Patricia Knebel
Claro, Vivo e TIM estão acelerando os testes e a oferta do 5G DSS no Rio Grande do Sul. Ainda que neste momento não seja possível todos os ganhos de aumento de velocidade e baixa latência que se espera no futuro, deve ser uma oportunidade para os consumidores começarem a degustar um primeiro upgrade na sua conexão.
A Claro anunciou a chegada da rede 5G DSS em 25 bairros de Porto Alegre. A meta é disponibilizar até dezembro em regiões como Moinhos de Vento, Bela Vista, Higienópolis, Floresta, Centro, Menino Deus e Cidade Baixa. Serão 14 cidades no Brasil até o final de 2020. “Vamos expandir em 2021, mas estamos indo passo a passo”, comenta o diretor de Marketing da Claro, Marcio Carvalho. Ele conta que a empresa anunciou o serviço em julho nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. A implantação foi concluída no final de setembro e agora chegou o momento da segunda etapa, com mais 12 cidades. “Quando se lança uma tecnologia, dois componentes têm que andar juntos: a cobertura da rede, ou seja, estar disponível em regiões relevantes de tráfego, e ter aparelhos compatíveis. E é isso que estamos procurando ofertar”, observa.
O primeiro aparelho 5G comercializado pela Claro, ainda em julho, era um modelo premium da Motorola, que chegava a R$ 6 mil. Agora, para essa segunda etapa, entra no portfólio da o Moto G 5G Plus, que sai por cerca de R$ 2.009,00 ou 12 vezes de R$167,42 no plano pós-pago 40Gb.
A implantação da rede 5G é possível a partir da tecnologia Dynamic Spectrum Sharing (DSS), que permite o compartilhamento das frequências disponíveis hoje no 3G e 4G. Como este espectro não possui uma banda contínua e dedicada, a experiência ainda não poderá ser sentida em sua totalidade.
Eduardo Tude, presidente da Teleco, consultoria especializada em telecom, o que está sendo ofertado agora já é o 5G. “Nesse momento, a tecnologia ainda se volta mais para um grupo restrito de usuários, mas é assim que essa primeira fase está sendo implantada no mundo, com exceção da China”, revela. O analista diz que o 5G DSS já traz duas vantagens: aumento de capacidade e velocidade e latências menores. Isso já tornará possível, por exemplo, ganhos consideráveis em aplicações como de games e Realidade Aumentada. O consultor tecnológico do Instituto Eldorado, Mauro Miyashiro, concorda que, sob o ponto de vista técnico, o 5G DSS se enquadra nas especificações estabelecidas pelos órgãos reguladores, portanto, é 5G. Mas, sob o ponto de vista conceitual, que é atender baixa latência, suportar altas transferências de dados e uma infinidade de dispositivos conectados simultaneamente, ainda precisa evoluir. “É importante testar o protocolo existente, as soluções atuais desenvolvidas pelos diversos fornecedores e ter os usuários em contato com esta nova tecnologia”, destaca.
Vivo reforça portfólio de aparelhos compatíveis
A Vivo iniciou em julho a oferta do 5G DSS pelas regiões do bairro Moinhos de Vento, avenida Carlos Gomes e Shopping Iguatemi. A ativação na capital gaúcha aconteceu ao mesmo tempo que em outras sete cidades brasileiras, como São Paulo e Rio de Janeiro.
Agora, quer reforçar o portfólio de aparelhos compatíveis com a tecnologia 5G, que já conta com o Motorola moto edge, Samsung Note20 5G, Samsung Note20 Ultra 5G, Samsung Galaxy Z Fold2 e os novos iPhone: iPhone 12, iPhone 12 Pro, iPhone 12 Pro Max e iPhone 12 mini. “Essa tecnologia é fundamental para a digitalização do Brasil e tem o potencial de mudar a forma como vivemos e como as empresas fazem negócios”, destaca o diretor Regional Sul da Vivo, Ricardo Vieira.
A TIM iniciou no final de outubro um piloto do 5G em Bento Gonçalves (RS), Três Lagoas (MS) e Itajubá (MG). Desde outubro, e pelos próximos seis meses, cerca de 300 clientes da operadora estão recebendo equipamentos 5G em suas residências para testarem, sem qualquer custo adicional, a rede 5G DSS na tecnologia FWA – um tipo de banda larga fixa wireless que usa a rede móvel. Na cidade gaúcha, são 100 usuários.
Em outubro, a Oi começou um piloto da sua rede 5G em Brasília, no Distrito Federal. A empresa está usando um espectro dedicado para essa tecnologia e uma rede de 460 mil quilômetros de extensão, que abrange 80% da capital. De acordo com a operadora, o serviço alcança taxas de velocidade na transmissão de dados de até 500Mbps.
Para viabilizar a tecnologia em Brasília, conectou cerca de 300 sites e os ancorou em uma banda dedicada da frequência de 2.100 GHz, estratégia de refarming (uso de frequências antes destinadas a outros serviços) que já havia realizado para disponibilizar o 4,5G. Ainda não há previsão de expansão para outras cidades.
Fonte: Jornal do Comércio