Pelo segundo mês consecutivo, as vendas do setor de comércio recuaram. Em setembro 2021, na comparação com agosto, o recuo foi de 1,3%. Cabe destacar, no entanto, que as quedas mais recentes sucedem um período de forte recuperação. Mesmo com o resultado negativo do último mês, a performance das vendas está muito acima da observada no auge da crise.
Ainda não há dados referentes a outubro, mas o Indicador de Confiança do Comércio permite alguma conjectura sobre o desempenho mais recente do setor. De acordo com a Fundação Getulio Vargas (FGV), em outubro de 2021, a avaliação que os empresários de comercio fazem do momento atual piorou. No entanto, essa queda foi compensada por um aumento das expectativas para o futuro, resultando em uma ligeira melhora da confiança. Esse avanço das expectativas coincide com a proximidade das datas comemorativas de final de ano.
No cenário macroeconômico, merece destaque o aumento da taxa Selic pela sexta vez consecutiva, em resposta ao avanço da inflação e das expectativas de inflação para o futuro. Com efeito, em outubro de 2021, o IBGE informou uma inflação mais alta do que a esperada, atingindo 10,7% no acumulado de 12 meses. A decisão também foi justificada pelo quadro de incertezas com o rumo das contas públicas e temores relacionados ao descumprimento do teto de gastos.
As projeções coletadas pelo Banco Central mostram uma deterioração das expectativas com relação às principais variáveis macroeconômicas. De acordo com o Boletim Focus, a inflação deverá encerrar o ano em 9,33%. Por sua vez, o crescimento esperado para 2022 vem registrando quedas.
Ainda sobre o quadro macro, a nota positiva ficou por conta do desemprego, que registrou queda no trimestre encerrado em agosto, segundo o IBGE. Pelos dados do CAGED, outubro registrou um saldo positivo de criação de vagas, a exemplo de todos os outros meses do ano.
Fonte: CNDL