Um quarto dos porto-alegrenses poupou na pandemia; aplicação será principal destino do dinheiro

A crise sanitária que fechou empresas e tirou o emprego de milhares de pessoas também serviu para uma parte da população poupar. Pesquisa do Sindilojas de Porto Alegre mostra que 24% dos porto-alegrenses preferiram segurar os gastos para direcionar o dinheiro no futuro a outros destinos, que vão de investimentos financeiros, viagens a consumo do dia a dia. Já 76% não conseguiram fazer reservas desde março.

O Núcleo de Pesquisa da entidade aponta que 87,5% das pessoas seguraram as despesas para gastar depois que passar a pandemia. Apenas 8,3% dos ouvidos indicaram que já tinham o hábito de fazer reservas e 4,2% adotaram a medida porque alguém da família havia perdido o emprego. A entidade apurou ainda que os poupadores em seis meses de pandemia conseguiram guardar, em média, R$ 9,2 mil. 

A pesquisa também buscou saber sobre as finanças pessoais, e 37% dos ouvidos indicaram que estão em uma situação financeira semelhante a de 2019. Outros 33% acreditam que a situação piorou um pouco e 24% acredita que o quadro é significativamente pior que o do ano passado. Já 5% avaliam que sua vida está um pouco melhor e 1% que está significativamente melhor em matéria de finanças.

Na hora de usar o recurso que foi poupado, 33,3% dos porto-alegrenses vão buscar aplicações financeiras, indicando que pretendem programar no longo prazo a forma de utilizar os recursos. Já os que vão gastar mesmo, 12,5% ainda indica uma forma de investimento, no caso de imóveis, ou em um bem como carro. 

Viajar, que está entre os planos de muitos residentes devido ás contingências do período, está na meta de 29,1% das pessoas que juntaram dinheiro para o pós-pandemia. A Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav-RS) vem identificando a retomada de alguns fluxos, como para o Nordeste, já que há ainda muitas restrições para viagens ao exterior.

A portuguesa TAP vai reativar os voos para a Europa este mês, mas com limites a quem pode embarcar.   

No consumo mais corriqueiro, as pessoas indicam que vão gastar 8,3% do dinheiro a compra de materiais de construção, 4,2% em alimentação, 4,2% em eletrônicos, 4,2% com beleza em salões de estética e ainda 4,2% em eletrodomésticos.

Agora onde os porto-alegrenses vão gastar o que guardaram? Mesmo com a onda do online, 45,8% das pessoas vão direcionar seus recursos para estabelecimentos físicos, desde lojas, serviços a restaurantes. O e-commerce vai canalizar 41,7% dos gastos. Já 12,5% dos moradores disseram que vão se dividir entre consumo em ambientes físicos e digitais. 

Sobre a vida financeira daqui a 12 meses, 39% das pessoas que participaram da pesquisa acreditam que estará um pouco melhor, enquanto 30% avaliam que será igual. Já 19% espera ter uma pequena redução na renda, enquanto 8% espera perder mais recursos. Apenas 3% projeta estar com melhor condição financeira daqui a 12 meses.  

Fonte: Jornal do Comércio