IPCA para 2022 sobe de 6,45% para 6,59%, projeta Focus

A mediana para o IPCA, índice de inflação oficial, de 2022 completou dez semanas em disparada no Relatório de Mercado Focus desta segunda-feira (21) e reforça um novo ano de descumprimento da meta. Para 2023, foco principal de política monetária, os avanços também continuam, se distanciando do alvo central (3,25%).
Com o impacto da disparada de preços de commodities provocada pela guerra na Ucrânia, a projeção para o IPCA de 2022 passou de 6,45% para 6,59%. A estimativa estava em 5,56% um mês antes e em 5,03% há dez semanas.
O objetivo a ser perseguido pelo Banco Central este ano é de 3,50%, com tolerância de 2,0% a 5,0%. Já a expectativa para o IPCA em 2023 subiu de 3,70% para 3,75%, acima do centro da meta (3,25%, banda de 1,75% a 4,75%). A mediana era de 3,50% há quatro semanas.
 
Considerando as alterações nos últimos cinco dias úteis, a mediana para 2022 também subiu, de 6,54% para 6,70%. Para 2023, as alterações feitas nos últimos cinco dias úteis elevaram a estimativa mediana de 3,72% para 3,75%.
 
A mediana geral para 2024 ficou estável em 3,15%, enquanto a projeção para 2025 continuou em 3,00%. Há quatro semanas, as projeções eram de 3,09% e 3,00%, respectivamente. A meta para 2024 é de 3,00%, com margem de 1,5 ponto porcentual (de 1,5% para 4,5%). Para 2025, por sua vez, a meta ainda não foi definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
 
No comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) da semana passada, o BC atualizou suas projeções para a inflação com estimativas de 7,1% em 2022 e 3,4% em 2023. Diante da volatilidade no mercado de petróleo causado pelo conflito no Leste Europeu, o colegiado ainda criou um cenário alternativo, com maior probabilidade, em que as previsões estariam em 6,3% e 3,1%, respectivamente. O colegiado elevou a Selic em 1,0 ponto porcentual, para 11,75% ao ano.
 
Outros meses
Os economistas do mercado financeiro elevaram a previsão para o IPCA em março deste ano de alta de 0,90% para 0,99%, conforme o Relatório de Mercado Focus. Um mês antes, o porcentual projetado era de 0,54%.
 
Para abril, a projeção no Focus passou de alta de 0,80% para 0,88%, de 0,54% há quatro semanas. No sentido oposto, a estimativa para maio passou de deflação de 0,19% para 0,20%. Há um mês, estava em alta em 0,07%
 
A inflação suavizada para os próximos 12 meses passou de alta de 5,67% para 5,73% de uma semana para outra – há um mês, estava em 5,27%.
PIB
O Relatório de Mercado Focus também trouxe leve alteração na previsão mediana para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 2022, que passou de 0,49% para 0,50%. Há um mês, a estimativa era de 0,30%. Considerando apenas as respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB no fim de 2022 passou de 0,52% para 0,53%.
 
Para 2023, a mediana variou de 1,43% para 1,30%, de 1,50% há quatro semanas. Para 2024, a estimativa seguiu em 2,00%, mesma projeção de quatro semanas atrás. O Relatório Focus ainda trouxe a mediana para 2025, que também continuou em 2,00%. Há um mês, a estimativa de crescimento do PIB em 2025 já era de 2,00%.
 
O Relatório de Mercado Focus também mostrou que a projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2022 passou de 60,50% para 60,30%, ante 60,90% de um mês atrás.
 
O relatório trouxe ainda alteração na relação entre o déficit primário e o PIB deste ano, de 0,70% para 0,50%. Há um mês, o porcentual estava em 0,88%. Já a relação entre déficit nominal e PIB em 2022 passou de 8,00% para 7,55%, ante 8,00% de quatro semanas antes.
 
Em relação a 2023, a estimativa para a dívida líquida em relação ao PIB passou de 64,00% para 63,55%, de 64,00% há um mês. A mediana para o déficit primário continuou em 0,50% do PIB e para o rombo nominal passou de 7,10% para 7,15%. Os porcentuais eram de 0,50% e 7,15%, respectivamente, há quatro semanas.
 
O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros.
 
Déficit em c/c
Os economistas do mercado financeiro mantiveram a projeção de déficit em conta corrente do balanço de pagamentos em 2022 em US$ 20,60 bilhões, de US$ 22,54 bilhões de um mês atrás, segundo a pesquisa Focus. Em 2023, a expectativa para o rombo em conta corrente passou de US$ 33,37 bilhões para US$ 33,70 bilhões. Há um mês, era de US$ 33,37 bilhões.
 
Fonte:  Jornal do Comércio