Patrícia Comunello
Agosto atestou maior fôlego da produção industrial no Rio Grande do Sul frente a julho, aponta o instituto Brasileiro de geografia e Estatística (IBGE). O setor teve alta de 5,2% no confronto com o mês anterior, indicando efeito de processo de retomada de atividades em meio á pandemia. Mas na comparação com agosto de 2019, o setor ainda está abaixo, com queda de 1,6%.
O parque industrial gaúcho teve o quarto maior percentual na Pesquisa Industrial Mensal (PIM). Pará liderou, com alta de 9,2%, seguida por Santa Catarina (9,8%) e Ceará (5,7%). Já Pernambuco e Espírito Santo tiveram as maiores quedas, de 3,9% e 2,7%, respectivamente. A média brasileira para o indicador apontou alta de 3,2% em agosto frente a julho, resultado divulgado na semana passada. Frente a agosto do ano passado, a redução é de 2,7%, no ano, de 8,6%, e em 12 meses, de 5,7%
Mas os impactos da pandemia, tanto pela redução ou paralisação da produção da maior parte dos setores como pela gradual retomada, ainda se refletem no dado acumulado. De janeiro a agosto, a queda é de 12,4% na atividade gaúcha, e em 12 meses, de 9,1%. Foi a quarta maior taxa de recuo no ano entre as unidades da federação e a segunda em 12 meses.
Setor de couro liderou a queda em agosto, seguida pela de veículos e reboques.
Dos 14 setores rastreados pelo IBGE no Estado, nove tiveram alta e cinco recuo. Nas elevações de produção, as maiores foram de produtos metalmecânicos (1,49%) – não inclui máquinas, seguida pela do fumo (1%) e produtos químicos (0,8%).
No sentido oposto, setores de couro – confira reportagem especial esta indústria, artigos para viagem e calçados ostentaram a maior queda, que chegou a 4,66%, e de veículos automotores, reboques e carrocerias, com 1,52%. Este último, que chegou a parar a fábrica de carros da General Motors, em Gravataí, acumula queda de 5,42% e em 12 meses de 4%. A venda de veículos começa a se recuperar.
Agosto registra a quarta alta seguida da indústria na comparação mensal. Em abril, o setor mergulhou 21%, no primeiro mês de estreia de restrições, que fechou muitos parques industriais. Frente a abril de 2019, a queda chegou a 35,8%. Apenas os ligados a setores essenciais, como alimentos e saúde, não pararam.
Em maio, a indústria teve a primeira alta mensal, com avanço de 13,3% em relação a abril. Mas frente ao mesmo mês de 2019, ainda teve impacto negativo, com queda de 27,3%. Junho apontou alta de 12,6% em relação a maio, mas recuo de 12,2% em relação a junho de 2019.
Julho mostrou crescimento menor de 7%, já frente uma base menos fraca, e em relação a 2019, teve redução de 7,5%. Os dados de agosto sinalizam uma maior proximidade com a recomposição mês a mês, mesmo que em menor ritmo, e equiparação com o desempenho de 2019.
Fonte: Jornal do Comércio