As vendas para o Dia das Mães no varejo gaúcho registraram 56% de queda comparado com o normal comercializado neste período. De acordo com levantamento da Associação Gaúcha para Desenvolvimento do Varejo (AGV), realizado entre sexta e domingo com empresários de diferentes regiões, o ticket médio das vendas foi de até R$ 50 para 31,6%, entre R$ 50 e R$ 100 para 26,3% e mais de R$ 200 para 21,9%.
O presidente da AGV, Sergio Galbinski, explica que as pessoas estão com menor poder aquisitivo, o que justifica a queda já esperada pela entidade. “O índice de queda foi apontado na pesquisa anterior que fizemos, onde a maioria dos empreendedores já estava esperando vender pouco. A economia toda parou, muitos consumidores são profissionais liberais e o contexto mudou. Acreditamos numa retomada gradual mas somos todos conscientes que teremos que conviver por um longo período com este vírus e com as mudanças que ele acarreta, em diferentes sentidos e segmentos”, explica.
Quando questionados sobre os meios usados para relacionamento com o cliente, a maioria dos empresários (69,3%) está atuando no WhatsApp, seguido por loja física (60,5%), Instagram e Facebook (ambos com 57%). Ligações estão sendo outra opção para 33,3% dos lojistas. Em decorrência das exigências impostas pela Covid-19, 36,8% das lojas estão abertas com restrições, 33% está fechada e 28,1% operando apenas com tele-entrega.Galbinski reforça que a opção do distanciamento controlado anunciado pelo governo do Estado possibilita uma maior previsibilidade aos empresários. “Conforme a alteração dos índices, já poderemos projetar a semana seguinte, com a troca ou não de bandeiras e as restrições que cada uma traz”, diz.
O presidente da República, Jair Bolsonaro, declarou nesta quinta-feira que não há mais espaço para postergar a reabertura da economia. Acompanhado de empresários e do ministro da Economia, Paulo Guedes, o presidente teve um encontro fora da agenda com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli. “A indústria, a atividade comercial está na UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Não há mais espaço para postergar”, afirmou Bolsonaro Horas antes, o presidente havia recebido os industriais no Palácio do Planalto e decidiram, então, ir ao STF.
“Há dois meses eu venho falando que a economia não pode parar porque a economia também é vida”, disse Bolsonaro destacou que o posicionamento da indústria é que “abertura gradual e responsável tem que começar o mais rápido possível”. Se isso não acontecer, o presidente afirmou que “fica impossível (o País) voltar a ser o que era em janeiro do corrente ano”.Repetindo o que disse na reunião não programada com Toffoli, Bolsonaro afirmou ainda que o combate à crise do novo coronavírus é uma responsabilidade de todos, e citou:
“Executivo, Legislativo, Judiciário, governadores, prefeitos, empresários.””Os empresário trouxeram pessoalmente essas aflições, a questão do desemprego, a questão de a economia não mais funcionar. As consequências, o efeito colateral do combate ao vírus, não podem ser mais danosas que a própria doença. E os empresário querem que o STF também ouça o que está acontecendo”, disse.”Nós da indústria, além do enfrentamento da Covid-19, estamos enfrentando uma severa, profunda crise de demanda”, afirmou Marco Polo de Mello Lopes, presidente-executivo do Instituto Aço Brasil e coordenador da Coalizão Indústria, que falou em nome dos empresários na reunião.O impacto na demanda foi causado pelas decisões sobre o fechamento “da ponta do comércio”, segundo o empresário.
Marco Polo destacou que, de março para abril, as vendas caíram 50% e a indústria, de maneira geral, opera com 60% de ociosidade. “A indústria está na UTI e precisa sair. Para sair, precisa que ocorram as flexibilizações de maneira que a roda volte a rodar”, disse.O executivo lembrou que o setor industrial representa 45% do PIB, 65% das exportações e 30 milhões de empregos diretos e indiretos. “Existe a necessidade de colocarmos a roda para rodar”, disse ele, que completou: “eu só acrescentaria um detalhe, que é o sentido de urgência. Eu diria que a indústria está na UTI e ela precisa sair da UTI, por que se não as consequências serão gravíssimas”.Em meados do mês passado, o STF decidiu que estados e municípios podem tomar as medidas que acharem necessárias para combater o novo coronavírus, como isolamento social, fechamento do comércio e outras restrições.
Na quarta-feira, o plenário da Corte também decidiu que os governos locais também não precisam do aval do governo federal para estabelecer medidas restritivas de locomoção intermunicipal e interestadual durante o período da pandemia do novo coronavírus.As decisões dizem respeito a julgamento de ações que questionam um decreto e a Medida Provisória (MP) 926/2020, editados pelo presidente e em tramitação no Congresso, que garantem ao governo federal a competência sobre serviços essenciais, entre os quais a circulação interestadual e intermunicipal Bolsonaro disse ainda que vai incluir mais categorias no decreto que trata dos serviços essenciais, como a construção civil.
“Para que cada vez mais rápido nós possamos voltar a atividade normal, caso contrário, depois da UTI é o cemitério e não queremos isso para o nosso Brasil”, completou.Toffoli, por sua vez, cobrou coordenação do governo federal com os outros poderes e os entes da federação e disse que é necessário fazer um planejamento para a volta do funcionamento das indústrias.
Para Paulo Guedes, colapso econômico já começou
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que “a economia está começando a colapsar” por causa da pandemia de Covid-19. “A indústria nos passou que está difícil e a economia está começando a colapsar. Ao ouvir relato de empresários, o presidente disse para compartilhar com Supremo”, afirmou Guedes, que atravessou a pé a Praça dos Três Poderes junto com Bolsonaro e empresários para se reunirem com Dias Toffoli.
Guedes reforçou que “embora preservados os sinais de vida” da indústria e comércio, a economia “do ponto de vista de organização e engrenagem econômica” se encaminha para a UTI. Ele alertou para o risco de desorganização da produção brasileira nos próximos 30 dias. “O alerta que eles (representantes da indústria) deram é muito importante. Embora haja proteção e o povo ainda tenha o dinheiro na mão, daqui a 30 dias pode ser que comece a falta (abastecimento) nas prateleiras.”
Segundo o ministro, em um cenário de produção desorganizada, o País pode “entrar em um sistema não só de colapso econômico, mas de desorganização social”. Ele citou as medidas tomadas pelo governo, as quais, segundo Guedes, preservaram mais de 5,5 milhões de empregos.
Guedes também defendeu o veto ao trecho do projeto de ajuda financeira aos Estados que amplia a quantidade de categorias de servidores que poderão ter reajuste salarial.
O Plenário da Câmara dos Deputados realiza sessão virtual nesta sexta-feira (8) para análise de dois projetos relacionados ao combate à covid-19 – e também da Medida Provisória 915/19, que autoriza a venda em bloco de imóveis da União.
O Projeto de Lei 1562/20, de autoria do deputado Pedro Lucas Fernandes (PTB-MA), torna obrigatório o uso de máscara em locais públicos. A medida, caso aprovada, valerá para ruas, edifícios ou áreas de acesso público em todo o território nacional, enquanto durarem as medidas de enfrentamento à pandemia.
A proposta prevê que o descumprimento da lei “importará em responsabilização civil, administrativa e penal, além de responsabilidade administrativa disciplinar (no caso) do servidor público”, explica o autor da proposta. Lucas Fernandes destaca que se a desobediência à lei gerar despesa ao Sistema Único de Saúde (SUS), será exigida a reparação de danos materiais pelo infrator.
Quem não cumprir a lei estará sujeito às sanções previstas para as condutas de infração de medida sanitária (detenção de um mês a um ano e multa) e desobediência à ordem legal, quando funcionário público (detenção de 15 dias a seis meses e multa). Não será preso aquele que assinar termo se comprometendo a comparecer em juízo durante o processo e cumprir imediatamente a obrigatoriedade de usar máscara.
As máscaras de proteção deverão obedecer às recomendações técnicas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). À Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República e ao Ministério da Saúde caberá a veiculação de campanhas publicitárias educativas sobre o tema.
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Nas palavras do deputado petebista, o projeto também “autoriza o emprego das forças de segurança públicas, federais, estaduais e municipais, bem como da Força de Nacional de Segurança Pública, para apoiar as ações do Ministério da Saúde e das secretarias de Saúde estaduais e municipais na prevenção e combate da pandemia”.
Infração da ordem pública
Já o projeto de lei 2294/20 considera infração da ordem econômica a elevação – sem justa causa ou que aumentem arbitrariamente os lucros – dos preços das máscaras de proteção. O mesmo valerá para álcool em gel, medicamentos, vacinas, equipamentos e insumos hospitalares ou laboratoriais necessários às medidas para enfrentamento da pandemia de coronavírus. As penas previstas para infração da ordem econômica vão desde multa à proibição de exercer o comércio.
A Mesa Diretora da Câmara determinou a criação de comissão especial para analisar a matéria. Porém, o texto poderá ser votado diretamente pelo Plenário caso seja aprovada urgência para a proposta.
Na pauta da sessão, também consta a Medida Provisória 915/19, que autoriza a venda em bloco de imóveis da União.
A Justiça determinou que a plataforma de aluguel por temporada Airbnb deve suspender os anúncios de acomodações em Gramado, na serra gaúcha. Após ação movida pela Procuradoria Jurídica do município, caso as medidas sejam descumpridas, será aplicada multa diária fixa no valor de R$ 10 mil, limitada a 30 dias.
O Airbnb não pode fazer anúncios, reserva ou locação de acomodações no município até que seja editado pelo prefeito, Fedoca Bertolucci, o novo decreto que permite e regulamenta atividades de hospedagem. A plataforma também deve cancelar as reservas já efetuadas, caso a data de check-in seja a partir do período de vigência do Decreto 73/2020, que teve início no dia 17 de março.Segundo a prefeitura de Gramado, a reabertura dos imóveis de locação por temporada permanecerá suspensa no momento. O município afirma que há dificuldade em identificar os imóveis e fiscalizar as condições e protocolos sanitários.
Em sessão virtual, o plenário do Senado aprovou por unanimidade nesta quarta-feira (6) o projeto de socorro aos estados e municípios, com as mudanças feitas pela Câmara. A proposta destina repasses de 60 bilhões e suspensão de dívidas que elevam o impacto total a R$ 120 bilhões a estados e municípios, durante a pandemia do coronavírus. Projeto vai à sanção do presidente Jair Bolsonaro.
O projeto já havia passado pelo Senado, mas como sofreu alterações de mérito na Câmara teve de voltar para o crivo dos senadores. A Câmara blindou mais categorias de servidores públicos do congelamento dos salários previsto no projeto. Até policiais legislativos, que não têm atividade ligada ao combate da covid-19, ficaram de fora do congelamento, mostrando a força de pressão da área de segurança junto ao Palácio do Planalto e o Congresso.PUBLICIDADE
O congelamento era contrapartida para a aprovação do socorro de R$ 60 bilhões para estados e municípios enfrentarem a doença e a perda de arrecadação com a paralisação da economia por causa do isolamento social. Pelo texto, o congelamento vai até 31 de dezembro de 2021.
Mas o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), decidiu nesta quarta-feira deixar os professores de fora do grupo de servidores que não poderá ter reajuste salarial até 2021. Alcolumbre voltou a incluir os policiais legislativos entre as categorias sem possibilidade de aumento no período.
Ele também manteve entre as carreiras poupadas do congelamento militares das Forças Armadas, agentes da Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal, guardas municipais, agentes socioeducativos, profissionais de limpeza urbana, de assistência social, além dos profissionais da saúde que atuam no combate à covid-19.
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Apesar do recuo em relação aos servidores da educação, que atende parcialmente mudanças feitas na Câmara, Alcolumbre reclamou que os deputados fizeram um gesto “no sentido contrário” ao salvar categorias do congelamento. “Infelizmente a votação da Câmara só trouxe mais conflitos”, disse antes de apresentar formalmente o parecer. Ele ponderou, no entanto, que o Senado é a Casa do equilíbrio e que buscaria a conciliação.
Em sua fala, Alcolumbre também chamou a atenção para a necessidade de equilíbrio fiscal para o período pós-pandemia. “Como vamos enfrentar os desafios depois da pandemia se deixarmos de lado o equilíbrio fiscal?”, questionou. Alcolumbre disse, ainda, que milhões de pessoas no Brasil perderam direta ou indiretamente o sustento durante a pandemia, além de outros milhões não terem saneamento básico, nem condição de se alimentar.
As mudanças na proposta de congelamento dos salários dos servidores introduzidas na Câmara reduziram para apenas R$ 43 bilhões a economia que será obtida nas contas públicas de União, estados e municípios.
A proposta inicial negociada com o relator do projeto de auxílio emergencial dos estados e municípios no Senado, Davi Alcolumbre, era de uma economia de R$ 130 bilhões em 18 meses – R$ 98 bilhões para Estados e municípios e R$ 32 bilhões para o governo federal. Na votação do Senado, a economia caiu para R$ 93 bilhões e, ontem, na votação da Câmara, ficou em R$ 43 bilhões.
O medo de perder o emprego e a intenção de manter reduzido o nível de consumo no cenário pós-coronavírus podem dificultar a retomada da economia. A perda total ou em parte da renda mensal já atingiu 40% dos brasileiros e 77% dos que estão no mercado de trabalho têm medo de perder o emprego.
Pesquisa da CNI (Confederação Nacional da Indústral) revela que praticamente metade dos trabalhadores (48%) tem medo grande de perder o emprego. Somado ao percentual daqueles que têm medo médio (19%) ou pequeno (10%), o índice chega a 77%.
Muitos dos entrevistados já sentiram o efeito da crise no bolso. Do total de entrevistados, 23% já perderam totalmente a renda, e outros 17% tiveram redução no ganho mensal. Isso significa dizer que quatro em cada 10 brasileiros acima de 16 anos perderam poder de compra desde o início da pandemia.
“Há muito a ser feito nos próximos meses, mas devemos manter a confiança na ciência e na resistência da nossa economia. Certamente, com persistência e atuação conjunta, conseguiremos vencer o novo coronavírus, esse poderoso inimigo, superar a crise decorrente da pandemia e retomar a rota do desenvolvimento econômico e social do Brasil”, afima o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.
Gráfico aponta que consumidores devem manter padrão de consumo
Pesquisa CNI/ Fonte: FSBPESQUISA
A pesquisa da CNI, encomendada ao Instituto FSB Pesquisa, mostra que o impacto na renda e o medo do desemprego levaram 77% dos consumidores a reduzirem, durante este atual período de isolamento social na maioria dos estados brasileiros, o consumo de pelo menos um de 15 produtos testados. Apenas 23% dos entrevistados não reduziram em nada suas compras, na comparação com o hábito anterior à pandemia.
Perguntada sobre como pretende se comportar no futuro, a maioria dos brasileiros (percentuais que variam de 50% a 72%) planeja manter no pós-covid o nível de consumo adotado durante o isolamento, o que pode indicar que as pessoas não estão dispostas a retomar o mesmo patamar de compras que tinham antes.
Mas alguns segmentos podem ter uma volta mais acelerada. Ao todo, 46% dos brasileiros pretendem aumentar o consumo de, pelo menos, cinco itens do total de 15 testados após o fim do isolamento social. No total, 57% pretendem aumentar o patamar de consumo de ao menos um item, enquanto 44% afirmam que não aumentarão o nível de gasto com nenhum dos itens pesquisados.
Isolamento social
Apesar das perdas econômicas, os dados mostram que a população brasileira segue favorável ao isolamento social (86%) e quase todo mundo (93%) mudou sua rotina durante o período de isolamento, em diferentes graus.
No cenário pós-pandemia, só 30% dos brasileiros falam em voltar a uma rotina igual à que tinham antes. Sobre o retorno ao trabalho após o fim do isolamento social, a maior parte dos trabalhadores formais e informais (43%) afirma sentir-se segura, enquanto 39% se dizem mais ou menos seguros e apenas 18%, inseguros.
“As atenções dos governos, das empresas e da sociedade devem estar voltadas, prioritariamente, para preservar vidas. Entretanto, é crucial que nos preocupemos também com a sobrevivência das empresas e com a manutenção dos empregos. É preciso estabelecer uma estratégia consistente para que, no momento oportuno, seja possível promover uma retomada segura e gradativa das atividades empresariais”, comentou Robson Braga de Andrade.
Maioria considera considera pandemia muito grave ou grave no país
Pesquisa CNI/ Fonte: FSBPESQUISA
Quase todos os entrevistados (96%) consideram importante que as empresas adotem medidas de segurança, como a distribuição de máscaras e a adoção de uma distância mínima entre os colaboradores. E, para 82% dos trabalhadores, essas medidas serão eficientes para proteger os empregados.
Alto endividamento
Um dado preocupante apontado pela pesquisa é o endividamento, que atinge mais da metade da população (53%). O percentual é a soma dos 38% que já estavam endividados antes da pandemia e os 15% que contraíram dívidas nos últimos 40 dias, período que coincide com o início do isolamento social.
Dos que afirmam possuir dívidas, 40% afirmam que já estão com algum pagamento em atraso, sendo que a maioria destes (57%) passou a atrasar suas parcelas nos últimos 40 dias. De maneira geral, 9 em cada 10 entrevistados consideram grandes os impactos da pandemia de coronavírus na economia brasileira.
O levantamento foi realizado pelo Instituto FSB Pesquisa com 2.005 pessoas de todas as Unidades da Federação entre os dias 02 e 04 de maio e tem margem de erro de dois pontos percentuais. Em virtude do próprio isolamento social, as entrevistas foram realizadas por telefones fixos e móveis, em amostra representativa da população brasileira a partir de 16 anos.
Os preços das passagens aéreas devem cair cerca de 40% quando acabarem as quarentenas, disse Brian Pearce, economista-chefe da Iata (associação internacional das companhias aéreas). A redução já está acontecendo no mercado doméstico da China, e reflete uma tentativa das empresas de estimular a demanda.No país asiático, o número de reservas, que caiu 88% durante o lockdown, agora está em cerca de 45% do que era antes das quarentenas. Já as tarifas estão 40% abaixo da média. A queda do preço vai acontecer principalmente nas rotas em que há competição entre empresas (80% dos trajetos, sendo que em 60% deles há pelo menos três concorrentes).
O preço do combustível de aviação, hoje cerca de um terço do que era antes da pandemia, vai ajudar nessa estratégia, mas as companhias devem ver sua situação financeira agravada, porque os custos de operação vão subir. A maior pressão sobre os custos viria do chamado “cancelamento de assentos”: a obrigatoriedade de deixar uma poltrona vazia entre os passageiros.
Franquias têm até março para se adequar ao novo marco legal
Com a sanção presidencial em 26 de dezembro, a antiga Lei de Franquias, de 1994, foi substituída pelo novo marco legal (Lei nº 13.966/2019), que entra em vigor no dia 27 de março de 2020, 90 dias após a publicação no Diário Oficial da União. O texto revoga a atual lei sobre contratos de franquia empresarial (Lei nº 8.955/1994), substituindo-a por novas regras.
A nova legislação diz que, para a implantação da franquia, o franqueador deverá fornecer ao interessado Circular de Oferta de Franquia (COF) contendo obrigatoriamente informações detalhadas do negócio franqueado, como, por exemplo, histórico, qualificação do franqueador e empresas a que esteja ligado. Agora, no lugar de apenas 15 itens obrigatórios, a COF terá 23.
“Sabemos que o franqueado é um empresário, assim como o franqueador. O que queremos é que ele tenha total consciência dos desafios que vai encontrar, a partir da COF”, explicou o diretor jurídico da Associação Brasileira de Franchising (ABF), Fernando Tardioli, em entrevista para a revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios.
Para o presidente da ABF, André Friedheim, a nova lei traz facilidade para a abertura de empresas. “Com essa nova regra, conseguimos manter as conquistas originais de 1994, deixar mais claros alguns pontos da lei e acrescentar dispositivos que podem acelerar, por exemplo, a abertura de novas unidades”, diz.
Na visão de Tardioli, a lei que entrará em vigor “representa uma necessária modernização do arcabouço legal do setor, com mudanças fundamentais que a tornam também mais adequada para responder aos avanços do próprio franchising brasileiro nas últimas décadas”.
A senadora Kátia Abreu (PDT-TO), que relatou a proposição na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, diz que as regras aprovadas no Congresso darão mais tranquilidade para quem investe em franquias.
“A nova lei vai trazer segurança jurídica, transparência e simplificação para franqueadores e franqueados”, afirma, lembrando a importância do setor: “Esse é um dos setores que mais crescem no país e no mundo, apesar de toda a crise que nós vivemos nos dois últimos anos”.
Segundo a ABF, a área de franquias faturou R$ 174 bilhões em 2018 e responde, atualmente, por mais de 1,34 milhão de postos de trabalho e 160 mil unidades em operação.
Caso o franqueador não adeque seus instrumentos jurídicos até março, os contratos emitidos após a data poderão ser anulados e todos os valores pagos pelo franqueado deverão ser devolvidos.
O novo marco legal do setor no país trará uma série de inovações positivas para o sistema de franquias, incluindo:
– Ausência de relação de consumo entre franqueador e franqueado.
– Ausência de vínculo empregatício com o franqueador, seja em relação ao franqueado, seja a seus empregados, ainda que em período de treinamento.
– Possibilidade de sublocação do ponto comercial pelo franqueador ao franqueado.
– Punição por omissão ou veiculação de informações falsas na COF.
– Validade da eleição do juízo arbitral pelas partes.
O município de Gramado, na serra gaúcha, ingressou na justiça com uma ação contra a plataforma de hospedagem Airbnb. O pedido de liminar pede o bloqueio das ofertas de casas e apartamentos ainda disponíveis para locação na cidade. Um decreto municipal proíbe esta prática diante da pandemia do novo coronavírus.
“Optamos por esta ação após detectar que ainda existem casos concretos de hospedagem, nesta modalidade”, afirmou o procurador-geral do município João Gilberto Barcellos, em nota. Conforme o prefeito Fedoca Bertolucci, a modalidade de aluguel impede a fiscalização sobre os cuidados de prevenção contra o vírus.Junto com outros municípios da região, Gramado estuda a retomada parcial das atividades na rede hoteleira a partir desta semana. Os serviços, no entanto, deverão obedecer a uma série de restrições, como ocupação máxima de 50% da capacidade nos hotéis.
Conheça as principais tendências mundiais apontadas pelo Sebrae e pela ABIHPEC para o setor de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos
Nos últimos anos, com o aumento da expectativa de vida da população brasileira, a indústria de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos passou a ser percebida como peça-chave na promoção do bem-estar e da saúde das pessoas. À medida que os produtos contribuem para que elas cuidem mais de si mesmas, se valorizem e se protejam, o setor passa a ser visto com certa essencialidade.
Nesse contexto, o número de empresas que atuam com serviços de beleza no Brasil cresceu expressivamente, com destaque para os pequenos empreendedores. Entre 2009 e 2016, o segmento de HPPC (higiene pessoal, perfumaria e cosméticos), que também inclui serviços relacionados aos cuidados com a beleza, recebeu cerca de 645 mil novos Microempreendedores Individuais (MEIs) e mais 26 mil Microempresas (MEs) e Empresas de Pequeno Porte (EPPs). Além disso, em 2017, o mercado nacional de HPPC movimentou US$ 32,1 bilhões em consumo e, segundo a Euromonitor, figurou em quarto lugar no ranking mundial.
Para fortalecer ainda mais esse mercado e oferecer insumos para que as empresas possam se destacar da concorrência, especialmente das grandes companhias internacionais, a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) desenvolveram o Caderno de Tendências 2019-2020. A publicação, em sua quarta edição, aborda as transformações que vêm ocorrendo no Brasil e lá fora, aponta caminhos e relata casos de sucesso inspiradores para companhias de todos os portes. É especialmente útil para as micro, pequenas e médias empresas, que costumam ter menos acesso a esses estudos. “Essas empresas precisam conhecer os movimentos e tendências, para que consigam se adaptar e começar a planejar o seu futuro diante desse cenário que está sendo desenhado para o setor de HPPC”, afirma Andrezza Torres, coordenadora nacional da Cadeia de HPPC/Beleza.
A principal tendência a ser considerada é, sem dúvidas, a forte procura do consumidor por individualização, isto é, ele procura algo que seja para ele e que o respeite como indivíduo, tanto esteticamente quanto em relação à sua saúde e às suas crenças. De acordo com o estudo, 33% das brasileiras entre 19 e 35 anos dizem que gostariam de ver mais anúncios com pessoas de diferentes tipos e formatos de corpo, ou seja, as pessoas não querem mais ver apenas um único padrão. Elas querem expressar seu estilo individual e se sentir representadas. Entender esses movimentos será imprescindível para as empresas que desejam se manter competitivas.
Andrezza destaca também que o consumidor quer opções sustentáveis. “Há uma clara visão de que nós precisamos pensar na biodiversidade brasileira, no comércio e nos insumos locais”, explica a coordenadora do Sebrae. Segundo pesquisa do Laboratório de Química da Universidade Estadual Paulista (Unesp), o segmento de produtos com ingredientes de origem natural cresce entre 8% e 25% ao ano no mundo todo. Além disso, o Caderno de Tendências mostrou que há uma preferência pelo consumo de itens de produção local, o que indica um cuidado com as fontes de produção e com os processos de fabricação.
Atrelada às duas tendências já citadas, temos a transparência, característica que será cada vez mais cobrada pelos consumidores. As pessoas querem saber mais do que as prateleiras mostram. Elas estão interessadas nos ingredientes utilizados, no formato de produção, de transporte e armazenamento dos produtos, por exemplo, e, para que não haja nenhum furo, as empresas vão precisar alinhar seus processos com seus discursos e campanhas de marketing.
Entre as tendências destacadas pelo estudo, estão o marketing de experiência, os micro-influencers, a valorização da fluidez de gênero, marcas com propósito, novos canais de vendas e várias outras que você pode conferir no site do Sebrae e da ABIHPEC. Estudos como esse são relevantes pois ajudam o empreendedor a entender o que o consumidor deseja, compreender as mudanças do mercado e enxergar possibilidades que ajudem a posicionar a empresa de forma mais produtiva, além de descobrir para onde o mundo está caminhando e de que maneira isso vai afetar seu negócio.
Para o futuro das relações entre consumidor e indústria, Andrezza afirma: “As tendências são resultado de uma cooperação entre marca e cliente, por isso a necessidade de haver um diálogo. Acho que nem a indústria vai conseguir impor tendências, nem o cliente vai atuar como um ser isolado do ecossistema. Os clientes vão conversar tanto entre si quanto com a indústria e vice-versa. A tendência é: interação, colaboração e cocriação entre consumidores e marcas”.
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