas deverão gradativa e consistentemente incorporar práticas ligadas a essas demandas sob pena de passarem a ser discriminadas nas escolhas dos consumidores.

O vetor Consciência é aquele que mais recentemente se incluiu entre os temas fundamentais de demanda pelos consumidores, ainda em fase de absorção de suas implicações, mas que surpreende em termos de adesão, à medida que se torna mais conhecido. E que cada vez será mais cobrado pelo mercado à medida que cresce sua relevância.

Da visão simplista e pragmática do passado, de Localização, Localização, Localização, aos quatro elementos propostos, é inegável a enorme, rápida e radical transformação precipitada pelo amadurecimento do omniconsumidor-cidadão e o redesenho da realidade precipitada pela evolução da tecnologia e o digital no ambiente futuro e atual.

Vale a reflexão.

*Marcos Gouvêa é fundador e diretor-geral da Gouvêa System.

 

Fonte: Varejo SA

Dia das Crianças: 62% dos consumidores pretendem ir às compras

Pesquisa da CDL/BH revelou ainda que 67,9% dos entrevistados têm preferência por lojas físicas

Para o Dia das Crianças, 62% do consumidores pretendem ir às compras este ano. Pesquisa da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) revelou ainda que 67,9% dos entrevistados têm preferência por lojas físicas. Além disso, sete em cada 10 entrevistados pesquisam o produto antes de fechar negócio.

A pesquisa foi realizada entre 11 e 18 de agosto com clientes da capital mineira. Os lojistas estão otimistas com as vendas, mas, do total de pessoas que planejam presentear, 94,3% ainda não fizeram as compras. Para a CDL/BH, isso pode ser um indício de que muita gente vai deixar para a semana que vem.

O presidente da CDL/BH, Marcelo Souza e Silva, isso já é um hábito. “Tradicionalmente, o brasileiro realiza as compras próximo às datas comemorativas. Além disso, o pagamento dos salários será feito dias antes da celebração, o que, certamente, deve incrementar as vendas.”

Sobre as compras físicas, o presidente argumenta que a preferência por loja física era esperada. “Em 2021, a COVID-19 impulsionou as vendas on-line. Com o controle da pandemia, os consumidores estão retomando o hábito de realizar as compras via loja física.”

Gasto médio
De acordo com projeção da CDL/BH, os consumidores planejam gastar R$ 113,28 em média por presente. O valor teve aumento de 21,87% em comparação com o ano passado.

Principais presentes
Os presentes mais citados pelos entrevistados foram:

  • Brinquedos: 46,2%
  • Roupas: 35,4%
  • Calçados: 14,6%
  • Produtos alimentícios: 11,4%

Formas de pagamento
Ao 79% dos entrevistados disseram que vão pagar as compras à vista. Os pagamentos via cartão de crédito representam 21% e, em média, serão divididos em até três parcelas. Confira a ordem de pagamentos:

  • Cartão de débito: 22,3%
  • À vista cartão de crédito: 21,7%
  • Dinheiro: 18,5%
  • Parcelado no cartão de crédito: 18,5%
  • PIX: 14,6%
  • Parcelado cartão da loja: 2,5%
  • À vista no cheque: 1,3%
  • À vista cartão da loja: 0,6%

Pesquisa de preços
De acordo com o levantamento, 70% dos consumidores afirmam pesquisar o preço dos produtos antes de efetuarem as compras. Além disso, os entrevistados pontuaram que os principais atrativos para fechar um negócio são:

  • Bom atendimento: 64,2%
  • Agilidade no atendimento: 39,8%
  • Educação e cortesia dos vendedores: 21,6%
  • Qualidade do produto: 17,6%
  • Localização: 17%
  • Credibilidade da loja: 11,9%
  • Ambiente agradável e formas de pagamento: 10,2%
  • Sorteios: 4,5%

Para a escolha do presente, os entrevistados citaram a vontade da pessoa a ser presenteada (33,1%), desconto, promoção e preço (29,7%), necessidade do presenteado (21,1%) e qualidade do produto (16%).

Comemoração
A maioria dos consumidores (70%) não deve celebrar a data além da compra do presente. Dentre os que afirmam que irão comemorar, as principais atividades apontadas foram almoço em casa (8,2%), lanchar fora (6,3%), ida ao parque (4,4%), passeio no Zoológico (3,2%), cinema (2,5%), almoço em restaurante (2,5%). Jantar em restaurante, viagem, passeio em museu e shopping aparecem empatados com 0,6%.

Black Friday vem aí: dicas para se preparar com antecedência e vender mais

A Black Friday, que acontece no próximo dia 25 de novembro, já se consagrou como uma das datas de maior movimentação do varejo, no Brasil. Para se ter ideia, em 2021, somente no mercado on-line, as vendas nesse período movimentaram R$ 4,2 bilhões, com ticket médio de R$ 753. Para este ano, as expectativas são ainda melhores, pois em novembro tem início a Copa do Mundo, efetua-se o pagamento da primeira parcela do 13º salário e começam as compras para as confraternizações de fim de ano.

De acordo com a pesquisa Behup sobre consumo, referente ao 2º semestre de 2022, feita no último mês de maio, metade dos entrevistados (50%) já pretendiam comprar algum item na Black Friday. De olho nesse movimento, os donos de micro e pequenos negócios já podem se preparar para as ações de marketing, publicidade e canais de venda. Alguns segmentos do varejo são historicamente potencializados na Black Friday, como: roupas e acessórios, eletrônicos, alimentos e bebidas, supermercados, calçados e brindes.

Outro ponto de atenção para os empreendedores que pretendem vender mais na data são os canais de venda disponíveis e a agilidade da entrega. “A opção de comprar o produto on-line na Black Friday é indispensável para quem busca melhorar os resultados”, recomenda o coordenador de Competitividade do Sebrae, Ivan Tonet.

Segundo o especialista, os negócios precisam estar atentos aos diversos aplicativos em que seu produto pode ser vendido e apresentado ao consumidor. “Temos ferramentas de marketplace que facilitam bastante, como Magalu, Mercado Livre, Americanas e Amazon. Para quem ainda não entrou nesse universo, recomendo que acesse os cursos do Sebrae e comece imediatamente”, diz Tonet. As redes sociais permanecem sendo um excelente canal de vendas para a Black Friday.

É fundamental realizar, com antecedência, uma checagem nos estoques para estimar as vendas e certificar que haverá disponibilidade dos produtos com mais saída. “Se o consumidor já está pensando em comprar, o empreendedor também precisa se antecipar e garantir que fará as vendas”, alerta Tonet. Nesse momento, é importante verificar as opções de entrega desses produtos que são vendidos on-line. “O prazo para entrega é um fator determinante para a fidelização e o encantamento desse cliente”, completa o analista do Sebrae.

Fonte: Varejo SA

Segundo trimestre registra alta de 57% na concessão de crédito para pequenos negócios

Carlos Melles durante o evento de comemoração dos 15 anos da Lei Geral das MPEs

A concessão de crédito para os pequenos negócios cresceu mais de 57% no segundo trimestre de 2022 em relação aos três primeiros meses do ano, chegando a R$ 92,8 bilhões, aponta levantamento realizado pelo Sebrae com base em dados do Banco Central (Bacen). No total, de janeiro a junho, houve um acréscimo de 0,62% quando comparado ao mesmo período de 2021, totalizando R$ 151,9 bilhões concedidos em operações de crédito para Microempreendedores individuais (MEI), micro e pequenas empresas.

“Acredito que houve nos últimos anos, sobretudo, um maior conhecimento por parte das instituições financeiras sobre quem são os pequenos negócios no país”, afirma o presidente do Sebrae, Carlos Melles. Esse pode ser um dos motivos para que o trimestre tenha alcançado a maior concessão de crédito para o segmento da série histórica.

“Os donos de micro e pequenas empresas passaram a ser também conhecidos por seu comportamento em relação ao crédito. Os programas emergenciais, a exemplo do bem-sucedido Pronampe, foram muito importantes e os pequenos negócios, sendo bem orientados e assistidos nessa jornada de crédito, mostraram que os recursos foram utilizados de forma produtiva, gerando, assim, histórico de pagamentos de empréstimos, mostrando-se também resilientes à pandemia e capazes de modificar seus negócios e manter os níveis de inadimplência baixos”, acrescenta.

Esse reconhecimento do mercado fica claro em outro ponto abordado pelo estudo, com a alta de 2,5% na quantidade de tomadores de crédito no sistema financeiro nacional na soma de abril, maio e junho, em termos comparativos com os meses de janeiro, fevereiro e março. No acumulado de um ano – contando a partir do segundo trimestre de 2021, a evolução foi de 14%, pulando de 6,4 milhões para 7,3 milhões de tomadores de crédito. “Em 2016, eram somente cerca de 5 milhões, o que mostra a importante e necessária evolução do mercado de crédito para essas empresas”, explica.

Na mesma esteira, o valor médio das operações também subiu significativamente, favorecido pelos programas emergenciais de crédito durante a pandemia. Melles argumenta que no começo de 2020, por exemplo, o valor médio das operações de crédito dos pequenos empreendimentos girava em R$ 10,3 mil. Agora, no segundo trimestre de 2022, atingiu quase R$ 18 mil.

Nesse contexto, as empresas de pequeno porte e os MEI foram os que mais realizaram operações de crédito, respondendo por um aumento 26,3% e 16%, respectivamente, entre o segundo trimestre de 2020 e o mesmo período deste ano. No montante final, o setor conta com um avanço de 14% na carteira de operações realizada nessa janela de tempo analisada pelo Sebrae, partindo de 26,2 milhões e alcançando 29,3 milhões.

Inadimplência estável
Mesmo com os números positivos verificados no segundo trimestre do ano, os dados acerca da inadimplência de pequenos negócios permanecem praticamente estáveis. Ainda assim, o presidente do Sebrae, Carlos Melles, faz um alerta aos empreendedores:

“Todo crédito tomado hoje é uma dívida e se torna uma obrigação a ser paga no futuro. Portanto é lá, no futuro, que a empresa precisa estar financeiramente saudável e robusta”. Ele cita o programa Crédito Assistido, criado pelo Sebrae em 2020. “Apoiamos os empreendedores a praticarem o que chamamos de tomada de crédito consciente, de forma que a decisão de buscar um empréstimo seja feita de forma muito bem planejada, orientada e em prol do desenvolvimento dos negócios”, esclarece.

Os dados divulgados pelo Bacen ainda não incorporam as novas rodadas de crédito nos âmbitos do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) e do Programa Emergencial de Acesso a Crédito (FGI PEAC), que passaram a operar no terceiro trimestre de 2022.

Inadimplência cresce e atinge 63,71 milhões de brasileiros

Número de inadimplentes do Brasil teve crescimento de 10,13% em comparação a agosto de 2021

Levantamento realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) aponta que quatro em cada dez brasileiros adultos (39,41%) estavam negativados em agosto de 2022 – o equivalente a 63,71 milhões de pessoas. No último mês, o volume de consumidores com contas atrasadas cresceu 10,13% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Com base nos dados disponíveis em sua base, que abrangem informações de capitais e interior de todos os 26 Estados da federação, além do Distrito Federal, a CNDL e o SPC Brasil registram que a variação anual observada em agosto deste ano ficou acima da observada no mês anterior. Na passagem de julho para agosto, o número de devedores cresceu 0,78%.

NÚMERO DE PESSOAS INADIMPLENTES

O presidente da CNDL, José César da Costa, destaca que a melhora de alguns índices do país e a aproximação do período de contratações de trabalhadores temporários para o final do ano podem trazer um cenário mais positivo.

“Alguns índices no cenário macroeconômico tiveram melhora, como aumento do PIB, diminuição do desemprego e liberação de retroativos de auxílio emergencial, mas a inflação alta, especialmente com relação aos alimentos, continua impactando no orçamento das famílias. Por outro lado, estamos próximos das contratações de final de ano e do pagamento do 13º dos trabalhadores, o que geralmente traz alívio para o bolso dos endividados”, diz Costa.

NÚMERO DE PESSOAS INADIMPLENTES POR TEMPO DE ATRASO

O crescimento do indicador anual se concentrou no aumento de inclusões de devedores com tempo de inadimplência de 91 dias a 1 ano (34,90%).

NÚMERO DE PESSOAS INADIMPLENTES POR FAIXA ETÁRIA E SEXO

O número de devedores com participação mais expressiva no Brasil em junho está na faixa etária de 30 a 39 anos (24,03%), são 15,83 milhões de pessoas registradas em cadastro de devedores. Tal montante equivale a 46,29% do total deste grupo etário. A quantidade segue bem distribuído entre os sexos: 50,88% de mulheres e 49,12% de homens.

ESTIMATIVA DE INADIMPLENTES POR FAIXA ETÁRIA

Bancos são os principais locais de dívidas dos inadimplentes
Em agosto de 2022, cada consumidor negativado devia, em média, R$ 3.630,64 na soma de todas as dívidas. Cada inadimplente devia, em média, para 1,94 empresas credoras, considerando todas essas dívidas.

Quase quatro em cada dez consumidores (34,41%) tinham dívidas de valor de até R$
500, percentual que chega a 49,24% quando se fala de dívidas de até R$ 1.000.

NÚMERO DE PESSOAS INADIMPLENTES POR VALOR TOTAL DAS DÍVIDAS

Em relação ao aumento do endividamento no Brasil, o indicador mostra que em agosto de 2022 houve crescimento de 19,20% em relação ao mesmo período de 2021. O dado observado em agosto deste ano ficou acima da variação anual observada no mês anterior.
Na passagem de julho para agosto, o número de dívidas apresentou alta de 1,72%.

NÚMERO DE DÍVIDAS EM ATRASO

Abrindo a evolução do número de dívidas por setor credor, destacou‐se a evolução das dívidas com o setor de Bancos com crescimento de 33,98%, seguido de Água e Luz (10,00%). Em outra direção, as dívidas com o setor credor de Comunicação (‐10,48%) e Comércio (‐2,12%) apresentaram queda no total de dívidas em atraso.

Em termos de participação, o setor credor que concentra a maior parte das dívidas é o de Bancos, com 60,50% do total. Na sequência, aparece Comércio (13,13%), o setor de Água e Luz com 10,60% e Comunicação com 8,72% do total de dívidas.

O presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior, alerta para importância de os consumidores buscarem o máximo de informações a respeito das linhas de crédito oferecidas pelos bancos antes da contratação de um empréstimo.

“Os bancos oferecem diversas linhas de crédito, mas aquelas de mais fácil acesso costumam ser também as mais caras. Por isso, quando as contas não estiverem mais cabendo no orçamento, a orientação é procurar linhas de crédito mais baratas, ainda que isso signifique se deslocar até uma agência bancária ou falar com o gerente da conta. No final, esse movimento pode significar uma boa economia e pode evitar uma bola de neve nas dívidas do consumidor”, destaca Pellizzaro.

NÚMERO DE DÍVIDAS EM ATRASO POR SETOR CREDOR

A especialista em finanças da CNDL, Merula Borges, aponta a necessidade de se ter uma reserva financeira, mesmo que pequena, para os momentos de crise ou emergência.

“Nosso indicador de reincidência mostra que em agosto, do total de negativações, 82,65% foram de devedores reincidentes. Além disso, o tempo médio para pagamento da dívida é superior a 10 meses, ou seja, muitos entram na inadimplência, levam muito tempo para sair e em pouco tempo acabam retornando a essa situação. Mais que um desajuste pontual ou caso isolado, este fato retrata a existência de problemas mais sérios. Renda baixa, inflação e desemprego altos, crise econômica mundial, falta de educação financeira são pontos que ajudam a explicar essa situação. Mesmo com uma renda menor, é fundamental se organizar para ter uma reserva e conseguir acomodar gastos urgentes em períodos difíceis”, destaca a especialista em finanças.

Para todos os indicadores, considera-se que uma dívida é a relação de um credor com um devedor, mesmo que esse credor tenha incluído vários registros desse devedor junto ao SPC Brasil. Ou seja, mesmo que um devedor tenha quatro registros de um mesmo credor, assume-se que esse consumidor tem apenas uma dívida.

O poder dos influencers na decisão dos consumidores

A internet facilitou a interatividade entre fornecedor, influenciador e consumidor. E esta não foi a única transformação: a forma como as pessoas se relacionam com as empresas (marcas) também mudou, passando a ser intermediada pelos influenciadores digitais. Esses perfis têm o poder de influir diretamente no poder de compra de outras pessoas, divulgando marcas, recomendando produtos e criando tendências que podem ajudar as empresas.

Nesta quarta-feira (14/9), o tema foi discutido no Latam Retail Show 2022. O painel foi guiado por Célio Martinez, CEO da Mercado & Consumo, plataforma de conteúdos da Gouvêa Ecosystem. Ele comenta que “os influenciadores fazem parte de mais um canal de ativação de marketing que de 5 anos para cá aumentou drasticamente, a ponto de as empresas separarem uma parte do budget para este investimento”.

O Brasil conta com meio milhão de influenciadores. Cada um tem pelo menos 10 mil seguidores nas redes sociais. Em 2022, o investimento em influencers deve chegar a US$ 16,4 bilhões.

A comunicação, o marketing e o relacionamento são fundamentais para qualquer negócio, porém mais do que construir marca e reputação, o influenciador produz e veicula, de forma assertiva, o conteúdo, além de combinar formato, público e canal. “Não pode existir uma única forma correta de produzir conteúdo, e sim uma forma assertiva de veiculá-lo, por isso o nosso crescimento é recorrente”, avalia Karolina Chokyu mais conhecida como Karol Babadeira, diretora de Marketing da Royal Supermercado.

O poder de influência dessas pessoas e perfis vai além: uma pesquisa apresentada pela Marjorie Teixeira, diretora sênior de Comunicação e ESG para a América Latina da P&G, mostra que o engajamento com vídeo tem alcance 3x mais que uma conversa pelo chat e que uma simples postagem. “A pesquisa mostra que 64% das pessoas já pesquisaram uma marca ou um produto por meio de influencers,” comentou.

Diante desse contexto, o Storytelling ganha força no mercado, inclusive, esta é uma ferramenta que toda boa empresa deve utilizar. O storytelling é uma abordagem que fortalece a identidade e a história do lugar, do negócio e da pessoa. Isaac Azar, sócio-fundador da Paris 6, contou como a empresa usa a técnica: “no caso do Paris 6, (os conteúdos) são inspirados em Paris do século passado. Então, quando você entra em uma unidade vai se sentir de alguma forma exportado no tempo, para a Paris do século passado, que foi uma das capitais mundiais da cultura. Grandes nomes da cultura passaram por lá ou moraram, e os nossos pratos são inspirados nessas celebridades”.

Fonte: Varejo SA

Índice de Confiança das Pequenas Empresas tem alta de 2,7 pontos

Foto: Fernando Frazão/ Agência Brasil

O Índice de Confiança das Micro e Pequenas Empresas teve, em agosto, alta de 2,7 pontos. Assim, o indicador – elaborado numa parceria entre a Fundação Getulio Vargas (FGV) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) – atingiu 100,6 pontos, melhor marca desde novembro de 2013.

A melhora na confiança dos empresários em agosto foi puxada pela alta no comércio: 5,4 pontos. O setor de serviços teve elevação de 0,5 ponto no mês e a indústria da transformação registrou a segunda queda consecutiva: 1,4 ponto.

Expansão
A alta do comércio das micro e pequenas empresas foi maior que a do comércio em geral, que teve elevação de 4,3 pontos em agosto. O índice de confiança das empresas em geral cresceu 2,2 pontos no mês, ficando em 100,8 pontos.

Segundo o presidente do Sebrae, Carlos Melles, “a confiança das micro e pequenas empresas retornou para a trajetória de recuperação iniciada em fevereiro”. Na avaliação dele, o índice, ao superar a marca de 100 pontos, que indica a neutralidade, mostra uma perspectiva dos empresários de melhoria do cenário econômico.

“Ajudaram nesse resultado recursos disponibilizados pelo governo, a melhoria do mercado de trabalho e a desaceleração dos preços”, finalizou.

 

Fonte: Varejo SA

Orçamento de 2023 prevê salário mínimo de R$ 1.302

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

A alta da inflação nos últimos meses fez o governo elevar a previsão para o salário mínimo no próximo ano. O projeto da Lei Orçamentária de 2023, enviado hoje (31) ao Congresso, prevê mínimo de R$ 1.302, R$ 8 mais alto que o valor de R$ 1.294 aprovado na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

Esse será o quarto ano seguido sem reajuste real. A Constituição determina a manutenção do poder de compra do salário mínimo. Tradicionalmente, a equipe econômica usa o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do ano atual para corrigir o salário mínimo do Orçamento seguinte.

Com a alta de itens básicos, como alimentos e combustíveis, a previsão para o INPC em 2022 saltou de 4,25% no início do ano para 7,41%. O valor do salário mínimo pode ficar ainda maior, caso a inflação supere a previsão até o fim do ano.

PIB e inflação
O projeto do Orçamento teve poucas alterações em relação às estimativas de crescimento econômico para o próximo ano na comparação com os parâmetros da LDO. A projeção de crescimento do PIB foi mantida em 2,5% para 2023. A previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), usado como índice oficial de inflação, passou de 3,25% para 4,5% para o próximo ano.

Outros parâmetros foram revisados. A proposta do Orçamento prevê que a Taxa Selic (juros básicos da economia) encerrará 2023 em 12,49% ao ano, contra projeção de 9,99% ao ano que constava na LDO. A previsão para o dólar médio caiu de R$ 5,35 para R$ 5,12.

 

Fonte: Varejo SA

Varejo prevê aumento nas vendas com Copa do Mundo e Black Friday

O segundo semestre costuma ser melhor em vendas do que o primeiro, isso porque há mais dinheiro em circulação devido a datas comerciais como o dia dos pais, Black Friday e Natal. Este ano a previsão é de que o comércio seja ainda mais impulsionado com a Copa do Mundo, a chegada da tecnologia 5G e o aumento do auxílio Brasil.

Em um ano atípico, que também conta com eleições, a previsão é de que esses eventos movimentem a economia nacional. De acordo com pesquisa realizada Black Friday 2022, UOL em parceria com a MindMiners, 62% das pessoas pretendem realizar alguma compra na Black Friday. Ainda segundo a pesquisa, 62% dos entrevistados acreditam que vão comprar mais na Black Friday por conta da Copa do Mundo.

Para os varejistas a expectativa também é grande, pois são muitos eventos quase que acontecendo simultaneamente, o que leva as empresas planejarem suas estratégias para aumentar o faturamento e conquistar a clientela.

“Geralmente, o segundo semestre sempre é mais aquecido porque as pessoas planejam guardar dinheiro durante o ano inteiro visando principalmente a Black Friday, mas este ano será diferente, também teremos a Copa do Mundo. Então, o varejo já está se preparando, criando estratégias e promoções para atrair clientes e fidelizar também.” explica o founder e CEO da SnowGo, Pedro Castro

Assim como as datas sazonais, a Black Friday já faz parte do calendário dos brasileiros. Desde 2010 o consumidor já desenvolveu o hábito de se preparar com antecedência para essa data, esperando ofertas e promoções que compense a aquisição de produtos ou serviços. 

Neste sentido, a pesquisa UOL identificou que 95% das pessoas tendem a pesquisar com antecedência os valores dos produtos na internet. Além disso, 36% se planejam pensando quais produtos querem adquirir. Portanto, para quem deseja esquecer as vendas, o planejamento deve ser a alma do negócio para os próximos meses. O empresário Pedro Castro não perdeu tempo e já está se planejando para as datas. 

“Aqui na SnowGo, nós já começamos a nos preparar, pois a Copa do Mundo vai impactar de forma positiva em nossas operações. Então já planejamos alugar carros, contratar temporariamente, por dois meses, motoristas e empresa de motoboy. Para o consumidor final, estamos pensando em dar de brinde um balde da Copa para quem fizer pedidos acima de um determinado valor (ainda a ser definido)”, explica.

É importante considerar também, que não apenas essas datas propiciam as expectativas, não podemos deixar de falar que será uma ocasião próxima ao verão, férias, décimo terceiro salário, fatores que juntos geram grandes expectativas para o comércio varejista no final deste ano. Afinal, a cada ano a expectativa de compra do brasileiro continua crescendo.

É importante que os varejistas estejam atentos e saibam aproveitar o momento para estabelecer uma relação mais próxima com seu público. Considerando que o comércio varejista depende muito das datas sazonais e eventos como os que irão acontecer este fim de ano, é preciso destinar esforços para alavancar as vendas e atingir as metas do ano.

“Já estamos vindo de um processo economicamente difícil, ainda vivendo uma pandemia, então essa é uma excelente oportunidade para recuperar parte da receita que ficou comprometida durante esse ano instável que vivemos”, conclui Pedro.

Portanto, diante deste fim de ano histórico, a busca por resultados excepcionais depende muito do planejamento e estratégia do varejo. Planejar com antecedência e criar estratégias é o que o comércio precisa fazer com urgência se quiser colher bons frutos dessa safra.

 

Fonte: Varejo SA