Adriana Lampert
Em meio à pandemia de Covid-19, os brasileiros podem “aproveitar algumas lições” para mudar seu comportamento financeiro. Defendendo esta ideia, especialistas em finanças pessoais, economia e política, palestraram durante a tarde desta quarta-feira (25) em evento integrado online e gratuito promovido pela Fundação Família Previdência (FPP). Com o objetivo de levar informação que contribua para gestores e empresários traçarem suas estratégias para o ano seguinte, as análises e perspectivas apresentadas durante o Connect 7º Caminhos para o Futuro e o 22º Seminário Econômico sublinharam a importância de atentar para os rumos da economia e da política para se obter sucesso nos negócios e prosperar em ambientes desafiadores e em constante transformação.
“Tudo que acontece com a taxa selic precisa de atenção”, iniciou a sócia do Grupo XP Inc e especialista em investimentos, Ana Laura Magalhães. “Quanto mais a taxa de juros reduz, mais circulação de dinheiro ocorre na bolsa de valores”, destacou. Ao opinar sobre a relevância de se reservar dinheiro ela lembrou que “hoje em dia se consegue acesso a fundos de investimentos que antigamente só eram disponíveis para investidores qualificados ou profissionais a partir de uma quantia R$ 100,00 e dentro do Tesouro Direto o preço médio é de R$ 40,00”, lembrou. Mas ponderou que para aplicar recursos em uma carteira de investimentos é preciso estratégia, ainda que com uma baixa quantia.
“Construir uma poupança previdenciária para garantir futuro é fundamental”, lembrou o economista e diretor da Eknowmix Educacional, Marcos Silvestre. “Uma nação sem capacidade de poupança não pode esperar colher prosperidade”, sentenciou. Na visão do especialista este é um dos grandes desafios do País. Para o especialista, poupar para poder gastar na velhice precisa de disciplina, principalmente em tempos onde a expectativa de vida está mais alta. “O primeiro passo é trabalhar e ganhar dinheiro e ter planejamento financeiro a curto, médio e longo prazo, pensando onde gastar e investir antes de tomar as decisões.” Na sequência, o professor e economista Eduardo Giannetti ressaltou durante o painel O Valor do Amanhã o momento demográfico pelo qual o país está passando (com a base da pirâmide populacional se deslocando para cima, uma vez que a fecundidade vem caindo) e a necessidade de se avançar na formação de uma cultura de Previdência no Brasil. “Ao longo das próximas décadas, todos que nasceram no boom populacional do pós-guerra estarão no topo.”
O diretor presidente da Fundação Família Previdência, Rodrigo Sisnandes Pereira lembrou que o aumento da expectativa de vida “é uma ótima notícia”, mas traz consigo um desafio: “com que recursos viveremos os anos que estaremos fora do mercado de trabalho, sabendo que a aposentadoria pública oferece uma remuneração básica?”. Para o dirigente, “há tempos”, a Previdência Social não é mais suficiente para atender as expectativas e necessidades de renda de grande parte da população. “Quem espera segurança e tranquilidade na aposentadoria tem que adotar uma postura mais proativa e planejadora em relação às finanças, assumindo agora o controle do futuro.”
Fonte: Jornal do Comércio