Universidade de Caxias do Sul apresentou nesta quarta, 15 de abril, para entidades, autoridades e empresários, com transmissão on-line para a comunidade, a primeira e maior planta de produção de grafeno em escala industrial da América Latina. Resultado de 15 anos de pesquisa avançada da instituição em nanomateriais, unidade atua na prestação de serviços tecnológicos para setores portadores de futuro.
Um novo paradigma sobre o papel da Universidade de Caxias do Sul como indutora do desenvolvimento. Com esta perspectiva a gestão da Fundação Universidade de Caxias do Sul (FUCS) e a Reitoria da UCS apresentaram a entidades, autoridades públicas, empresários e comunidade regional o UCSGraphene, a primeira planta de produção de grafeno em escala industrial da América Latina implementada por uma universidade e a maior em capacidade produtiva – de até 500 kg/ano com possibilidade de ampliação para 5.000 kg/ano – suplantando as existentes, do setor privado. A solenidade ocorreu na tarde desta quarta-feira, dia 15, na sede do empreendimento, no Bloco 71 do Campus-Sede, com transmissão on-line pelas páginas do Facebook da UCS e do UCSGraphene.
“Estamos colocando Caxias, o Rio Grande do Sul e o Brasil no mapa mundial da tecnologia”, sentenciou o presidente da FUCS, José Quadros dos Santos (foto abaixo), atribuindo a concretização do projeto, vinculado ao Parque de Ciência, Tecnologia e Inovação da Universidade de Caxias do Sul – TecnoUCS, à “persistência do reitor Evaldo Kuiava de propor o desafio de mudar a lógica acadêmica da pesquisa e da inovação”. Oriundo das pesquisas em nanomateriais feitas pela área de Engenharia e Ciências dos Materiais desde 2005, o UCSGraphene efetiva a nova visão da UCS, de transformar o conhecimento produzido no âmbito acadêmico em soluções inovadoras para o setor empresarial, o poder público e a sociedade, conforme preconiza a teoria da quádrupla hélice do desenvolvimento.
Outros exemplos recentes – todos providenciados nos últimos 15 dias – são a coordenação da produção de ventiladores pulmonares para pacientes da Covid-19, a realização de testes sobre a doença com ações de campo, e o lançamento do serviço de telemedicina através do Centro de Saúde Digital. “Foram respostas de altíssimo padrão a demandas da sociedade, conseguidas graças às capacidades técnicas reunidas nesta Instituição”, definiu Quadros, aliando o UCSGraphene à mesma perspectiva. “O lançamento desta planta é um fato que pode mudar a história da indústria caxiense”, definiu.
Pesquisa para a inovação – Observando que o conhecimento e a ciência são produtos humanos, e recorrendo à visão do modelo de quádrupla hélice, o reitor Evaldo Kuiava (foto acima) defendeu que a UCS constantemente se mantém executando sua missão institucional de produzir e sistematizar (por meio da pesquisa avançada) e socializar (entregando para a sociedade) o conhecimento, ao mesmo tempo que vai atualizando a forma de fazê-lo. Se até algum tempo o processo se encerrava no campo teórico das publicações científicas, o novo paradigma implica na transformação daquilo que se cria e desenvolve dentro da academia em aplicações práticas na vida das pessoas, em forma de novos produtos e processos. “Ao redirecionar nossa atuação sem nos desconectarmos da nossa essência enquanto Universidade, de existir com base no ensino e na pesquisa, também nisso estamos sendo inovadores”, considerou.
Na mesma linha, o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Juliano Gimenez, salientou a excelência da UCS em ensino e pesquisa nas áreas vinculadas ao UCSGraphene – Ciência dos Materiais, Engenharia Química, Biotecnologia, Ambiental e da Saúde – o que faz do lançamento da planta uma contribuição para a retomada do crescimento econômico vinculada à produção industrial. “Nosso intuito com esta iniciativa é a prestação de serviços tecnológicos que atendam aos anseios das empresas, para que elas possam desenvolver novos produtos ou melhorar os já existentes, gerando resultados para o segmento produtivo e melhor qualidade de vida para toda a sociedade”, descreveu.
Valor agregado e competitividade – O coordenador-executivo do TecnoUCS, Enor Tonolli Jr, também destacou a importância da combinação entre educação, ciência e tecnologia, propiciada pelas universidades, centros de pesquisa e incubadoras tecnológicas, como caminho para o avanço econômico e social através de inovações. “Uma solução como esta que a Universidade apresenta hoje só tem sentido pelo potencial de gerar valor agregado e competitividade para o mercado que possui”, sustentou.
Responsável pela apresentação técnica do empreendimento, o coordenador do UCSGraphene, Diego Piazza, salientou o anseio da Universidade de, com o projeto, “fazer do Brasil uma referência em tecnologia e inovação, gerando riqueza e benefícios sociais”. Para tanto, conceitos como a automatização produtiva e o de “planta verde” da unidade (com tratamento e reaproveitamento de água e resíduos), somam-se à capacidade do UCSGraphene de fomentar o desenvolvimento na “busca da diversificação das matrizes econômicas regional, estadual e nacional”, preconizou.
Fonte: UCS Caxias